Perspectivas no câncer gastrointestinal
Em ano de poucas novidades no panorama GI, promessas no tratamento do colangiocarcinoma foram destaque no programa científico. Os dados apresentados na ESMO 2019 por Ghassan Abou-Alfa (foto), do Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, mostraram pela primeira vez que uma terapia-alvo direcionada à mutação do isocitrato desidrogenase 1 (IDH1) pode melhorar os resultados de pacientes com colangiocarcinoma avançado.
Na oncologia torácica, novas evidências reforçam benefício da biópsia líquida. A imunoterapia também volta a apresentar bons resultados, com destaque para os estudos IMpower 110, com o anti PD-L1 atezolizumabe no câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC); e FLAURA, que avaliou o TKI-EGFR de terceira geração osimertinibe no CPNPC com mutação Ex19del / L858R EGFR.
Uma metanálise de ensaios clínicos randomizados realizada por pesquisadores da BP- A Beneficência Portuguesa de São Paulo, buscou caracterizar a incidência e os riscos relativos (RR) de quedas e fraturas em pacientes com câncer de próstata resistente à castração tratados com novos agentes hormonais. Apresentado por Rodrigo Mariano (na foto, à esquerda) e Ana Cláudia Galdino na sessão de pôster do ESMO 2019, o trabalho teve o oncologista Fábio Schutz como autor sênior.
Estudo brasileiro aceito na ESMO 2019 avaliou 97 pacientes adultos com osteossarcoma localizado tratados com quimioterapia sem adição de metotrexato (MTX). Os dados foram apresentados por Marília Silva e mostram resultados desfavoráveis de sobrevida global quando MTX é retirado do esquema MAP (metotrexato, doxorrubicina e cisplatina).
Gabriela Gomez (foto), biomédica doutoranda da Universidade de Campinas (UNICAMP), apresentou na sessão de pôster da ESMO 2019 estudo que buscou verificar se as variantes genéticas de base única (SNVs) no gene STAT3 (c.*1671T>C, c.-1937C>G) influenciam o risco, as manifestações clínicas e biológicas e a sobrevida dos pacientes com melanoma cutâneo.
Estudo brasileiro buscou avaliar o perfil genético de carcinomas gastrointestinais não-colorretais metastáticos, incluindo possíveis mutações na linha germinativa, terapias sugeridas, ensaios clínicos disponíveis e os resultados de terapias personalizadas com sequenciamento de próxima geração (NGS-TT) off-label. Os dados foram apresentados por Luiza Lara Gadotti (foto), do Hospital Sírio-libanês, na sessão de pôster da ESMO 2019. O oncologista Mauricio Ribeiro é o primeiro autor do trabalho.
Carine Mauro (foto), do A.C.Camargo Cancer Center, apresentou na sessão de poster da ESMO 2019 estudo que buscou avaliar a incidência e fatores de risco para infecções oportunistas ou qualquer infecção grave em pacientes com tumores neuroendócrinos tratados com everolimus fora dos ensaios clínicos.
Estudo apresentado na ESMO 2019 por Marcos Camandaroba (foto), do A.C.Camargo Cancer Center, buscou comparar o tempo para alcançar resposta completa entre pacientes com carcinoma espinocelular de canal anal HIV-positivo e HIV-negativo, bem como os resultados de acordo com o regime de quimioterapia (Nigro vs ACT2).
Gustavo Werutsky, chair do Latin American Cooperative Oncology Group (LACOG), e Evandro Azambuja, do Institut Jules Bordet, na Bélgica, falam sobre as novidades da oncologia mamária apresentadas na ESMO 2019, em edição que anunciou resultados importantes com inibidores de ciclinas no câncer de mama metastático receptor hormonal positivo e estabeleceu um novo padrão no TNBC. Assista.
Os destaques em tumores de cabeça e pescoço apresentados no Congresso ESMO 2019 estão na análise de Thiago Bueno e William William, oncologistas do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP). Assista.
Ana Gelatti, Gilberto Castro e Fernando Santini, do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT), comentam os estudos que marcaram o programa científico da oncologia torácica na ESMO 2019, em edição que traz novas promessas e perspectivas