Quimioterapia e risco de morte em pacientes com COVID-19
Dados sobre os resultados de pacientes com câncer diagnosticados com COVID-19 estão entre os destaques do programa científico do ASCO 2020, este ano em edição virtual. Análises a partir do consórcio TERAVOLT mostraram que entre pacientes com câncer de pulmão que desenvolveram COVID-19, o uso prévio de quimioterapia - isoladamente ou em combinação - foi associado ao aumento de 64% no risco de morte. Nesta análise, o tratamento com anticoagulantes e corticosteroides (> 10 mg) antes da infecção por COVID-19 também esteve associado ao aumento do risco de morte (LBA111).
Jeremy L. Warner, do Vanderbilt University Medical Center/Vanderbilt-Ingram Cancer Center, apresentou a primeira análise do COVID-19 and Cancer Consortium Registry (CCC19), reportando dados de 928 casos, de 104 instituições. O tratamento da COVID-19 com hidroxicloroquina e azitromicina foi fortemente associado a um risco de morte 2,89 vezes maior; a progressão do câncer aumentou em 5,2 vezes o risco de morte em pacientes com COVID-19 na comparação com pacientes em remissão ou sem evidência de doença (LBA110).
A biópsia do linfonodo sentinela isolada é oncologicamente segura no câncer cervical em estágio inicial. Os dados foram apresentados na sessão oral de tumores ginecológicos do ASCO 2020.
Estudo de Fase II demonstrou a eficácia da combinação de cediranibe e olaparibe na sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de ovário de alto grau sensível à platina em comparação com olaparibe isolado. No ASCO 2020, os resultados de estudo randomizado, aberto, de Fase III, demonstraram atividade semelhante da combinação com o padrão de cuidados (SOC), sem atingir o endpoint primário de melhora da sobrevida livre de progressão.
Apresentado na sessão oral de GI-não colorretal do ASCO 2020, o estudo randomizado de fase II SWOG S1505 avaliou o potencial de controle precoce da doença sistêmica com quimioterapia perioperatória em pacientes com adenocarcinoma ductal pancreático ressecável (Abstract #4504).
O oncologista Fernando Maluf (foto) é primeiro autor de estudo cooperativo brasileiro selecionado para apresentação oral no ASCO 2020. Este estudo randomizado de Fase II avaliou diferentes regimes de tratamento no câncer de próstata avançado hormônio sensível, considerando abiraterona e apalutamida isoladamente ou em combinação com esquemas de privação androgênica (Abstract #:
Indicado como o primeiro Late Breaking Abstract do ASCO 2020, o estudo JAVELIN Bladder 100 mostrou o maior benefício de sobrevida observado até o momento no câncer urotelial avançado. “Quando usado como terapia de manutenção na doença irressecável, avelumabe estendeu significativamente o tempo até a recorrência ”, disse o presidente da ASCO, Howard A. Burris III, sobre os resultados deste ensaio de Fase III que comparou avelumabe com os melhores cuidados de suporte após quimioterapia, mostrando aumento significativo na sobrevida global, com 21.4 meses versus 14.3 meses (LBA 1).
Osimertinibe, um inibidor de tirosina-quinase de EGFR (TKI-EGFR) de terceira geração, é um dos destaques da Sessão Plenária do ASCO 2020, com dados de estudo de Fase III (ADAURA) mostrando redução de 83% no risco de recorrência ou morte em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas EGFR mutados que receberam tratamento adjuvante (HR= 0,17; p <0,0001). Dos pacientes com CPCNP em estágio II-IIIA que receberam osimertinibe, 90% estavam vivos após dois anos sem o câncer recorrente, em comparação com 44% dos que receberam placebo. “É um ensaio que excedeu nossas expectativas”, disse Roy S. Herbst, que descreveu os resultados em apresentação virtual (LBA 5).
Selecionado para apresentação em Sessão Plenária no ASCO 2020, estudo randomizado de Fase III do ECOG-ACRIN Research Group avalia a terapia sistêmica + tratamento local vs terapia sistêmica isolada em mulheres com câncer de mama de novo estádio IV (LBA2). Silvio Bromberg (foto), mastologista do Centro de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein e do departamento de Mastologia da BP Mirante, discute estudos anteriores que avaliaram a estratégia, contextualizando o cenário ainda controverso. Ouça, em mais um PODCAST ONCONEWS.
Estudo que analisou retrospectivamente os resultados e o perfil de segurança da era pós-PACIFIC relatou dados de pacientes submetidos à quimiorradiação seguida de imunoterapia no câncer de pulmão. “Este estudo apresenta limitações inerentes à análise retrospectiva. No entanto, revela aspectos da maior importância para entender como nossa população de pacientes está respondendo a essa nova era da oncologia torácica”, diz o radio-oncologista Daniel Przybysz* (foto), autor sênior do estudo (Abstract #:
A oncologista Camila Motta Venchiarutti Moniz (foto), pesquisadora do ICESP e do IDOR, é primeira autora do estudo de coorte prospectivo que teve como objetivo avaliar biomarcadores preditivos (Ki-67, PD-L1, papilomavírus humano (HPV), status HIV e mutações encontradas no DNA tumoral) no carcinoma de células escamosas do canal anal (SCCAC, da sigla em inglês). O estudo marca a presença brasileira no 2020 ASCO Virtual Scientific Program, com dados de 5 anos de acompanhamento (Abstract #: