ESMO avalia reflexos da pandemia em profissionais de oncologia
A pandemia da COVID-19 pode trazer consequências negativas no bem-estar de profissionais de saúde e, consequentemente, no atendimento ao paciente. Com o objetivo de avaliar o bem-estar de profissionais de oncologia ao longo do tempo desde o início da pandemia, a colaboração ESMO Resilience Task Force realizou dois surveys online. Os resultados serão apresentados no ESMO Virtual Congress 2020 (LBA70).
A COVID-19 está desafiando os cuidados e serviços oncológicos em todo o mundo. Um survey realizado por 20 oncologistas dos dez países mais afetados pela pandemia buscou avaliar seu impacto na organização da assistência oncológica. Os resultados do trabalho foram selecionados para o ESMO Virtual Congress 2020 (LBA76), em apresentação de Guy Jerusalem (foto), chefe do departamento de oncologia clínica no Hospital Universitário de Liege, na Bélgica.
A pandemia da COVID-19 impactou os sistemas de saúde em todo o mundo e resultou na interrupção dos cuidados habituais em muitas instituições, expondo pacientes com câncer vulneráveis a riscos significativos. Com o objetivo de avaliar o impacto global da pandemia no tratamento do câncer, estudo liderado por Abdul-Rahman Jazieh (foto), médico do King Abdulaziz Medical City, na Arábia Saudita, reuniu dados de 356 centros de câncer em 54 países (1678P). O trabalho conta com a participação da oncologista Clarissa Mathias, do Núcleo de Oncologia da Bahia (NOB/Grupo Oncoclínicas).
O aumento da prevalência de pacientes com câncer tem levado a uma demanda crescente em atividades oncológicas, o que exige uma reformulação da prática de cuidados. Estudo de mundo real selecionado para apresentação em pôster no ESMO Virtual Congress 2020 (1613P) estimou a carga de trabalho gerada por cada novo paciente encaminhado ao Departamento de Oncologia do Academic Cancer Center of Udine, Itália, no período de dois anos após a primeira consulta.
A oncologista Heloisa Resende (foto) é primeira autora de estudo apresentado no ASCO 2020 que buscou compreender os motivos que dificultam a mudança de prática dos oncologistas brasileiros em relação aos medicamentos biossimilares. “O Brasil e os países em desenvolvimento têm acesso limitado a medicamentos biológicos e terapias-alvo devido ao alto custo, e os biossimilares podem contribuir para melhorar o acesso dos pacientes a esses medicamentos com eficácia e segurança”, sustenta.
O oncologista brasileiro Rodrigo Taboada (foto), do A.C.Camargo Cancer Center, foi um dos dez jovens especialistas escolhidos pela Sociedade Europeia de Oncologia para receber o Young Investigator Award na ESMO GI 2020. O prêmio foi concedido pelo estudo que comparou as características clínico-patológicas e moleculares de carcinomas e tumores neuroendócrinos de alto grau.
Arinilda Campos Bragagnoli (foto), do Hospital de Câncer de Barretos, é primeira autora de estudo que buscou determinar se metformina em combinação com irinotecano aumenta as taxas de controle da doença em pacientes com câncer colorretal avançado. O trabalho foi selecionado para apresentação em pôster no ESMO GI 2020.
Axel Grothey, Diretor de Pesquisa em Tumores Gastrointestinais do West Cancer Center, em Memphis, apresentou no ESMO GI 2020, os resultados da primeira etapa do estudo de Fase II ANCHOR, que avalia o triplet com encorafenibe, binimetinibe e cetuximabe como tratamento de primeira linha no câncer colorretal metastático BRAFV600E mutado. Quem comenta é o oncologista Tiago Biacchi (foto), médico do ICESP e do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.
GIST é o sarcoma mais comum do trato gastrointestinal e mutações primárias no KIT ou PDGFRA ocorrem em > 85% dos pacientes e ativam as quinases. Um novo inibidor de tirosina-quinase, ripretinib mostrou resultados de sobrevida em pacientes politratados no estudo de Fase III INVICTUS. Agora, nova análise destacada em sessão oral na ESMO GI 2020 mostra também dados de eficácia e segurança após o crossover. “Ripretinib surge como uma nova opção eficaz para o tratamento do GIST avançado, em um cenário de poucas opções farmacológicas”, avalia o oncologista Cícero Martins (foto), médico do Instituto Nacional do Câncer (INCA) e do Américas Oncologia.
Nova análise do estudo BEACON foi apresentada em sessão oral no ESMO GI, desta vez reportando os eventos adversos mais comuns com encorafenibe (inibidor de BRAF) mais cetuximabe em pacientes com câncer colorretal metastático (mCRC), além das melhores práticas para gerenciar esses eventos com base nas evidências disponíveis. “Além de promover maior controle de doença, o novo regime com drogas-alvo demonstrou uma melhora substancial na qualidade de vida reportada pelos pacientes”, observa o oncologista Rivadávio Antunes de Oliveira (foto), preceptor e coordenador da residência de Oncologia Clínica do Hospital do Câncer de Londrina (HCL).