KRAS G12C é novo alvo terapêutico no câncer colorretal
Estudo de Fase 1/2 que avaliou adagrasibe em pacientes com tumores sólidos avançados com mutação KRAS G12C sem opções terapêuticas disponíveis mostrou no ESMO 2021 resultados em uma coorte de pacientes com câncer colorretal. Os dados apresentados sugerem atividade clínica promissora em pacientes fortemente pré-tratados. "Mais um estudo que baseia a terapia em informações moleculares como forma de seleção de pacientes, reforçando a tendência de personalização do tratamento", observa o oncologista Alexandre Palladino (foto), chefe da oncologia clínica do Hospital do Câncer I (INCA).
A oncologista Nieves Martinez Chanza, do Jules Bordet Institute, Bélgica, é primeira autora de estudo apresentado em sessão mini-oral no ESMO 2021 com resultados de avelumabe como tratamento neoadjuvante em pacientes com câncer de bexiga músculo invasivo.
Pacientes com câncer não participaram de ensaios clínicos conduzidos para desenvolvimento de vacinas contra a COVID-19, e havia dúvidas sobre a eficácia e segurança da imunização em indivíduos com sistema imunológico comprometido. Agora, estudos apresentados no ESMO 2021 Congress confirmam a eficácia da imunização nessa população de pacientes.
Estudo randomizado de Fase III (CONVERT) realizado por pesquisadores chineses comparou o padrão de quimiorradioterapia (CRT) em pacientes com câncer retal localmente avançado (LARC) sem envolvimento da fáscia mesorretal (MRF) com capecitabina na quimioterapia neoadjuvante com CapeOx nessa população de pacientes. Os resultados apresentados no ESMO 2021 sugerem que o novo regime pode ser uma alternativa potencial para CRT em LARC, com taxas semelhantes de resposta patológica completa e downstage, além de menos metástase à distância perioperatória e menor número de colostomia preventiva em comparação com nCRT. Quem analisa o trabalho é o cirurgião colorretal Rodrigo Oliva Perez (foto), médico do Instituto Angelita e Joaquim Gama.
Estudo randomizado internacional de Fase III apresentou resultados de segurança e eficácia da radioembolização transarterial com ítrio-90 (TARE) em combinação com quimioterapia sistêmica no cenário de segunda linha para metástases hepáticas do câncer colorretal.
Pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado ou metastático com alterações genômicas acionáveis derivam benefício limitado dos tratamentos disponíveis após falha aos inibidores de tirosina quinase (TKIs) e quimioterapia baseada em platina. Estudo multicêntrico com foco nessa população de pacientes apresentou no ESMO 2021 em sessão mini-oral resultados encorajadores do conjugado anticorpo-droga datopotamab deruxtecan (Dato-DXd).
Solange Sanches (foto), do AC Camargo Cancer Center, é autora sênior de estudo que se propõe a avaliar o perfil clínico e prognóstico do câncer de mama metastático com pseudocirrose, aceito para o ESMO Congress 2021.
Selecionado para apresentam na sessão Trials in Progress do ESMO 20201, o estudo DESTINY-Breast12 avalia a eficácia do conjugado anticorpo-droga trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) em pacientes com câncer de mama HER2-positivo avançado/metastático e metástases cerebrais previamente tratados.
A combinação de nivolumabe e quimioterapia continua a demonstrar benefício de sobrevida clinicamente significativo a longo prazo em comparação com a quimioterapia isolada na 1ª linha de tratamento de tumores gastrointestinais do trato alto. Os resultados são do estudo CheckMate 649, selecionado como Late Breaking Abstract no ESMO 2021. A oncologista Arinilda Campos Bragagnoli (foto), do Hospital de Câncer de Barretos, é coautora do trabalho.
Estudo randomizado de Fase 3 (EMPOWER-Lung 3), de 2 partes, avalia o tratamento de primeira linha com o anti PD-L1 cemiplimabe em pacientes com câncer de pulmão avançado, escamoso ou não escamoso, sem mutações acionáveis. Os resultados destacados no ESMO Congress 2021 mostram que cemiplimabe atingiu o desfecho primário de sobrevida global, estatisticamente significativa, e ainda mostrou benefício em outros desfechos avaliados, incluindo melhor sobrevida livre de progressão, taxa de resposta e duração de resposta. Aline Fares (foto), oncologista do Hospital de Base (HB-ONCO), de São José do Rio Preto/SP, comenta os resultados.
Ribociclibe foi o primeiro inibidor de ciclinas a demonstrar benefício de sobrevida global em pacientes na pós-menopausa com câncer de mama avançado receptor hormonal positivo / HER2 negativo (HR + / HER2−) tratadas com terapia endócrina. É o que aponta o ensaio MONALEESA-2, destacado entre os late breaking abstracts do ESMO Congress 2021. "Os resultados apresentados, com benefício de sobrevida global, consolidam ainda mais o papel do ribociclibe na primeira linha para essa população de pacientes, agora no cenário pós-menopausa”, avalia Fabio Franke (foto), oncologista do do Oncosite Centro de Pesquisa Clínica em Oncologia, de Ijuí-RS.