ASCO: 50 anos de avanços
A 50ª ASCO aconteceu em Chicago, tradicional sede do encontro, que este ano atraiu mais de 25 mil oncologistas de todo o mundo. Como se previa, a edição do cinquentenário resgatou os grandes progressos na luta contra o câncer e apontou os avanços e desafios para o futuro da oncologia.
Ramucirumab, um novo inibidor de angiogênese, prolonga significativamente a mediana de sobrevida global (SG) na segunda linha de tratamento de câncer de pulmão não-pequenas células avançado (CPNPC). Essa foi a conclusão do estudo de fase III REVEL (Abstract LBA8006 ^) apresentado na ASCO, no qual a mediana de SG atingiu 9,1 meses com docetaxel, mas melhorou para 10,5 meses com a combinação de ramucirumab e docetaxel ([HR] 0,857, IC 95% [0,751, 0,979], p = 0,0235), alcançando assim o endpoint primário do estudo.
Apresentado em Sessão Plenária no congresso da ASCO, o aguardado estudo de fase III ALTTO não confirmou a hipótese de que a dupla terapia anti-HER2 com lapatinib e trastuzumabe melhora os resultados clínicos no cenário adjuvante em pacientes com câncer de mama HER2-positivo em estadio inicial (Abstract LBA4). O principal endpoint - a sobrevida livre de doença (SLD) em 4 anos – não foi superior com a combinação das duas terapias-alvo se comparado ao trastuzumabe sozinho.
O Ra-223 (Xofigo, da Bayer) melhorou significativamente a sobrevida global e foi bem tolerado, de acordo com os dados adicionais do estudo ALSYMPCA divulgados no encontro da ASCO este ano. O estudo já havia publicado seus dados preliminares (Parker, NEJM2013) e agora apresentou uma análise completa sobre perfil de segurança. O Ra-223 é indicado no câncer de próstata resistente à castração para pacientes com metástases ósseas, sem doença visceral.
O Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Evanius Wiermann, comentou dois importantes estudos sobre câncer de próstata apresentados neste 50º encontro anual da ASCO. Confira a opinião do especialista sobre o ensaio CHAARTED, destacado em Sessão Plenária, e sobre a investigação que mostra que o receptor de androgênio AR-V7 pode explicar a resistência à enzalutamida e abiraterona.