Com base nos resultados do estudo PACIFIC, a consolidação com durvalumabe após quimiorradioterapia (QRT) à base de platina é um padrão global de tratamento para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) com doença estágio III, irressecável. Análise anterior do estudo PACIFIC-R demonstrou a eficácia desse regime em termos de sobrevida livre de progressão (SLP). Agora, dados da primeira análise planejada de sobrevida global (SG) mostram que, em cerca de 3 anos de acompanhamento, a SG mediana não foi alcançada, corroborando evidências da eficácia de durvalumabe na consolidação pós QRT em uma grande população de pacientes com CPCNP no mundo real.

PACIFIC-R (NCT03798535) é um estudo retrospectivo observacional/não intervencionista envolvendo pacientes com CPCNP em estágio III irressecável que iniciaram durvalumabe (10 mg/kg por via intravenosa a cada 2 semanas) em um programa de acesso precoce iniciado pela AstraZeneca entre setembro de 2017 e dezembro de 2018. Os desfechos primários são SG e SLP avaliadas pelo investigador pelo método de Kaplan-Meier.

Até 30 de novembro de 2021, o conjunto de análise completo incluiu 1154 participantes de 10 países (seguimento mediano de 38,7 meses). Os resultados foram relatados por Filippi et al. e mostram que a SG mediana não foi atingida e a taxa de SG estimada em 3 anos foi de 63,2% (intervalo de confiança de 95% de 60,3% a 65,9%). As taxas de SG em 3 anos foram numericamente maiores entre pacientes com expressão de PD-L1 ≥1% versus <1% das células tumorais (CTs); 67,0% versus 54,4%) e pacientes que receberam QRT concomitante (cQRT) versus QRT sequencial (sQRT) (64,8% versus 57,9%).

“Os dados do PACIFIC-R continuam a fornecer evidências da eficácia de durvalumabe na consolidação após QRT em uma população grande e diversa do mundo real. Melhores resultados foram observados entre pacientes com CTs PD-L1 ≥1% e pacientes que receberam QRT concomitante”, concluem os autores, acrescentando que resultados encorajadores também foram observados entre pacientes com CTs <1% e naqueles que receberam QRT sequencial, apoiando o uso de durvalumabe como tratamento de consolidação em uma ampla população de pacientes com CPCNP irressecável em estágio III.

A íntegra do artigo de Filippi et al. está disponível no ESMO Open em acesso aberto.

Referência:

DOI: https://doi.org/10.1016/j.esmoop.2024.103464