Onconews - Estudo aponta que exposição solar na adolescência pode reduzir risco de câncer de mama

Estudo caso-controle realizado com 1.200 mulheres irarianas traz evidências relevantes sobre a associação entre exposição solar e risco de câncer de mama. Publicado no periódico Cancer Epidemiology Biomarkers Prevention, o estudo demonstrou que cada hora adicional de exposição solar durante a adolescência esteve associada à redução significativa do risco de câncer de mama.

Há evidências conflitantes quanto à associação entre a exposição solar e o risco de câncer de mama. Este estudo de caso-controle de base populacional incluiu 600 casos de câncer de mama recém-diagnosticados e 600 controles populacionais (18-75 anos) recrutados em Isfahan, Irã, entre 2021 e 2023.

A exposição ao sol foi mensurada em horas por dia, considerando quatro períodos distintos: adolescência (10–20 anos), início da idade adulta (20–30 anos), após os 30 anos e exposição ao longo da vida. Os dados foram desagregados entre verão e inverno, e os modelos estatísticos ajustaram os resultados para potenciais fatores de confusão.

Os achados demonstraram que cada hora adicional de exposição solar durante a adolescência esteve associada à redução significativa do risco de câncer de mama: 16% no inverno (OR 0,84; IC95%: 0,78–0,91) e 11% no verão (OR 0,89; IC95%: 0,83–0,96).

Nenhuma associação foi observada para a exposição à luz solar após os 30 anos. No entanto, a exposição à luz solar ao longo da vida foi associada a menores chances de câncer de mama: cada hora adicional (por dia) reduziu as chances em 16% no inverno (OR 0,84, IC 95%: 0,76-0,93) e 9% no verão (OR 0,91, IC 95%: 0,82-1,00). Uma associação dose-resposta foi observada para a exposição à luz solar na adolescência e ao longo da vida e as chances de câncer de mama, reforçando a hipótese de um efeito biológico dependente do tempo de exposição.

Em síntese, a exposição à luz solar durante a adolescência e início da idade adulta está associada à redução do risco de câncer de mama A exposição cumulativa ao longo da vida também demonstrou efeitos protetores em mulheres iranianas.

“Identificar os principais períodos em que a exposição à luz solar como fator de proteção modificável reduz o risco de câncer de mama pode orientar políticas públicas de prevenção mais seguras e eficazes, respeitando o equilíbrio necessário entre os riscos da radiação UV e os benefícios da síntese de vitamina D”, destacam os autores. 

“Os resultados ganham relevância em um cenário global de aumento da incidência de câncer de mama e alertam para a importância de reavaliar recomendações sobre exposição solar, especialmente em países com alta prevalência de deficiência de vitamina D”, concluem. 

Referência:

Ibrahim Abdollahpour, Bahar Darouei, Reza Amani-Beni, Maryam Yazdi, Shaghayegh Haghjooy. Javanmard, Brigid M. Lynch, Nehmat Houssami, Kazem Zendehdel; Lifetime Sunlight Exposure and Risk of Breast Cancer: A Population-based incident Case-Control Study. Cancer Epidemiol Biomarkers Prev 2025; https://doi.org/10.1158/1055-9965.EPI-25-0640