Comunicação médico-paciente e melhores resultados no tratamento
Estudo da American Cancer Society demonstrou que pacientes com câncer que relataram maior satisfação na comunicação com seu provedor de cuidados em saúde recebem cuidados mais eficientes, com menos visitas ao consultório e melhores resultados do tratamento. O trabalho foi publicado no Journal of National Comprehensive Cancer Network (JNCCN). “Estudos como esse reforçam a comunicação adequada como ferramenta fundamental no tratamento oncológico”, afirma o médico geriatra e paliativista André Filipe Junqueira dos Santos (foto), vice-presidente da Academia Nacional de Cuidados Paliativos (ANCP).
O National Comprehensive Cancer Network® (NCCN®) publicou novas diretrizes de tratamento para um grupo de cânceres raros que afetam as mulheres durante a gravidez1. A neoplasia trofoblástica gestacional (NTG), forma maligna da doença trofoblástica gestacional (DTG), se desenvolve a partir das células que normalmente formam a placenta. Os membros da Associação Brasileira de Doença Trofoblástica Gestacional (ABDTG), responsáveis pela elaboração do Consenso Brasileiro para tratamento da doença, publicado na edição de maio/junho do Journal of Reproductive Medicine2, comentam as diretrizes.
A radioterapia adjuvante está associada à redução da mortalidade por câncer de mama em pacientes tratados por carcinoma ductal in situ? Um estudo observacional de mais de 140 mil mulheres publicado no JAMA Network Open demonstrou que a combinação de radioterapia e mastectomia foi associada a um pequeno benefício na redução do risco de morte por câncer de mama em comparação com a lumpectomia ou mastectomia isoladas1. “Este é provavelmente um dos maiores estudos de coorte sobre mortalidade no carcinoma ductal in situ já publicado e traz novamente reflexões, antes de conclusões”, avalia o rádio-oncologista Rodrigo Hanriot, coordenador do serviço de Radioterapia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
A acupuntura reduz a dor articular relacionada aos inibidores de aromatase em mulheres na pós-menopausa com câncer de mama em estágio inicial? Artigo1 de Jennifer Abbasi, editora do JAMA, discute estudo publicado no periódico que tentou responder essa pergunta e levanta questionamentos sobre a significância clínica dos resultados. “O artigo é de suma importância por demonstrar, de forma randomizada e prospectiva, que a acupuntura pode ser um método complementar, integrado ao tratamento, que reduz de forma estatisticamente significativa as dores articulares decorrentes do uso de inibidores da aromatase”, avalia o oncologista Ricardo Caponero (foto), coordenador do Centro Avançado de Terapia de Suporte e Medicina Integrativa do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Em pacientes com câncer de mama em estágio inicial, a administração de dexametasona apenas nas duas primeiras semanas de tratamento com paclitaxel, com suspensão do corticoide entre a 3ª e 12ª semanas de tratamento, não aumentou a incidência de reações alérgicas infusionais. Os resultados do estudo do Instituto Brasileiro de Controle do Câncer (IBCC) foram publicados no periódico Supportive Care in Cancer, e sugerem que a estratégia é viável e evita a exposição desnecessária e prolongada de corticoides. A oncologista Ana Luísa de Castro Baccarin (foto), preceptora da residência em Oncologia Clínica no IBCC e uma das autoras do trabalho, comenta o estudo.
Indivíduos que desenvolvem casos de carcinoma basocelular com alta frequência apresentam risco três vezes maior de desenvolver outros tipos de câncer, incluindo cânceres hematológicos, de mama, cólon e próstata. Os dados são de um estudo preliminar de pesquisadores da Stanford University School of Medicine e foram publicados no JCI Insight. Os resultados podem ajudar a identificar pacientes que devem realizar um rastreamento mais intenso. "A facilidade do diagnóstico de carcinoma basocelular associada ao acesso a serviços de prevenção e tratamento contribui com a detecção precoce de outros tipos de câncer e pode ser considerada uma importante ferramenta de rastreamento", observa Ana Gabriela Salvio (foto), dermatologista do Hospital Amaral Carvalho, em Jaú/SP.
A importação de medicamentos à base de lenalidomida só será permitida até o dia 14 de setembro. Somente importações ou remessas embarcadas até essa data serão fiscalizadas para fins de liberação pela Anvisa.
O câncer de apêndice é responsável por menos de 1% dos tumores que se originam no trato gastrointestinal e até hoje o tratamento se ampara nas diretrizes para câncer colorretal. Agora, estudo publicado na JCO Precision Oncology mostra que o câncer de apêndice apresenta mutações distintas do câncer de colon e que mutações nos genes TP53 e GNAS são bons preditores de sobrevida em pacientes com câncer de apêndice. O oncologista Bernardo Garicochea (foto), diretor da Unidade de Oncogenética do Centro Paulista de Oncologia/ Grupo Oncoclínicas e diretor científico do Laboratório Idengene, comenta o trabalho.
