Panorama do câncer de próstata
Os oncologistas Andrey Soares e Fernando Sabino, respectivamente chair e vice-chair do LACOG GU, comentam os destaques em câncer de próstata da ASCO 2018. Em discussão, trabalhos que avaliaram o papel da quimioterapia adjuvante na doença localizada de alto risco; combinação de abiraterona com o inibidor de Parp olaparibe no câncer de próstata metastático resistente à castração não tratados previamente com agente hormonal; além do uso da abiraterona + ADT em pacientes com recidiva bioquímica. Assista.
O radio-oncologista Robson Ferrigno (foto), médico responsável pelos Serviços de Radioterapia dos Hospitais BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo - e BP Mirante, analisa estudos apresentados na ASCO 2018 que avaliaram o papel da radioterapia no câncer de mama estádios I a III e no câncer de pâncreas operável ou no limite de possibilidade de ressecção.
Estudo observacional de mundo real com participação de 13 países comprovou a eficácia do afatinibe para o tratamento de câncer de pulmão metastático com mutações de EGFR, e mostrou que reduções de dose garantem menos efeitos colaterais, sem comprometer a eficácia. Os dados são do RealGIDO, aceito em publicação eletrônica na ASCO 2018. “Estes dados consolidam o afatinibe, atualmente incluído no ROL da ANS, como uma das principais opções no tratamento de primeira linha do câncer de pulmão EGFR-mutado, e suportam a prática dos oncologistas que iniciam o tratamento na dose de 30mg/dia para pacientes frágeis”, avalia o oncologista Diogo Bugano, médico do Hospital Israelita Albert Einstein.
Os desafios do diagnóstico e tratamento de sarcomas e outros tumores raros em cenários com recursos limitados foi tema da apresentação do patologista Antônio Nascimento (foto), médico do A.C.Camargo Cancer Center, em sessão educacional na ASCO 2018.
Os estudos em oncologia gastrointestinal que concentraram as atenções na ASCO 2018 são tema de análise de Heber Salvador de Castro Ribeiro (foto), cirurgião oncológico do A.C.Camargo Cancer Center e secretário geral da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Entre os destaques, o especialista aponta como practice-changing o estudo PRODIGE-24, que demonstrou que mFOLFIRINOX é mais eficaz que gencitabina como tratamento adjuvante no câncer de pâncreas inicial, com ganho de 20 meses de sobrevida comparado ao padrão de tratamento.
Pacientes com câncer de pâncreas inicial tratados com quimiorradioterapia antes da cirurgia tiveram melhor sobrevida livre de doença que pacientes que receberam apenas cirurgia, atual padrão de tratamento, com benefícios também na sobrevida em 2 anos (42% vs 30%). É o que apontam dados preliminares de estudo randomizado de Fase III apresentado na ASCO, dia 4 de junho (LBA 4002). A oncologista Renata D’Alpino (foto), coordenadora de Tumores Gastrointestinais e Neuroendócrinos do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e diretora científica do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), analisa os resultados.
Estudo randomizado de fase III mostra na ASCO que mFOLFIRINOX é mais eficaz que gencitabina no tratamento adjuvante do câncer de pâncreas inicial, com ganho de 20 meses de sobrevida comparado ao padrão de tratamento. O estudo PRODIGE 24/CCTG PA.6 demonstrou que FOLFIRINOX adjuvante é um dos maiores avanços já vistos na terapia do tumor pancreático, e deve ser considerado um novo padrão em doentes aptos”, afirma Duílio Reis da Rocha Filho (foto), chefe do serviço de oncologia clínica do Hospital Universitário Walter Cantídio, da Universidade Federal do Ceará, e consultor científico do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG).
Estudo de fase II apresentado na ASCO traz dados encorajadores do anti- FGFR erdafitinibe no carcinoma urotelial metastático. O estudo alcançou seu endpoint primário, com taxa de resposta objetiva de 40%, e foi selecionado para a sessão oral de geniturinário, em apresentação de Arlene O. Siefker-Radtke, do MD Anderson Cancer Center.