Oncologia torácica reconfigura padrão terapêutico
Em parcela de pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células avançado, imunoterapia superou resultados históricos. Encontro da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2019) também destacou a importância de genotipar os pacientes e harmonizar as análises genômicas.
Na oncoginecologia, estudo randomizado de Fase III que comparou dois regimes de tratamento nos carcinossarcomas abriu a sessão oral, em apresentação de Matthew A. Powell, da Universidade de Washington. Os resultados mostraram que o tratamento com paclitaxel e carboplatina não foi inferior a paclitaxel e ifosfamida na população avaliada (Abstract 5500).
No câncer colorretal estádio II de alto risco, nova análise colaborativa do IDEA discutiu a não-inferioridade de três versus seis meses de tratamento adjuvante com FOLFOX/CAPOX. O estudo não conseguiu demonstrar a não-inferioridade, ilustrando resultados que trafegam entre o benefício clínico e a significância estatística. O oncologista Timothy Iveson (foto), do Hospital Universitário Southampton NHS Foundation Trust, Reino Unido, é o primeiro autor do trabalho (Abstract 3501).
No câncer de cabeça e pescoço, resultados do KEYNOTE-048 apoiaram a aprovação pelo FDA da imunoterapia no tratamento de primeira linha da doença recorrente/metastática. Regime TPEx também foi apresentado e pode ser considerado uma opção.
O tratamento de primeira linha com a combinação de dabrafenibe e trametinibe prolongou a sobrevida livre de progressão (SLP) e sugeriu ganho de sobrevida global (SG) em pacientes com melanoma BRAF V600 mutado, com doença metastática ou irressecável. É o que confirmam os resultados de uma análise agrupada, com 5 anos de seguimento, apresentados em sessão oral na ASCO 2019 (Abstract 9507), a partir dos estudos Fase III COMBI-d e COMBI-v.
Que características do paciente podem ser preditoras de alto custo no tratamento oncológico? Estudo da Mayo Clinic apresentado na ASCO 2019 mostrou que a presença de comorbidades, eventos adversos e certos tratamentos recebidos, incluindo imunoterapia e transplante de medula óssea, foram os mais fortes preditores de alto custo terapêutico em pacientes de câncer (Abstract 6633).
A tromboprofilaxia com rivaroxabana foi eficaz em reduzir o tromboembolismo venoso (TEV), sem aumento nas taxas de sangramento maior em pacientes ambulatoriais com câncer de pâncreas, de acordo com os resultados de uma análise de subgrupo pré-especificada do estudo CASSINI apresentado na ASCO este ano1
O oncologista brasileiro Pedro Isaacsson Velho (foto), fellowship do Johns Hopkins Hospital, recebeu o Global Oncology Young Investigator Awards 2019 (GO YIA), oferecido pela Conquer Cancer Foundation a oncologistas em início de carreira que tenham desenvolvido projetos de pesquisa e estratégias que possam contribuir para diminuir a carga global do câncer. A premiação aconteceu durante a ASCO 2019, em Chicago.
O rádio-oncologista Robson Ferrigno (foto), médico responsável pelos Serviços de Radioterapia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta os principais estudos apresentados na ASCO 2019 que envolveram radioterapia. Em pauta, trabalhos em tumores de próstata, nasofaringe, estômago, colo do útero, e metástases cerebrais de melanoma. Confira a análise do especialista.
Em vídeo gravado na ASCO 2019, Igor Morbeck, Fabio Schutz, Diogo Assed Bastos e André Fay discutem estudos que marcaram o panorama GU não próstata. Dados do KEYNOTE 423 com maior tempo de seguimento concentraram as atenções, assim como os resultados de uma nova análise do estudo CARMENA discutindo nefrectomia citorredutora up front no câncer renal. Assista.
Em vídeo, o cirurgião oncológico Héber Ribeiro, secretário-geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) discute alguns dos estudos apresentados na ASCO 2019 voltados ao tratamento cirúrgico. Entre os trabalhos selecionados estão o JCOG1006 (Abstract 3515), que revisita o papel da manipulação cirúrgica em tumores de cólon; o SURF trial (Abstract 4002), que avaliou a eficácia da cirurgia vs. ablação por radiofreqüência no carcinoma hepatocelular; e o estudo OSLO-COMET, que comparou cirurgia laparoscópica e cirurgia aberta para metástases hepáticas em pacientes com câncer colorretal. Assista.