ADAURA: Osimertinibe melhora controle de recorrência no SNC
A recidiva de SNC é comum no câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) e reconhecidamente um fator de mau prognóstico. No cenário do CPCNP ressecado EGFR mutado, o impacto do tratamento nos locais de recorrência tem papel-chave, contexto que motivou ensaio de Fase III com osimertinibe nessa população de pacientes. Análise exploratória apresentada na ESMO 2020 (LBA1) por Masahiro Tsuboi (foto) mostrou benefício de osimertinibe no controle da doença, com redução de 82% no risco de recorrência no SNC ou morte. Os resultados foram publicados simultaneamente no New England Journal of Medicine.
O ensaio clínico aberto de Fase III (PROfound ) alcançou seu principal endpoint e mostrou que olaparibe prolongou a sobrevida livre de progressão radiográfica em pacientes com câncer de próstata metastático resistente a castração (mCPRC) em progressão da doença e com alterações em BRCA1, BRCA2 e ATM. Agora, apresentou na ESMO 2020 os dados finais de sobrevida global, principal endpoint secundário. Os resultados foram publicados no New England Journal of Medicine (NEJM).
Bruna Raphaeli Mattos (foto), do A.C.Camargo Cancer Center, é primeira autora de estudo multicêntrico que buscou avaliar os fatores prognósticos em pacientes com câncer anal metastático, com foco nos resultados de pacientes infectados pelo HIV. O trabalho foi selecionado para apresentação em poster no ESMO Virtual Congress 2020.
Estudo apresentado no ESMO 2020 demonstrou que a adição do anti-PD-L1 avelumabe aos melhores cuidados de suporte (BSC) como terapia de manutenção prolongou significativamente a sobrevida global em comparação com BSC isolado em pacientes com câncer urotelial cuja doença não progrediu à quimioterapia de primeira linha. Os resultados foram publicados simultaneamente no New England Journal of Medicine.
No estudo de Fase III PACIFIC o uso de durvalumabe melhorou a sobrevida livre de progressão e a sobrevida global de pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas estágio III irressecável sem progressão da doença após quimiorradioterapia concomitante. Na ESMO 2020 análises exploratórias atualizadas apresentam resultados de sobrevida em 4 anos, incluindo a primeira estimativa de SG mediana para o braço durvalumabe.
O estudo CLARINET FORTE apresentou no ESMO 2020 resultados que prometem impactar a prática no tratamento de pacientes com tumores neuroendócrinos (TNEs) pancreáticos ou de midgut em progressão da doença. Os primeiros dados de eficácia e segurança mostram que aumentar a frequência da dose de lanreotida (Somatuline® autogel®) aumentou o controle da doença e a sobrevida livre de progressão, o que permitiu atrasar o escalonamento do tratamento em até 8,3 meses em pacientes com TNEs avançado de migdut e em até 5,6 meses em pacientes com TNEs pancreáticos progressivos, sem novos sinais de segurança.
O estudo britânico STAMPEDE, ensaio randomizado que analisa múltiplos braços de intervenção, mostrou que acetato de abiraterona mais prednisona resultou em ganho de sobrevida em pacientes com câncer de próstata. Agora, apresentação no ESMO 2020 reportou os resultados de longo prazo em pacientes com doença M1.
Estudo caso-controle multicêntrico apresentado em mini sessão oral no ESMO 2020 discutiu o papel prognóstico de mutações germinativas BRCA2 (gBRCA2) no câncer de próstata. “Nossos resultados sugerem que a codeleção somática de BRCA2-RB1 e a amplificação MYC definem um subtipo agressivo”, concluem os autores.
Estudo apontado entre os destaque do Congresso Virtual ESMO 2020 dimensiona os desafios impostos pela COVID-19 à organização e à prestação de cuidados oncológicos. As respostas foram obtidas de centros de oncologia em 18 países e sugerem nova pressão sobre a carga do câncer na Europa. No geral, 60,9% dos oncologistas relataram que a atividade clínica foi reduzida no pico da pandemia, enquanto quase dois terços (64,2%) citaram o subtratamento como uma grande preocupação e 37% prevêem reduções significativas na pesquisa em cancer1.