Onconews - Anvisa aprova apalutamida no câncer de próstata não metastático resistente à castração

Prostata 2018 NET OKA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o medicamento apalutamida (Erleada®, Janssen-Cilag) para o tratamento de pacientes com câncer de próstata não metastático resistente à castração. Publicada no Diário Oficial da União (DOU) dia 15 de outubro, a aprovação se baseou nos dados do estudo fase III SPARTAN.

Apresentado na ASCO GU 2018, o SPARTAN demonstrou que a apalutamida diminuiu o risco de metástase à distância ou morte em 72% e melhorou a mediana de sobrevida livre de metástase em mais de dois anos. 

O medicamento será comercializado na forma farmacêutica de comprimido revestido, na concentração de 60 mg. O novo medicamento, com dose de 240 mg (quatro comprimidos revestidos de 60 mg), em combinação com terapia de privação androgênica (castração medicamentosa ou cirúrgica), é indicado para o tratamento de pacientes adultos com câncer de próstata não-metastático resistente à castração (NM-CRPC).

O estudo foi conduzido em 332 instituições em todo o mundo e inscreveu 1.207 homens com câncer de próstata não metastático resistente à castração (nmCRPC) que deixaram de responder à terapia de privação androgênica (ADT) e estavam em alto risco de metástase. Os pacientes com nmCRPC e tempo de duplicação do PSA (PSADT) ≤ 10 meses foram randomizados 2:1 para apalutamida (APA, 240 mg QD) ou placebo (PBO). O endpoint primário foi a sobrevida livre de metástase (MFS). Os endpoints secundários incluíram tempo para metástases (TTM), sobrevida livre de progressão (SLP), tempo para progressão sintomática (SymProg) e sobrevida global (SG).

Os participantes eram elegíveis para receber acetato de abiraterona mais prednisona após o desenvolvimento de metástases à distância. A segunda sobrevida livre de progressão (PFS2, tempo de randomização para progressão da doença ou morte após o primeiro tratamento para CRPC metastático) também foi avaliada.

Resultados

Foram randomizados 1207 pacientes. O PSADT no baseline foi <5 meses em ambos os grupos. A apalutamida diminuiu o risco de metástase à distância ou morte em 72% (HR = 0,28; 95% IC, 0,23-0,35; p <0,0001), com uma mediana de MFS de 40,5 vs 16,2 meses no grupo placebo. Os endpoints secundários (TTM, PFS e SymProg) foram significativamente melhorados.

Em uma análise interina para sobrevida global, houve uma tendência favorável à apalutamida. Em um seguimento médio de 20,3 meses, 61% dos pacientes de apalutamida e 30% de placebo ainda estavam em tratamento.

A apalutamida também aumentou significativamente o tempo para metástases (TTM), sobrevida livre de progressão (SLP), tempo para progressão sintomática (SymProg) e PFS2, e foi associada à sobrevida global melhorada.

Os efeitos adversos da apalutamida incluem fadiga, hipertensão arterial, erupções cutâneas, diarreia, náuseas, perda de peso, artralgia, quedas, rubor, diminuição do apetite, fraturas e edema periférico.

As taxas de interrupção devido a eventos adversos foram baixas em ambos os grupos (APA 10,7%, PBO 6,3%). Os resultados médios de qualidade de vida relacionados à saúde foram mantidos com o tratamento, sem diferença entre os grupos ao longo do tempo.

Referência:  1 - Abstract 161 - SPARTAN, a phase 3 double-blind, randomized study of apalutamide (APA) versus placebo (PBO) in patients (pts) with nonmetastatic castration-resistant prostate cancer (nmCRPC). - Citation: J Clin Oncol 36, 2018 (suppl 6S; abstr 161) - Author(s): Eric Jay Small et al