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Análise que considerou a incidência de 29 tipos de câncer em 183 países estimou as demandas globais de radioterapia em 2022 e 2050. Os resultados mostram que nem a capacidade instalada, nem a força de trabalho atendem às necessidades de radioterapia para enfrentar o desafio do controle do câncer. “Estratégias urgentes são necessárias para capacitar a força de trabalho global de assistência médica e facilitar o direito humano fundamental de acesso à assistência médica adequada”, alertam os autores, em artigo no Lancet Global Health.

Estudo prospectivo que investigou o uso de suplementos alimentares em mulheres com câncer de ovário mostra que, diante da alta prevalência de uso e da proporção de mulheres que iniciam o uso de suplementos quando começam a quimioterapia, os oncologistas devem ser encorajados a discutir a questão com seus pacientes e fornecer informações sobre os riscos conhecidos e potenciais associados ao uso de suplementos.

O ácido tranexâmico (ATX) profilático intraoperatório reduz a transfusão de sangue em pacientes submetidos à cistectomia radical aberta? Resultados de ensaio clínico randomizado revelam que o ATX não reduziu a transfusão de sangue em pacientes submetidos à cistectomia radical aberta para câncer de bexiga. “Com base neste ensaio, o uso rotineiro de ATX durante a cistectomia radical aberta não é recomendado”, destacam os autores.

Os brasileiros Gilberto Castro (na foto, à esquerda) e Thiago Bueno de Oliveira (à direita) são coautores de estudo retrospectivo que avaliou a toxicidade do tratamento com cisplatina mais radioterapia em pacientes com carcinoma espinocelular localmente avançado de cabeça e pescoço. “Apesar da alta conformidade com o tratamento, 62,6% dos eventos adversos relatados foram relacionados à cisplatina. Identificar fatores de risco associados à não conformidade pode permitir a identificação de pacientes inelegíveis para radioquimioterapia baseada em cisplatina, evitando que recebam tratamento inadequado que leve a eventos adversos graves”, analisam os autores.

Estudo que analisou 4626 adolescentes e jovens adultas de 15 a 39 anos com câncer de mama receptor de estrogênio (ER) positivo/ receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER2)-negativo mostrou que essas pacientes têm características biológicas únicas e piores resultados. “O câncer de mama ER-positivo/HER2-negativo em adolescentes e jovens adultas foi altamente proliferativo, com grande infiltração de células imunes comparado com o mesmo tipo de câncer em outras faixas etárias”, concluem os autores.

Estudo populacional que envolveu  13.153 homens para avaliar a eficácia e segurança do uso do antígeno prostático específico (PSA) e ressonância nuclear magnética (RNM) no rastreamento do câncer de próstata mostrou que, em um seguimento mediano de 3,9 anos, omitir biópsia em pacientes com resultados negativos de RNM eliminou mais da metade dos diagnósticos de câncer de próstata sem significância clínica e foi associado um risco muito baixo de detecção de cânceres incuráveis ​​ ou de intervalo em rodadas de triagem repetidas. Flavio Mavignier Cárcano (foto), oncologista da Oncoclínicas em Minas Gerais, analisa os resulatdos.

Estudo de base populacional que avaliou a evolução dos padrões epidemiológicos do câncer de tireoide e estimativas de sobrediagnóstico em 63 países revela que a magnitude do sobrediagnóstico ainda preocupa, com expansão importante de 2013 a 2017 nos países em transição epidemiológica, projetando o sobrediagnóstico do câncer de tireoide como um desafio global de saúde pública que precisa ser abordado. O oncologista Gilberto de Castro Júnior (foto), médico do Centro de Oncologia do Hospital Sírio Libanês e chefe da área de Oncologia Torácica e de Câncer de Cabeça e Pescoço do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), analisa o trabalho.

Ana Paula Kubaski Benevides (foto), pesquisadora do Instituto Carlos Chagas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Curitiba,  é primeira autora de estudo publicado na Frontiers in Oncology, com achados que mostram a expressão HOTAIR e PTGS2 como potenciais biomarcadores na leucemia mieloide crônica (LMC) em pacientes tratados com imatinibe. “Nossos resultados sugerem uma relação entre a resposta ao imatinibe e a regulação negativa de PTGS2 e HOTAIR, pois os pacientes com LMC com maior expressão dessas transcrições responderam com sucesso ao imatinibe”, descreve a análise.

