Câncer de cabeça e pescoço: um ano em revisão
Entre os estudos em câncer de cabeça e pescoço apresentados e publicados em 2018, dois tópicos chamaram a atenção: de-intensificação de tratamento nos pacientes com câncer de orofaringe HPV positivo e imunoterapia. Confira os trabalhos mais importantes, na opinião do médicos Aline Lauda Freitas Chaves e Thiago Bueno de Oliveira, do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço.
O ano de 2018 foi movimentado na oncohematologia, especialmente no Brasil, onde a aprovação de diversos agentes terapêuticos trouxe novidades relevantes para a prática clínica. Quem comenta os destaques da especialidade é Guilherme Perini (foto), médico hematologista do Hospital Albert Einstein e da Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Controvérsias e evidências marcaram o ano, em diferentes cenários. Avanços continuam a reconfigurar o tratamento do câncer de próstata; imunoterapia é promessa em renal e desafios ainda marcam o câncer de bexiga. Confira a análise dos oncologistas Andrey Soares, Fernando Sabino e Vinícius Carrera, membros do LACOG-GU.
O ano de 2018 foi particularmente produtivo na oncologia torácica, com estudos impactantes em diversos cenários: no rastreamento do câncer de pulmão para pacientes com alto risco, passando pela doença localmente avançada e finalmente por avanços no âmbito da imunoterapia e terapias-alvo. O oncologista Igor Morbeck (foto), do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, comenta os principais trabalhos.
A prestigiada revista Science considerou estudos com microbioma entre os avanços do ano, nas edições de 2011 e 2013. Hoje, o entusiasmo é ainda maior e começa a ter impacto na pesquisa e no tratamento do câncer, indicando que esse universo invisível está cada vez mais em pauta no contexto da oncologia.Agora, estudos corroboram o papel do microbioma intestinal também na resposta aos inibidores de checkpoint imune. Afinal, quais as interações entre o microbioma e os novos tratamentos que atuam no sistema imune? Como essa extensa população - nada menos que 30 trilhões de bactérias por humano – interfere com a eficácia e segurança dos modernos imuno-oncológicos? Confira.
Para muitos, a próxima fronteira da inovação virá do Big Data. Mas a visão está longe de ser unanimidade. A hiperconectividade facilitou o acesso a um universo de informação e seu compartilhamento, mas não dá para ignorar que questões centrais continuam a desafiar a nova era da informação.
Em sua 21ª edição, Destaques ONCO trouxe para a oncologia brasileira a síntese dos estudos que marcaram o programa científico da ASCO 2018, em evento que reuniu expoentes da especialidade para discutir tendências, avanços e controvérsias do encontro de Chicago.
Nunca se falou tanto em burnout na Oncologia – mas ainda é pouco. Oncologistas do mundo inteiro tipificam uma das populações mais afetadas pela chamada síndrome da exaustão profissional, descrita por Freudenberger em 1974, e que hoje parece ter impacto ainda maior na prática médica. Onconews conversou com os principais centros de câncer, públicos e privados, e parece que estamos longe de reconhecer a real dimensão do problema.
A gigante sul-coreana Celltrion lidera a corrida dos biossimilares na oncologia, com um volume de vendas que ultrapassou 34 bilhões de dólares em 2017.
De olho na nova geração de survivors e nos melhores resultados terapêuticos, qualidade de vida tem merecido atenção redobrada, agora também com um olhar atento aos desfechos de longo prazo.
Acesso a abordagens preventivas, cuidados de suporte e mudanças no estilo de vida contribuem para melhorar resultados na saúde global do paciente.
Cresce o número de estudos que apoiam o uso de práticas integrativas. Meditação, acupuntura, ioga e musicoterapia estão entre as terapias com maior grau de evidência.
Position paper publicado este ano por especialistas brasileiros em nutrição alerta para a necessidade do diagnóstico precoce das condições clínicas e nutricionais no paciente oncológico.
Dados recentes demonstram importância de uma rotina de exercícios durante o tratamento.
Estudo mostra importância de avaliar a capacidade do paciente em lidar com a doença desde o início do tratamento.
Estudos demonstram eficácia da acupuntura em relação à fadiga e sintomas articulares.
Estudo realizado no MD Anderson Cancer Center com cuidadores e pacientes com câncer de pulmão avançado tratados com radioterapia demonstrou que a ioga traz benefícios para os dois grupos. As descobertas foram apresentadas no 2017 Palliative and Supportive Care in Oncology Symposium.
Aplicativos desenvolvidos por especialistas brasileiros contribuem para a tomada de decisão e ajudam a disseminar o melhor padrão de cuidados.
A era da medicina personalizada tem impulsionado o uso de abordagens moleculares na prática clínica, mas limitações importantes ainda inibem a adoção de métodos mais modernos na rotina da oncologia brasileira. Existem caminhos para ampliar o alcance dessa medicina de precisão e aumentar a confiabilidade dos diagnósticos na era pós-genômica? Especialistas mostram que sim e ensinam como é possível aumentar a acurácia diagnóstica.
Nos últimos anos, a crescente oferta de terapias direcionadas a alvos moleculares específicos tem reformulado a assistência oncológica em diferentes cenários e mostra que identificar genes acionáveis pode fazer toda a diferença.
Plataformas mais complexas de NGS e exames por PCR digital prometem oferecer maior sensibilidade para detectar alterações gênicas em amostras com quantidades restritas de DNA tumoral, como as biópsias líquidas.