Terapia endócrina neoadjuvante, estadiamento axilar e cirurgia conservadora da mama
Qual a eficácia da terapia endócrina neoadjuvante na redução do estadiamento axilar e na realização de uma cirurgia conservadora da mama? O mastologista Silvio Bromberg, médico do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e do departamento de Mastologia da BP Mirante, discute os resultados de estudo retrospectivo publicado no Annals of Surgical Oncology que buscou responder essa questão. Ouça, em mais um PODCAST ONCONEWS.
Estudo de McDonald et al publicado no Journal of Clinical Oncology mostrou associação positiva entre a irradiação corporal total (TBI) em idade precoce e o desenvolvimento subsequente de câncer de mama em sobreviventes de transplante de medula óssea (TMO). Segundo os autores, esses achados devem ser considerados para orientar o rastreamento do câncer de mama nessa população. “A exposição à TBI em idade <30 anos foi associada a um risco 4,4 vezes maior de câncer de mama em sobreviventes de TMO alogênico e a um risco 4,6 vezes maior em sobreviventes de TMO autólogo”, alertam. O oncohematologista Ângelo Maiolino (foto) comenta os resultados.
O tabagismo está associado ao aumento do risco de câncer colorretal (CRC), mas não está claro qual é a força dessa associação, se existe uma dose-resposta, ou mesmo qual o efeito do tabagismo em diferentes subtipos de CRC. Meta-análise que avaliou 188 estudos reportou os resultados em artigo publicado em agosto por Botteri E et al. no American Journal of Gastroenteroly.
Estudo realizado no Reino Unido avaliou o risco de morte por COVID-19 de acordo com o subtipo de câncer, em uma análise prospectiva que considerou mais de mil pacientes. Os resultados foram reportados 24 de agosto no Lancet Oncology e devem ser vistos com cautela. “Pacientes com neoplasias hematológicas (leucemia, linfoma e mieloma) estão sobrerrepresentados, o que talvez sugira uma suscetibilidade aumentada a priori à infecção viral”, destacam os autores.
Existem inúmeras barreiras para o tratamento do câncer testicular em populações carentes, que podem levar a piores resultados de sobrevida. Estudo publicado na Cancer1 por pesquisadores da Universidade do Texas e do UT Southwestern Medical Center mostra como a integração e padronização do atendimento podem superar os fatores sociodemográficos que limitam o atendimento ao paciente. Flavio Cárcano (foto), oncologista do Hospital de Câncer de Barretos, analisa os resultados.
Estudo randomizado de Fase III conduzido no Tata Memorial Center, na Índia, mostrou que quimioterapia metronômica oral não é inferior à cisplatina intravenosa no que diz respeito à sobrevida global em câncer de cabeça e pescoço no cenário paliativo e está associada a menos eventos adversos. “Representa um novo padrão de tratamento alternativo quando as opções atualmente aprovadas pela NCCN para terapia paliativa não forem viáveis “, destacam os autores, em artigo no Lancet Global Health. A oncologista Aline Chaves (foto), presidente do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) e médica da clínica DOM Oncologia, comenta o trabalho.
Artigo de Adler et al. publicado 19 de agosto no NEJM Journal Watch discutiu os resultados do estudo de Zhang L et al sobre ablação guiada por ultrassom endoscópico em tumores pancreáticos. A revisão sustenta que a taxa de sucesso clínico de procedimentos de ablação é encorajadora e que a maioria dos eventos adversos foram leves e tratados com medicamentos, mas ressalva que muitos dos estudos incluídos na meta-análise foram pequenos e com acompanhamento limitado. “Embora o estudo sugira que a ablação guiada por EUS é eficaz, os critérios aplicados para definir o sucesso clínico devem ser analisados para melhor avaliar a eficácia do método”, observa Marianny Sulbaran (foto), endoscopista do HCFMUSP.
Estudo de coorte retrospectivo buscou avaliar a letalidade da neoplasia trofoblástica gestacional em mulheres brasileiras, comparando os casos de morte pela doença com as sobreviventes e identificando fatores associados à letalidade. “O estudo é o primeiro a analisar independentemente os fatores de risco para morte entre neoplasia trofoblástica gestacional de baixo e alto risco, em comparação com sobreviventes”, explicam os ginecologistas Fernanda Freitas e Antonio Braga (foto), autores do artigo publicado no periódico Gynecologic Oncology.
A bióloga Emilia Modolo Pinto (foto), pesquisadora associada do St. Jude Children's Research Hospital, é primeira autora de artigo de revisão publicado na Cancer1 que destaca as principais contribuições científicas envolvendo a mutação TP53 p.R337H nos últimos 20 anos. “No Brasil, uma história fascinante sobre p53 e predisposição ao câncer teve início no ano 2000 com a identificação da mutação TP53 p.R337H. Aprendemos muito sobre a genética e a biologia dessa mutação, muito provavelmente de origem europeia, mas que ocorre numa frequência elevada em nossa população”, afirma a pesquisadora.
Publicado no Journal of Clinical Oncology (JCO), guideline da ASCO fornece recomendações para o uso de inibidores de PARP no tratamento do câncer epitelial de ovário, tuba uterina ou primário de peritôneo. As recomendações são dirigidas a pacientes sem tratamento prévio com essa classe de medicamentos. “O trabalho organiza as evidências e propõe diretrizes para seu uso e manejo de eventos adversos, com indicações claras para monitoramento e redução de dose a fim de preservar a eficiência e segurança do tratamento e a qualidade de vida das pacientes”, avalia a oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz (foto), Coordenadora da Oncologia Clínica do ICESP.