Desigualdades no uso da telemedicina para o tratamento do câncer
A pandemia de COVID-19 foi associada a diminuição no número de visitas clínicas presenciais, e embora as consultas por telemedicina tenham aumentado, desigualdades observadas no tratamento clínico presencial persistem. “Em uma avaliação das desigualdades no atendimento por telemedicina em 21 cânceres comuns, houve níveis claramente mais baixos do uso de ferramentas online por pacientes negros e não segurados, que moravam em áreas suburbanas ou rurais e residiam em regiões com baixo nível socioeconômico”, ressaltam os autores de estudo selecionado para apresentação no Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2022), que acontece entre os dias 03 e 07 de junho.
A Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) e a Associação de Centros Comunitários de Câncer (ACCC) dos Estados Unidos divulgaram recomendações conjuntas que abordam a falta de equidade, diversidade e inclusão (EDI) em ensaios clínicos de câncer. Publicada no Journal of Clinical Oncology, a recomendação também ecoa no programa científico do ASCO 2022 e detalha ações específicas para envolver todo o ecossistema de ensaios clínicos no esforço de expandir a participação de indivíduos sub-representados na pesquisa em câncer.
O mesotelioma pleural maligno (MPM) é reconhecido como um câncer ocupacional e a exposição ao amianto representa seu principal fator de risco. Estudo brasileiro selecionado em publicação eletrônica no ASCO 2022 descreve as taxas de incidência e mortalidade, assim como o perfil clínico-patológico do MPM no Brasil, em análise que tem o oncologista Guilherme Costa (foto) como primeiro autor.
A psico-oncologista Cristiane Bergerot e o oncologista Paulo Bergerot, do Centro de Câncer de Brasília e do Instituto Unity de Ensino e Pesquisa, são os primeiros autores de estudo selecionado para apresentação em pôster no ASCO 2022 que avalia a estruturação de um programa de avaliação geriátrica para pacientes idosos iniciando tratamento quimioterápico através de um sistema de telemedicina no Brasil. O trabalho tem financiamento da Conquer Cancer, através do Global Oncology Young Investigator Award recebido por Cristiane Bergerot em 2021.
Uma pesquisa que envolveu mulheres com câncer de mama metastático nos Estados Unidos identificou que 83% das pacientes negras estão dispostas a considerar a participação em ensaios clínicos, mas 40% dessas entrevistadas não foram informadas por sua equipe de atendimento sobre a oportunidade de se inscrever em um estudo clínico. A pesquisa é tema de Poster Discussion e um dos destaques do encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO) de 2022.
Mais de 2.800 abstracts foram aceitos para apresentação no encontro anual da ASCO, que acontece de 3 a 7 de junho, em Chicago, e reúne mais de 2.400 abstracts adicionais em publicação online. A edição deste ano pretende dar relevo à equidade no tratamento do câncer, com o tema Advancing Equitable Cancer Care Through Innovation.
A Conquer Cancer Foundation, fundação da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO), anunciou os ganhadores do 2022 ASCO Annual Meeting Merit Awards. A oncologista brasileira Ana Carolina Veneziani, Clinical Research Fellow no Princess Margaret Cancer Center, está entre os premiados.
Alberto Codima (foto), médico da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), é primeiro autor de revisão sistemática que investigou a relação entre mutações somáticas nos genes STK11 e KEAP1 e o prognóstico de pacientes com câncer de pulmão de células não-pequenas (CPCNP) tratados com anticorpos monoclonals anti-PD(L)1. O estudo foi selecionado para apresentação em pôster no European Lung Cancer Virtual Congress 2021. Gilberto de Castro Jr., professor da FMUSPP e chefe da divisão de oncologia torácica do ICESP e do Centro de Oncologia do Hospital Sírio-Libanês, é o autor sênior do trabalho.
Durante a pandemia de Covid-19, a incidência de metástases cerebrais de novo em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas em estágio IV foi maior em comparação com as taxas históricas. “A redução nos procedimentos diagnósticos durante a pandemia podem ter levado ao diagnóstico tardio e a um aumento no diagnóstico de metástases cerebrais de novo”, observou Wanyuan Cui (foto), oncologista do Royal Marsden Hospital - NHS Foundation Trust, em Londres, em apresentação no ELCC 2021.
A atividade clínica com um segundo fármaco, o inibidor de KRASG12C adagrasibe, confirmou seu papel como alvo terapêutico em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) avançado. É o que sugerem os resultados de estudo apresentado no European Lung Cancer Virtual Congress 2021 (ELCC 2021).