O câncer de pulmão continua sendo um problema crítico de saúde pública, com desafios na prevenção, diagnóstico e tratamento. Revisão de Meyer et al. apresenta o cenário atual da pesquisa e gestão do câncer de pulmão, assim como os desafios e potenciais soluções. O trabalho conta com participação de especialistas globais de instituições acadêmicas e sociedades médicas, agências reguladoras, indústrias farmacêuticas e de biotecnologia, além de grupos de defesa de pacientes. Entre os apelos para a colaboração global, os autores destacam a importância de programas de cessação do tabagismo e a necessidade de avançar na triagem da população de risco.

Artigo de Vaz Batista et al. no ESMO Open apresenta resultados do estudo de fase II DEBBRAH, indicando que  trastuzumabe deruxtecana mostrou atividade intracraniana promissora em pacientes com câncer de mama avançado HER2-low fortemente pré-tratados e com metástases cerebrais ativas, com mediana de sobrevida livre de progressão de 5,4 meses e respostas duráveis na população avaliada.

Revisão sistemática e meta-análise buscou avaliar os fatores ambientais associados ao câncer de vesícula biliar. Os resultados publicados no periódico Clinical Gastroenterology and Hepatology indicam que o índice de massa corporal, circunferência do quadril, infecção dos ductos biliares, obesidade, sobrepeso, circunferência abdominal e razão cintura-altura foram associados ao aumento do risco da doença.

Estudo publicado na The Breast buscou desenvolver um arquivo abrangente específico para câncer de mama de medidas de resultados relatados pelos pacientes (PROMs). “Apesar da inclusão de resultados relatados pelo paciente (PROs) em ensaios clínicos de oncologia ser fortemente recomendada, selecionar as PROMs mais apropriadas é um desafio”, afirmam os autores.

Pacientes com câncer de próstata localizado têm várias opções de tratamento, incluindo radioterapia de feixe externo com fótons ou prótons. A terapia de feixe de prótons (PBT) tem certas vantagens dosimétricas, com o potencial de reduzir a morbidade associada ao tratamento e melhorar os resultados oncológicos, mas geralmente é mais intensiva em recursos do que a radioterapia de intensidade modulada (IMRT). Gustavo Nader Marta (foto), especialista em radioterapia do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, comenta o estudo que foi selecionado como primeiro Late Breaking Abstract (LBA 1) no ASTRO 2024. O trabalho abordou a hipótese de que a PBT resulta em melhores resultados relatados pelo paciente (PROs), com achados que não demonstraram diferenças mensuráveis ​​entre PBT e IMRT.

Análise agrupada de 155.746 mulheres em 151 ensaios clínicos mostrou diminuição na recorrência à distância em mulheres com câncer de mama em estágio inicial diagnosticadas a partir do ano 2000 em comparação com pacientes diagnosticadas em décadas anteriores. “Grande parte da melhoria nos resultados é explicada por uma maior proporção de mulheres com doença de menor risco incluídas nos ensaios e tratamento adjuvante melhorado”, avaliam os autores em artigo publicado no Lancet.

Os desfechos clínicos, como a sobrevida global, medem diretamente resultados relevantes. Por outro lado, os surrogates ou desfechos substitutos são medidas intermediárias que se propõem a substituir métricas relacionadas ao tumor, como a redução do tumor em um dado período de tempo (por exemplo, taxa de resposta) ou o status da doença avaliado por algum biomarcador (ex. DNA tumoral circulante, ctDNA). “Os desfechos substitutos podem resultar na interrupção ou troca inapropriada da terapia”, descrevem Vinay Prasad (foto) e colegas, em artigo que analisa as limitações dos surrogates em malignidades sólidas e hematológicas à beira do leito do paciente, fora do cenário de ensaios clínicos.

Revisão que avaliou a qualidade da dieta em sobreviventes de câncer de próstata (CaP) nos Estados Unidos e a conformidade com recomendações dietéticas nacionais de 2000 a 2025 abre caminho para recomendações dietéticas direcionadas. “Nossos resultados sugeriram uma qualidade geral da dieta de ruim a moderada em sobreviventes de CaP, que consumiram mais ácidos graxos saturados e muito menos fibras do que o recomendado. As metas nutricionais diárias não foram atendidas para muitos micronutrientes importantes, incluindo cálcio, magnésio e potássio. Quanto às vitaminas examinadas, os participantes com histórico de CaP não atingiram as metas nutricionais diárias para as vitaminas A, C,D e vitamina E”, destaca o estudo.