Dieta e microambiente tumoral
Um crescente corpo de evidências mostra que intervenções dietéticas podem alterar os níveis de metabólitos no microambiente tumoral, afetando o metabolismo das células cancerosas e, consequentemente, o crescimento do tumor. Embora a restrição calórica (RC) e uma dieta cetogênica (KD) sejam frequentemente consideradas como limitantes da progressão do tumor, reduzindo a glicose no sangue e os níveis de insulina, Lien et al. reportaram na Nature dados que ampliam a compreensão sobre o papel da dieta no crescimento tumoral. “Dieta deve ser considerada uma importante forma de intervenção terapêutica, e estudos clínicos adicionais são claramente justificados”, avalia o oncologista Antonio Carlos Buzaid (foto), diretor médico geral da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Estudo publicado na Cancer, periódico da American Cancer Society, buscou avaliar os dados de eficácia da terapia sistêmica em pacientes com carcinoma do ducto salivar (SDC) e adenocarcinoma (não especificado/adeno-NOS) tratados no MD Anderson Cancer Center entre 1990 e 2020. A oncologista Luana Sousa (na foto, à direita), clinical fellow na instituição, é primeira autora do trabalho; Renata Ferrarotto, professora associada e diretora de Pesquisa Clínica em Cabeça e Pescoço do MD Anderson, é a autora sênior.
Roberto Pestana (foto), oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein e ex-fellow no MD Anderson Cancer Center, é primeiro autor de estudo publicado no periódico Current Problems in Cancer que utilizou dados de sequenciamento de RNA do Cancer Genome Atlas (TCGA) para analisar a expressão de antígenos alvo em diversos subtipos de sarcoma.
O oncologista Carlos Stecca (foto), ex-clinical research fellow no Princess Margaret Cancer Centre e atual membro do corpo clínico do Centro de Oncologia do Paraná (Curitiba) é primeiro autor do artigo de revisão1 publicado no periódico Therapeutic Advances in Medical Oncology que discute o padrão de tratamento, os avanços terapêuticos recentes, os ensaios clínicos em andamento e as perspectivas futuras no carcinoma urotelial metastático.
Com o início da pandemia de COVID-19, a telessaúde tornou-se a principal modalidade para consultas de saúde. Estudo que examinou as experiências e preferências dos pacientes em uma clínica de aconselhamento genético de câncer durante os primeiros 6 meses da pandemia (mar-ago/2020) reporta as vantagens e desvantagens da telessaúde, em artigo de Breen et al no JCO Oncology Practice.
O oncologista Daniel Vilarim Araujo (foto), chefe do serviço de oncologia clínica do Hospital de Base, em São José do Rio Preto/SP, é coprimeiro autor de revisão publicada no European Journal of Cancer que resume as vantagens e desvantagens dos métodos contemporâneos de escalonamento de dose em estudos de fase I, com ênfase em desenhos modelo-assistidos, incluindo variações contendo tempo até o evento, e métodos híbridos envolvendo dose biológica ideal (OBD).
Testes genéticos de irmãos de recém-nascidos com variantes em qualquer um dos 11 genes mais comumente associados aos tipos de câncer da infância podem reduzir as mortes por esses tumores em cerca de 50%, como sugere estudo financiado pelo National Institutes of Health (NIH). A testagem de rotina poderia economizar cerca de US$ 17.000 para cada ano de vida ganho entre os irmãos, em comparação com a não testagem. Os resultados foram publicados no JAMA Network Open, em artigo O’Brien et al. O oncogeneticista José Claudio Casali da Rocha (foto), do A.C.Camargo Cancer Center, analisa os principais achados.
Van Oekelen et al. demonstraram que pacientes com mieloma múltiplo (MM) produzem respostas altamente variáveis após duas doses de vacinas contra SARS-CoV-2, com ausência completa de respostas de anticorpos (anti-S IgG) em 15% daqueles pacientes. Agora, Aleman et al. esclarecem outro aspecto da vacina contra a COVID-19 na população com MM, avaliando diferenças quantitativas e qualitativas nas respostas das células T à vacina. "É preciso reforçar os aspectos de que não é só a resposta sorológica à vacinação que pode estar comprometida nesses pacientes com mieloma múltiplo. O grande interesse desse estudo foi ver a resposta celular e humoral", analisa o hematologista Ângelo Maiolino (foto), professor de hematologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e coordenador de hematologia do Americas Centro de Oncologia Integrado.
Estudo de revisão sistemática e meta-análise publicado na Lung Cancer indica que a lobectomia superior esquerda (LUL, da sigla em inglês) está associada a maior frequência de infarto cerebral (IC) pós-operatório. “Além disso, o risco de IC aumenta significativamente quando a trombose da veia pulmonar (PVT) se desenvolve após LUL. LUL também é um fator de risco para PVT”, apontam os autores, que recomendam acompanhamento mais frequente em pacientes com câncer de pulmão após LUL, especialmente aqueles com diabetes ou submetidos a terapia sistêmica adjuvante.
Para encerrar em grande estilo o mês de conscientização do câncer de mama, a sociedade europeia de oncologia médica acaba de publicar o ESMO Clinical Practice Guideline para diagnóstico, estadiamento e tratamento de pacientes com câncer de mama metastático. As recomendações foram publicadas no dia 19 de outubro no Annals of Oncology, em artigo de Gennari et al, com participação do oncologista brasileiro Evandro de Azambuja (foto).
Cepas não-toxigênicas de Bacteroides fragilis enriquecidas por genes associados à biossíntese de lipopolissacarídeos podem induzir inflamação da mucosa do cólon e desempenhar papel importante no desenvolvimento do câncer de colon. É o que corroboram dados de estudo publicado por Kordahi et al na Cell Host & Microbe, caracterizando o papel de cepas não-toxigênicas em pólipos adenomatosos tubulares (TAP) pré-malignos e em pólipos serrilhados sesseis (SSP). “O conjunto de novos conhecimentos contribui para confirmar a interrelação entre dieta, microbiota intestinal e maior risco de carcinogênese colônica”, observa Dan Waitzberg (foto), professor associado do departamento de gastroenterologia da FMUSP e diretor científico da Bioma4me.