Onconews - Revisitando os principais mecanismos epigenéticos de regulação gênica

Em mais um tópico da coluna ‘Drops de Genômica’, o oncologista Andre Murad (foto) revisita os principais mecanismos de regulação gênica como modificação de histonas, metilação do DNA e vias de RNA não codificadoras. Confira.

Por André Marcio Murad*

1. Modificação de Histonas

As proteínas histonas desempenham um papel fundamental no empacotamento do DNA na cromatina. Modificações químicas como acetilação, metilação, fosforilação e ubiquitinação de histonas podem relaxar ou condensar a estrutura da cromatina. Essas alterações influenciam a acessibilidade da maquinaria transcricional a genes específicos, regulando assim a expressão gênica sem alterar a sequência de DNA em si.

2. Metilação do DNA

A metilação do DNA envolve a adição de um grupo metil à base de citosina no DNA, tipicamente em sítios CpG. Esse processo está associado ao silenciamento gênico e desempenha um papel essencial em vários processos biológicos, incluindo desenvolvimento, inativação do cromossomo X e imprinting genômico. A metilação de regiões promotoras pode impedir a ligação de fatores de transcrição, inibindo assim a transcrição gênica.

3. Vias de RNA Não Codificadoras

RNAs não codificantes, especialmente microRNAs (miRNAs), estão envolvidos na regulação pós-transcricional da expressão gênica. Os miRNAs se ligam a sequências complementares nos RNAs mensageiros (mRNAs) alvo, levando à degradação do mRNA ou à inibição da tradução. Essa regulação ocorre sem qualquer alteração na sequência de DNA e permite o ajuste fino da expressão gênica em resposta às condições celulares.

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*André Murad é diretor científico do Grupo Brasileiro de Oncologia de Precisão (GBOP), diretor clínico da Personal - Oncologia de Precisão e Personalizada, professor adjunto coordenador da Disciplina de Oncologia da Faculdade de Medicina da UFMG, e oncologista e oncogeneticista da Clínica OncoLavras