Estudo de pesquisadores do Yale Cancer Center publicado no JAMA sugere que o sequenciamento genômico amplo, avaliando mais de 30 genes, não parece melhorar a sobrevida de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) em comparação com testes genômicos de rotina (definido apenas como EGFR e ALK). “O período de tempo deste estudo é um importante fator limitante dos resultados apresentados, pois muitos dos TKis atualmente aprovados nos EUA não estavam disponíveis”, avalia Marcelo Cruz (foto), oncologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
Em um estudo com mais de dez mil pacientes diagnosticados com câncer de mama triplo negativo, pesquisadores identificaram mutações germinativas associadas a maior risco de desenvolver câncer de mama triplo negativo ao longo da vida. “Embora várias associações já tenham sido descritas anteriormente, este é o estudo mais robusto já publicado e confirma associações previamente estabelecidas, além de definir novos genes de risco”, afirma a oncogeneticista Patrícia Prolla (foto), Professora do Departamento de Genética da UFRGS e do Serviço de Genética Médica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre.
Exames de sangue de rotina não têm impacto na sobrevida e, portanto, têm valor limitado na vigilância de pacientes com linfoma. A conclusão é de estudo publicado no British Journal of Cancer. “O estudo mostra que é seguro omitir tais exames da prática médica diária, poupando os pacientes da preocupação com falsos positivos e evitando desperdício de recursos. Fica cada vez mais claro que, no seguimento de pacientes tratados para linfoma, menos é mais”, observa o hematologista Guilherme Perini (foto), do Hospital Israelita Albert Einstein.
Dados de uma pesquisa coordenada pelo Dana Farber Cancer Institute mostram que 80% dos oncologistas consultados discutiram o uso medicinal da maconha com seus pacientes e quase metade (46%) recomendou o uso no último ano. Os resultados foram publicados no Journal of Clinical Oncology e segundo os autores esse é o primeiro estudo sobre práticas e crenças dos oncologistas em relação à maconha medicinal. “Mais do que mostrar o conhecimento e a experiência de oncologistas sobre o uso da maconha medicinal e seus derivados no tratamento oncológico, o estudo nos traz uma discussão muito importante sobre os abismos que ainda existem entre as melhores evidências e a tomada de decisão em saúde”, avaliam Rachel Riera e Rafael Leite Pacheco, do Centro Cochrane do Brasil.
Estudo de pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Araçatuba da Unesp (Universidade Estadual Paulista) demonstrou que eventos traumáticos na infância são preditivos de estadiamento clínico avançado, consumo de álcool e sintomas emocionais em pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço. Publicado na Cancer, periódico da American Cancer Society, o trabalho é o primeiro a avaliar a influência do trauma infantil sobre os níveis de ansiedade em pacientes com câncer de cabeça e pescoço e sugere a importância de considerar a história de vida do paciente nas estratégias de intervenção clínica e psicológica durante o tratamento. Bruna Amélia Sarafim-Silva e Daniel Galera Bernabé (foto), autores do trabalho, comentam os achados.
Artigo de revisão publicado no NEJM1 discute o cenário atual, fatores de risco e perspectivas no tratamento dos chamados carcinomas de queratinócitos, o tipo de câncer de pele mais comum no mundo. “Os carcinomas de queratinócitos representam importante desafio de saúde pública, exigindo atenção especial a estratégias de tratamento e prevenção”, destacam os autores. O médico dermatologista Luiz Guilherme Martins Castro (foto), coordenador do Centro de Oncologia Cutânea do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), vice-presidente da Internacional Society of Dermatology e diretor da Oncoderma São Paulo, comenta o trabalho.
Em trabalho publicado na revista Gynecologic Oncology, o cirurgião oncológico Glauco Baiocchi (foto), diretor do Departamento de Ginecologia Oncológica do A.C.Camargo Cancer Center, e colegas relatam a primeira cirurgia de transposição uterina para preservação da fertilidade no câncer do colo do útero já realizada. O procedimento executado em uma paciente de 33 anos com câncer de colo do útero estádio Ib1 (<2cm) que foi submetida a uma traquelectomia radical e preenchia os critérios para radioterapia adjuvante havia sido selecionado para apresentação em vídeo na edição de 2018 do Congresso da Society of Gynecologic Oncology (SGO).
No Brasil, 12% dos cânceres de mama na pós-menopausa e 19% dos cânceres de cólon são atribuíveis à falta de atividade física. Os dados são de um estudo brasileiro publicado no periódico Cancer Epidemiology. Leandro Fórnias Machado de Rezende (foto), pesquisador do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e primeiro autor do trabalho, comenta os resultados.
Estudo de pesquisadores da McGill publicado na Science sugere que a inflamação anormal desencadeada pelo sistema imunológico pode estar por trás do desenvolvimento de tumores gastrointestinais em pacientes com Síndrome de Peutz-Jeghers (PJS). Segundo os autores, os achados levam a repensar como os tumores gástricos se formam em pacientes com essa síndrome, e podem contribuir para potenciais novos tratamentos com base no alvo de inflamação. A oncologista Renata D'Alpino (foto), coordenadora de Tumores Gastrointestinais e Neuroendócrinos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e membro do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), comenta o trabalho.