ARCHES: enzalutamida + ADT no câncer de próstata
O estudo Fase 3 ARCHES avaliando enzalutamida (XTANDI®) mais terapia de privação androgênica (ADT) em homens com câncer de próstata metastático hormônio sensível (CPHSm) atingiu seu endpoint primário, melhorando significativamente a sobrevida livre de progressão radiográfica (rSLP) versus ADT isoladamente. O estudo foi um dos destaques do primeiro dia do ASCO GU 2019, em apresentação de Andrew J. Armstrong (foto), da Duke University School of Medicine.
Os oncologistas Fernando Maluf e Andrey Soares comentam os estudos que marcaram o programa científico do primeiro dia do ASCO GU e prometem impactar a prática clínica. Entre os highlights estão grandes estudos randomizados como ARAMIS, ARCHES e a atualização do ensaio LATITUDE, além de estudos que discutem imunoterapia no câncer de próstata e comparam abordagens como a radioterapia estereotáxica (SBRT) com diferentes esquemas de fracionamento. Assista em vídeo na TV Onconews.
Em vídeo para a TV Onconews, o radio-oncologista João Victor Salvajoli, coordenador do Serviço de Radioterapia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP); e o urologista Rodolfo Reis, Professor Livre-docente e chefe do Departamento de Urologia da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, debatem os resultados preliminares do estudo randomizado PACE B, designado como Abstract número 1 no Simpósio ASCO GU 2019.
Em vídeo para a TV Onconews, Murilo Luz e Karim Fizazi, co-autores do estudo ARAMIS, analisam os resultados apresentados no ASCO GU. Darolutamida, o novo antagonista seletivo do receptor de androgênio, reduziu significativamente o risco de sobrevida livre de metástases em pacientes com câncer de próstata não metastático resistente à castração (nmCPRC) e ainda mostrou impacto positivo em endpoints secundários, incluindo sobrevida global, tempo para o primeiro evento esquelético sintomático, tempo até a quimioterapia citotóxica e tempo para a progressão de dor. Assista.
Dados de atualização do estudo Fase III SPARTAN foram apresentados no ASCO-GU 2019, em nova análise de segurança e eficácia de apalutamida em pacientes com câncer de próstata resistente a castração de alto risco, sem disseminação metastática. Os resultados foram apresentados por Eric Small (foto), professor de medicina e urologia na Universidade da California.
Uma análise interina do estudo REDUSE apresentada na ASCO GU mostrou que quase 30% dos homens tratados com denosumabe apresentaram hipocalcemia na fase de indução a cada 4 semanas (q4w), apesar da suplementação obrigatória de cálcio e Vitamina D. Essa taxa foi consideravelmente maior do que a relatada nos estudos que embasaram o registro de denosumabe (13%). Os resultados foram apresentados por Silke Gillessen, médica do Manchester Cancer Research Centre e primeira autora do trabalho.
Durante o Simpósio ASCO 2019 foram apresentados os resultados preliminares de eficácia e segurança de nivolumabe mais ipilimumabe no tratamento do câncer de próstata metastático resistente à castração (CheckMate 650).
Um dos destaques do programa científico do primeiro dia da ASCO GU foi a apresentação da análise final do LATITUDE, estudo Fase III com pacientes recém diagnosticados com câncer de próstata metastático sensível à castração tratados com abiraterona (Zytiga®) e terapia de privação androgênica (ADT). Em apresentação oral, Karim Fizazi (foto), primeiro autor do estudo, mostrou que a análise final confirmou o ganho significativo de sobrevida com abiraterona nessa população de pacientes.
Dados atualizados do estudo Keynote-426 serão apresentados no ASCO GU 2019, mostrando a eficácia e segurança da combinação de axitinibe e do anti PD-1 pembrolizumabe como primeira linha de tratamento no câncer renal avançado. "São resultados empolgantes", disse o primeiro autor, Thomas Powles, do Barts Cancer Institute em Londres, Inglaterra.
Estudo de Fase II apontado entre os destaques do ASCO-GU 2019 apresenta dados atualizados de lutécio-177 (177Lu)-PSMA-617 (LuPSMA) em pacientes com câncer de próstata metastático resistente a castração. LuPSMA é uma molécula radiomarcada que se liga com alta afinidade ao antígeno de membrana específico da próstata (PSMA), possibilitando a entrega direcionada da radiação (Abstract 228).
Afroamericanos têm maior mortalidade por câncer de próstata metastático resistente a castração (mCPRC) comparados aos caucasianos, mas podem ter melhor resposta ao tratamento com abiraterona ou enzalutamida. É o que mostram resultados de estudo que promete concentrar as atenções no ASCO GU 2019, em apresentação de Megan McNamara, professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Duke, Carolina do Norte.