Anticorpo conjugado é nova promessa no câncer urotelial
O câncer urotelial permanece com limitadas opções terapêuticas no cenário localmente avançado ou metastático. Agora, uma nova promessa vem do anticorpo conjugado enfortumab-vedotin, que anunciou resultados encorajadores de estudo Fase II (EV-201) com uma primeira coorte de pacientes, mostrando taxa de resposta objetiva de 44% (LBA4505). O investigador principal é Daniel Petrylak (foto), do Yale Cancer Center.
O tratamento de primeira linha com a combinação de dabrafenibe e trametinibe prolongou a sobrevida livre de progressão (SLP) e sugeriu ganho de sobrevida global (SG) em pacientes com melanoma BRAF V600 mutado, com doença metastática ou irressecável. É o que confirmam os resultados de uma análise agrupada, com 5 anos de seguimento, apresentados em Sessão Oral na ASCO 2019 (Abstract 9507), a partir dos estudos Fase III COMBI-d e COMBI-v.
Estudo realizado pelos oncologistas André Murad e José Cláudio Casali e selecionado para publicação eletrônica na ASCO 2019 demonstrou a biopsia líquida por Digital Droplet PCR (dd-PCR) é um método altamente sensível e pode ser usado de rotina para detectar variações genômicas e determinar terapias-alvo em pacientes com tumores sólidos avançados variados.
Os desafios e soluções da vacinação contra o HPV na América Latina foram tema da apresentação da oncologista Angélica Nogueira-Rodrigues (foto), professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e presidente do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA/GBTG), durante a Educational Session da ASCO 2019. “Embora a América Latina tenha um histórico de alta cobertura vacinal, com sólidos programas nacionais de imunização, os programas de vacinação contra o HPV correm o risco de ser uma ferramenta eficiente, porém subutilizada, na América Latina”, afirma Angélica.
Heritage é um estudo Fase III, multicêntrico, duplo-cego, randomizado, que avaliou a eficácia e segurança de trastuzumabe biossimilar-dkst (Zedora®, Libbs Farmacêutica) versus trastuzumabe de referência (Herceptin®) em mulheres com câncer de mama HER2+ metastático, sem exposição prévia à terapia sistêmica.
O estudo multicêntrico MONALEESA-7, que tem a participação do oncologista Fabio André Franke, do Hospital de Caridade de Ijuí, demonstrou que a adição de ribociclibe (Kisqali®, Novartis) a um inibidor da aromatase não esteroide (NSAI) ou tamoxifeno (TAM) + goserrelina (GOS) prolongou significativamente a sobrevida livre de progressão em mulheres com câncer de mama avançado receptor hormonal positivo, HER2 negativo (HR= 0,55; Tripathy D, et al Lancet Oncol. 2018). Na ASCO 2019, o estudo apresenta os resultados de expressão gênica, em Poster Discussion no domingo, 2 de junho.
O estudo ENZAMET é um dos destaques da Sessão Plenária da 55ª ASCO. Os resultados de uma análise interina mostram benefício de sobrevida em pacientes com câncer de próstata metastático hormônio sensível tratados com enzalutamida (Xtandi®). Em três anos, 80% estavam vivos vs 72% dos que receberam exclusivamente antiandrógenos não esteroidais (LBA2). A apresentação é do oncologista Christopher Sweeney (foto), do Dana-Farber Cancer Institute.
O desenvolvimento de biossimilares aumenta globalmente como estratégia para facilitar o acesso do paciente a terapias inovadoras e novos dados de segurança pós-comercialização foram apresentados na ASCO 2019 pelo primeiro biossimilar de trastuzumabe aprovado no Brasil (MYL-1401O).
No panorama gastrointestinal, a Sessão Plenária da ASCO 2019 destacou o inibidor de PARP olaparibe como agente de manutenção no adenocarcinoma pancreático, após quimioterapia baseada em platina (POLO Trial), em pacientes com mutação germinativa BRCA. Os resultados despertam otimismo em um cenário de necessidades médicas não atendidas, com sobrevida livre de progressão mediana de 7,4 meses vs. 3,8 meses na comparação com placebo (LBA 4). A apresentação foi da oncologista Hedy Kindler (foto), da Universidade de Chicago.