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Coberturas Especiais

A radioterapia (RT) é frequentemente necessária no cenário metastático, seja para fins paliativos ou com intenção ablativa em casos de doença oligometastática ou oligoprogressiva. Estudo que avaliou a segurança do uso concomitante de trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) e RT em uma coorte internacional multicêntrica de pacientes com câncer de mama apresentou no SABCS 2024 resultados preliminares,  mostrando que a combinação  não aumentou a toxicidade aguda grave.

Diretrizes atuais recomendam monitorar a fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) a cada 3 meses em pacientes que recebem terapia anti- HER2. Meta-análise apresentada no SABCS 2024 revela que a incidência de cardiotoxicidade foi maior com trastuzumabe quando comparada a trastuzumabe emtansina (T-DM1) e trastuzumabe deruxtecana (T-DXd). No entanto, o risco de cardiotoxicidade sintomática foi baixo, variando de 0,3 (T-DXd) a1,6% (trastuzumabe). “Nossos achados sugerem que a incidência de cardiotoxicidade clinicamente relevante é baixa e, portanto, o monitoramento da FEVE a cada 3 meses pode não ser necessário. Monitoramento menos frequente pode diminuir o número de visitas para os pacientes, bem como a toxicidade financeira”, analisam os autores. O estudo tem participação da brasileira Maria Clara Saad (foto), atualmente na Harvard T. H. Chan School of Public Health.

Estudo de pesquisadores do A.C.Camargo Cancer Center selecionado para apresentação em pôster no SABCS 2024 revisou o perfil clínico, histológico e genômico de pacientes com câncer de mama luminal tratados com inibidores de CDK4/6 em busca de variáveis ​​preditivas de melhores respostas. A oncologista Elizabeth Santana dos Santos é a autora sênior do trabalho, que tem Lucas Gouvêa como primeiro autor.

Análise que utilizou tecido de câncer de mama de pacientes com doença RH+ HER2 – inicial para avaliar a concordância de diferentes testes de expressão gênica de classificação de risco mostrou fraca correlação entre  eles, com discrepâncias no valor prognóstico dos testes MammaPrint®, EndoPredict® e PAM50 em 40% das amostras ocasionando recomendações conflitantes em 10% dos pacientes. “Os resultados enfatizam a necessidade urgente de mais análises comparativas de testes multigenômicos para evitar classificações errôneas no risco de recorrência da doença em pacientes com câncer de mama”.

Trastuzumabe Deruxtecana (T-DXd) é atualmente aprovado para tratamento de pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo (imuno-histoquímica (IHC) 3+ ou ISH positivo) ou HER2-low (IHC 1+ ou IHC 2+/ISH negativo), além de outros cânceres de mama específicos e indicações agnósticas. Diante das potenciais implicações clínicas para a seleção do tratamento após a exposição a T-DXd, estudo do MD Anderson Cancer Center destacado no SABCS 2024 avaliou as alterações no status do HER2 após o tratamento com T-DXd em pacientes com câncer de mama metastático, especificamente a perda ou diminuição da expressão do HER2, com resultados que demonstram a importância de reavaliar o status de HER2 pós-tratamento.

Uma ferramenta digital para o telemonitoramento de pacientes com câncer de mama submetidas à quimioterapia se mostrou viável como estratégia para aprimorar a detecção de sintomas em tempo real e a tomada de decisão clínica. A solução foi selecionado para o SABCS 2024, em apresentação da oncologista Alessandra Morelle (foto), que participou do estudo realizado no Hospital de Câncer de Barretos para implementar e avaliar a nova plataforma, batizada de ThummiOnco.

Pesquisa apresentada no SABCS 2024 caracterizou as diferenças moleculares e imunológicas no câncer de mama receptor hormonal positivo/HER 2 negativo (HR+/HER2−) entre homens e mulheres, descrevendo a paisagem molecular do câncer de mama masculino. Na comparação com o câncer de mama feminino HR+/HER2-, a análise revelou alta carga de mutações tumorais (TMB) e maior expressão de MHC classe I e II no câncer de mama HR+/HER2 – em homens, mas menor expressão do gene de efluxo de drogas e em genes relacionados a células- tronco, sugerindo diferenças importantes na biologia tumoral entre os gêneros.

poluentes atmosfA Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO, da sigla em inglês) quer contribuir para tornar a legislação da União Europeia mais rigorosa quanto aos limites de exposição à poluição atmosférica e ao amianto, com o objetivo de prevenir novos casos de câncer de pulmão. O esforço da ESMO foi destacado no ELCC 2023, em apresentação de Charles Swanton (Air pollution and lung cancer) e em sessão educacional que debateu avanços e barreiras.

gelatti 23Estudo randomizado, duplo-cego, de fase III (EMPOWER-LUNG 3) apresentou no ELCC`23 dados atualizados do anti PD-1 cemiplimabe mais quimioterapia em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado, sem alterações em EGFR, ALK ou ROS1, com histologia escamosa ou não escamosa e qualquer nível de expressão de PD-L1. Os resultados mostram que após seguimento mediano de 28,4 meses, a adição de cemiplimabe continuou a aumentar a sobrevida global e livre de progressão nessa população de pacientes e praticamente dobrou a taxa de resposta. A oncologista Ana Gelatti (foto) comenta os resultados. 

pulmao 23 2Amivantamab (ami) é um anticorpo biespecífico (anti EGFR e MET) aprovado para tratar câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado, em pacientes com mutações de inserção do exon 20 do EGFR (Ex20ins) que progrediram à quimioterapia baseada em platina. No ELCC`2023 os pesquisadores apresentaram resultados de longo prazo, que confirmam o benefício sustentado de amivantamab nessa população de pacientes, incluindo idosos e pacientes politratados.

zukin 2O oncologista Mauro Zukin (foto) é coautor de estudo selecionado para apresentação em pôster no ELCC 2023 que investigou o tempo de resposta da testagem para EGFR e os padrões de tratamento de mundo real em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas avançado com mutação EGFR em nove países.