Crizotinibe mostra ação em CPNPC com mutação ROS1
O agente crizotinibe (Xalkori®, da Pfizer), indicado para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão com uma mutação genética específica (ALK), mostrou-se eficaz também na redução da atividade tumoral em pacientes com uma forma ainda mais rara da doença, a mutação ROS1. É o que mostra o estudo apresentado na ESMO 2014, liderado por Alice Tsang Shaw, do Massachusetts General Cancer Center Hospital, em Boston.

Os dados finais do estudo GOG 240, do grupo europeu de oncologia ginecológica (GOG), confirmaram na ESMO os benefícios de incorporar o agente bevacizumabe ao tratamento do câncer cervical. A adição de bevacizumabe conferiu ganhos superiores a 50 meses de sobrevida, como demonstrou Krishnansu Tewari, da Universidade da Califórnia, em sua apresentação na conferência europeia.
Em pacientes com câncer de mama HER2 positivo metastático, o regime com pertuzumabe (Perjeta®), trastuzumabe e quimioterapia com docetaxel demonstrou ganhos de 16 meses na mediana de sobrevida na comparação com trastuzumabe docetaxel e placebo. Os dados são da análise final do estudo CLEOPATRA, apresentada na ESMO por Sandra Swain, do Medstar Washington Hospital Center.
Estudos de Fase III apresentados na conferência anual da ESMO 2014 relataram os principais avanços nos cuidados de suporte para pacientes com câncer. As terapias têm contribuído para reduzir náuseas e vômitos induzidos por quimioterapia, sangramento em pacientes com tromboembolismo venoso (TEV) e síndrome de anorexia-caquexia do câncer (CACS).
Nos últimos anos, avanços importantes no melanoma metastático introduziram um novo paradigma no tratamento da doença avançada. Novidades na pesquisa em melanoma são apresentadas em Madri, durante a ESMO, na sessão de segunda-feira, quando três aguardados estudos de fase III apresentam dados atualizados.
Os resultados decepcionantes do estudo de fase III Magrit dividiram ainda mais a opinião dos especialistas em torno dos potenciais benefícios das vacinas no tratamento do câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC).
O Rio de Janeiro foi sede do VIII Congresso Franco Brasileiro de Oncologia, realizado no Hotel Sofitel Copacabana, de 9 a 11 de outubro, em um encontro que já é tradição na agenda da oncologia brasileira. Na edição deste ano, a Sociedade Franco-Brasileira de Oncologia (SFBO), presidida por Carla Ismael e Christian Domenge (foto), recebeu cerca de 2 mil inscritos para uma programação científica que incluiu joint simpósios com ASCO e ESMO, além de controvérsias e atualização em oncologia clínica, radioterapia e cirurgia oncológica. O programa também abrigou o Simpósio Internacional de Mastologia (SIM) e o Curso de Oncoplastia.
Eduardo Moraes e Rui Weschenfelder estiveram à frente do painel Gastrointestinal, apresentado no VIII Congresso da SFBO, que entre outros temas debateu os desafios e avanços no câncer de pâncreas. O objetivo do painel, segundo os coordenadores, é ir além de uma simples aula de revisão, e contribuir efetivamente para o dia-a-dia do oncologista. “O formato de debate possibilita que todos retornem para seu consultório, para o hospital, com algo de útil para acrescentar na prática”, enfatizou Weschenfelder.
O VIII Congresso Franco-Brasileiro de Oncologia dedicou um painel ao tema da seleção molecular em câncer de pulmão, coordenado pela oncologista Clarissa Mathias (foto). Na última década, tornou-se evidente que os subtipos moleculares de câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) podem influenciar a decisão terapêutica.
O cenário do câncer de próstata metastático resistente a castração mantém uma disputa acirrada. A Janssen Cilag, fabricante do Zytiga, mostrou no franco-brasileiro os benefícios do acetato de abiraterona, um inibidor da biossíntese androgênica que comprovou ganho na sobrevida global. O oncologista clínico Fernando Cotait Maluf (foto) participou da apresentação e lembrou que as primeiras evidências vieram do estudo que randomizou 1.195 pacientes previamente tratados com docetaxel para receber 5 mg de prednisona duas vezes por dia com 1000 mg de acetato de abiraterona (797 pacientes) ou placebo (398 pacientes).