EANO: Highlights em neuro-oncologia
Marcos Maldaun (foto), presidente da Sociedade Latinoamericana de Neuro-Oncologia (SNOLA), apresenta o que foi destaque no 12o Congresso Europeu de Neuro-Oncologia (EANO), realizado na Alemanha de 12 a 16 de outubro. Marcadores moleculares que ajudam a definir a seleção terapêutica e o papel de modernos inibidores de checkpoint em glioblastoma multiforme estão entre os temas que concentraram as atenções no EANO Meeting.
Em recente publicação no Lancet Oncology (Lancet Oncol 2016; 17: e383–91) Goldbrunner e colaboradores criaram uma força-tarefa para estabelecer recomendações da Associação Europeia de Neuro-Oncologia (EANO) no tratamento dos meningiomas. Estes tumores são os mais frequentes no SNC, mas existem poucos estudos desenhados adequadamente comparando as possibilidades terapêuticas. As recomendações foram sugeridas após revisão sistemática da literatura, mas limitando-se a grau de recomendação B, C ou opinião de experts. O cirurgião Marcos Maldaun, presidente da Sociedade Latinoamericana de Neuro-Oncologia (SNOLA), comenta para o Onconews.
Médicos e pacientes já começam a mostrar preocupação com o cenário da talidomida no Brasil, mas o Ministério da Saúde nega o desabastecimento. A Fundação Ezequiel Dias (Funed), responsável pela produção da Talidomida no país, informou em nota que interrompeu a produção em 2014, quando foram produzidos os últimos lotes, que vencem agora em outubro de 2016.
O FDA aprovou o atezolizumab (Tecentriq®, Genentech/Roche) para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão não pequenas células metastático (CPNPC) com progressão da doença após um regime contendo platina e à terapia-alvo para pacientes com mutações EGFR ou ALK. O inibidor de PD-L1 atezolizumab havia sido aprovado pelo FDA em maio deste ano para o tratamento do carcinoma urotelial de bexiga.
A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) emitiu um guideline1 para rastreamento do câncer do colo do útero, uma das principais causas de morte por câncer entre mulheres em todo o mundo. A diretriz foi publicada dia 12 de outubro no Journal of Global Oncology e fornece recomendações baseadas em evidências para o rastreamento, acompanhamento dos resultados HPV-positivos e tratamento de mulheres com pré-câncer cervical. A oncologista Angélica Nogueira Rodrigues, presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA/GBTG), comentou para o Onconews.
A era das terapias personalizadas no tratamento do câncer trouxe uma nova geração de antineoplásicos de uso oral. Artigo publicado online dia 13 de outubro no JAMA Oncology mostra que a mudança de paradigma requer prescritores mais bem informados sobre o potencial para interações medicamentosas. O risco é elevado e a maioria dos antineoplásicos orais aprovados desde 2010 está associada com múltiplas interações, aponta o estudo.
A partir de 2017, o Ministério da Saúde passa a incluir a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) para meninos entre 12 e 13 anos na rotina do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). A faixa-etária será ampliada gradativamente até 2020, quando serão incluídos os meninos de 9 a 13 anos. O anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde dia 11 de outubro. A estratégia tem como objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. A bióloga Luisa Lina Villa comentou para o Onconews.
No último congresso anual da American Society for Therapeutic Radiology (ASTRO), realizado de 25 a 28 de setembro em Boston, EUA, o programa científico dedicou três sessões para apresentar um tema de fronteira: o efeito abscopal da radioterapia. Robson Ferrigno (foto), Coordenador dos Serviços de Radioterapia da Beneficência Portuguesa, apresentou na ASTRO os resultados do estudo que avalia pacientes tratados com inibidor de chekpoint e radioterapia hipofracionada e explica o novo conceito. Leia a íntegra.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no Brasil o registro do anti PD-1 pembrolizumabe (Keytruda®, da MSD) para qualquer fase do tratamento do melanoma avançado. O registro foi publicado no Diário Oficial da União (DOU nº 190) dia 3 de outubro e tem como base os resultados do estudo de fase III KEYNOTE-0061, além das análises de dois estudos iniciais (KEYNOTE-0012 e KEYNOTE-0023).
Relatório apresentado por uma companhia norte-americana* especialista em estatísticas publicou a lista dos medicamentos oncológicos que devem figurar entre os 20 mais vendidos no mundo até 2020. A lista é encabeçada pelo agente imunomodulador lenalidomida (Revlimid®, da Celgene) e entre os top 5 considera ibrutinibe (Imbruvica®, Abbvie/Janssen), bevacizumabe (Avastin®, Roche), nivolumab (Opdivo®, BMS) e enzalutamida (Xtandi®, Astellas).
Disponível em acesso aberto, a atualização do guideline para radioterapia pós-mastectomia (PMRT) se concentra em áreas-chave e ainda controversas, como o uso da PMRT para pacientes com um a três gânglios linfáticos positivos e o uso de PMRT para pacientes submetidas à terapia sistêmica neoadjuvante, além de contemplar aspectos técnicos, em particular a extensão da região de irradiação nodal.