Benedito Mauro Rossi (foto) é o patrocinador de estudo que pretende inscrever 60 pacientes com câncer de pâncreas para validar o painel mirPANC 2, baseado em miRNAs. “A pesquisa visa determinar se pequenas moléculas presentes no sangue, chamadas miRNAs, podem ajudar os médicos a avaliar se o tratamento está funcionando ou precisa de ajustes. Com isso, esperamos tornar o monitoramento do câncer menos invasivo e mais preciso, permitindo que os pacientes recebam tratamentos mais personalizados e eficazes”, descreve o protocolo (NCT06945978).
São elegíveis pacientes adultos (≥ 18 anos) com diagnóstico de adenocarcinoma ductal pancreático (PDAC, nas iniciais em inglês), com doença metastática e programados para iniciar tratamento com FOLFIRINOX. O protocolo do estudo exclui pacientes que já tenham sido submetidos à quimioterapia, seja neoadjuvante, adjuvante ou qualquer tratamento prévio de primeira linha.
O estudo será realizado na Beneficência Portuguesa de São Paulo e utilizará biópsia líquida para analisar os miRNAs circulantes em amostras de sangue. “Isso permitirá ajustes terapêuticos precisos e opções alternativas de tratamento com base no perfil do paciente. A abordagem inovadora combina biópsia líquida com análise de miRNA como uma ferramenta eficaz e de baixo custo para monitorar e personalizar o tratamento”, prossegue o protocolo.
A pesquisa destaca o uso de qPCR (quantitative polymerase chain reaction) como importante diferencial, uma vez que o método é mais acessível do que NGS e microarrays, o que aumenta a viabilidade clínica. “A pesquisa é altamente relevante para o Sistema Único de Saúde (SUS), visto que um painel de miRNA acessível pode otimizar o uso de recursos, reduzir os custos de tratamentos ineficazes e melhorar a qualidade e os resultados do atendimento, alinhando-se às metas do SUS para uma assistência médica precisa e acessível”.
A expectativa é concluir o mirPANC 2 até dezembro de 2027.
O câncer de pâncreas, particularmente o PDAC, tem prognóstico extremamente ruim, com taxa de sobrevida em 5 anos inferior a 3% em estágios avançados. Em 2020, o Brasil registrou cerca de 11.893 mortes por PDAC.
Referência:
ClinicalTrials.gov ID NCT06945978
Sponsor Benedito Mauro Rossi