Tratamento de resgate para leucemia mieloide aguda refratária ou recidivada
O hematologista Wellington Fernandes da Silva (foto), médico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), é primeiro autor de estudo retrospectivo que compara os resultados de pacientes com leucemia mieloide aguda (LMA) refratários e recidivados tratados com os regimes “MEC” (mitoxantrona, etoposídeo e citarabina) e “FLAG-IDA” (fludarabina, citarabina, idarubicina e filgrastim). Os resultados foram publicados na Clinics, periódico da Faculdade de Medicina da USP.
Diante de um cenário que impõe decisões complexas, o Grupo Francês de Sarcoma propôs um conjunto de recomendações gerais para auxiliar no manejo de pacientes com sarcoma durante a pandemia de COVID-19. "As recomendações do grupo francês de sarcoma vêm ao encontro de vários guidelines internacionais que visam melhor balizar nossas condutas. No entanto, é importante tentar adaptá-las à nossa realidade local”, afirma o oncologista Cícero Martins (foto), médico do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e do Américas Oncologia.
Os inibidores de checkpoint imune (ICI) visando PD-1, PD-L1 ou a proteína 4 associada a linfócitos T (CTLA-4) marcam forte tendência na pesquisa e no tratamento do câncer, em combinação ou em monoterapia. Mas apesar de respostas duráveis em um subgrupo, estima-se que atualmente 87% dos pacientes não obtêm benefícios de longo prazo com a imunoterapia. Em busca de novas estratégias para melhorar as taxas de resposta dos ICI, várias abordagens baseadas em nanomedicina merecem atenção. A Nature Reviews Clinical Oncology discute o assunto, em artigo de Rakesh K. Jain e colegas. Roger Chammas (foto), Professor Titular de Oncologia da Faculdade de Medicina da USP e Coordenador do Centro de Investigação Translacional em Oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), analisa o trabalho.
A AstraZeneca anunciou o início do ensaio clínico randomizado CALAVI para avaliar a eficácia do inibidor da tirosina quinase de Bruton (BTK) acalabrutinibe (Calquence®) no tratamento da tempestade de citocinas (hipercitocinemia) associada à infecção por COVID-19 em pacientes graves. O medicamento é indicado para o tratamento da leucemia linfocítica crônica (LLC), além de pacientes com linfoma de células do manto (MCL) que receberam pelo menos uma terapia anterior.
A taxa de mortalidade da COVID-19 parece ser maior na população caucasiana do que na população asiática. É o que sugere artigo de Passaro, A et al no Annals of Oncology, que enfatiza a importância de reconhecer pacientes com câncer de pulmão como população prioritária para testes da COVID-19 e anuncia a criação de um registro global, o TERAVOLT (Thoracic Cancers International coVid 19 Collaboration), para avançar nas pesquisas de avaliação de risco. Quem comenta é o cirurgião oncológico Riad Younes (foto), Diretor Geral do Centro de Oncologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) divulgou um conjunto de recomendações para apoiar a comunidade oncológica a tomar decisões sobre a alocação de recursos escassos de saúde durante a pandemia de COVID-19. O objetivo é garantir que as perspectivas de pacientes com câncer e oncologistas sejam incluídas em todas essas decisões. As recomendações foram desenvolvidas pelo Comitê de Ética da ASCO, aprovadas pelo Conselho de Administração e aceitas após revisão por pares para publicação futura no Journal of Clinical Oncology.
Com base nos dados de eficácia, o ensaio de Fase III ADAURA foi encerrado por determinação do Comitê Independente de Monitoramento de Dados, indicando que osimertinibe (Tagrisso®) alcançou o endpoint primário e ampliou a sobrevida livre de progressão de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) EGFR mutado estágio IB, II, IIIA e IIIA com ressecção completa do tumor. O estudo teve a participação de mais de 200 centros, em 20 países, incluindo 11 centros brasileiros.
Sílvio Bromberg, mastologista do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e do Departamento de Mastologia da BP Mirante, apresenta mais um podcast Onconews, analisando estudo chinês que aborda os cuidados a serem tomados para realização de cirurgias de câncer de mama durante o período de incubação COVID-19. Ouça aqui.
Avaliação prospectiva de pacientes com câncer de mama inicial do estudo TAILORx indica que a quimioterapia produz comprometimento cognitivo precoce, mas não sustentado, em relação à terapia endócrina. Os resultados publicados Journal of Clinical Oncology trazem segurança a pacientes e oncologistas sobre a indicação de quimioterapia adjuvante para reduzir o risco de recorrência.
Artigo de Andreia Cristina de Melo e Luiz Claudio Santos Thuler, da Divisão de Pesquisa Clínica e Desenvolvimento Tecnológico do Instituto Nacional de Câncer (INCA), revisa a literatura inicial sobre câncer e COVID-19. “Diante desses relatos pioneiros, pode-se concluir que, aparentemente, pacientes com câncer apresentam risco mais elevado do que a população geral de desenvolver a Covid-19, evoluindo com elevadas taxas de letalidade”, aponta o trabalho, editorial da Revista Brasileira de Câncer. “A disseminação epidêmica do Sars-CoV-2 traz grandes desafios para a prática clínica nas áreas da oncologia e de hematologia”, analisa o estudo brasileiro.
Heshiki et al. investigaram como a microbiota intestinal pode influenciar os resultados do tratamento de uma coorte de pacientes com oito tipos diferentes de câncer. Os dados sugerem que compostos específicos da microbiota influenciam o crescimento tumoral e a resposta terapêutica, com implicações no prognóstico e tratamento do câncer. Dan Waitzberg, professor associado do departamento de Gastroenterologia da FMUSP e Diretor científico da Bioma4me, analisa os achados.