O mastologista Ruffo de Freitas Júnior (foto) é coautor de estudo que comparou a qualidade de vida, os níveis de fadiga e a força muscular de mulheres com câncer de mama submetidas à quimioterapia ou terapia hormonal com um grupo controle de mulheres saudáveis. Os resultados estão em artigo de Pereira et al.na Frontiers in Oncology.
Neste estudo de caso-controle foram incluídas mulheres com idades entre 45 e 65 anos diagnosticadas com câncer de mama entre outubro de 2021 e agosto de 2022 no Hospital das Clínicas de Goiânia, Brasil. Aproximadamente um controle pareado por idade foi selecionado da população geral para cada 2,2 casos. A qualidade de vida foi avaliada usando o EORTC QLQ-BR23, a fadiga com o FACT B+4 e a força muscular por meio de testes de preensão manual.
Um total de 95 participantes foram incluídas (65 casos, 30 controles). Entre os casos, 40% (n = 26) estavam em quimioterapia e 60% (n = 39) em terapia hormonal. Os resultados mostram que domínios de qualidade de vida, como sintomas gerais, efeitos colaterais e sintomas nos braços e no peito, foram piores entre os casos tratados em comparação aos controles (p < 0,01 para todos), mas não foram observadas diferenças significativas entre os grupos de tratamento (p > 0,05).
Em relação aos níveis de fadiga, a análise mostra a ocorrência maior entre os casos em comparação aos controles, considerando domínios como bem-estar físico e social, fadiga geral, fadiga relacionada ao câncer e fadiga relacionada ao câncer de mama (p < 0,01, p = 0,05, p < 0,01, p < 0,01, p < 0,01, respectivamente), sem diferenças significativas entre os grupos de tratamento (p > 0,05).
A análise também revela que a força de preensão manual foi menor no lado direito nos casos tratados com terapia hormonal em comparação aos controles (-5,0; IC de 95%: -7,69 a -2,31; tamanho do efeito: -0,49), o que representa um efeito de magnitude moderada. No lado esquerdo, Pereira e colegas descrevem que ambos os grupos de tratamento apresentaram força reduzida em comparação aos controles (-5,1; IC 95%: -7,99 a -2,21; -5,9; IC 95%: -8,51 a -3,29; tamanhos de efeito: -0,93 e -1,04, respectivamente), indicando efeitos de grande magnitude, o que pode sugerir possível relevância clínica. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos de tratamento (p > 0,05).
“Diferenças na qualidade de vida, fadiga e força muscular foram observadas entre mulheres em tratamento e aquelas saudáveis, sem distinção entre os tipos de tratamento”, concluem os autores.
O estudo tem como primeira autora a pesquisadora Naiany Pereira, da Universidade Federal de Goiás, e além de Ruffo de Freitas Júnior conta com a participação de Vitor Marques, João Batista Ferreira Junior e Carlos Alexandre Vieira.
Referência:
Front. Oncol. Sec. Breast Cancer. Volume 15 - 2025 | doi: 10.3389/fonc.2025.1553009