Quimiorradioterapia em glioblastoma
A adição de temozolomida (Temodal®) à quimioterapia em uso concomitante e adjuvante à radioterapia hipofracionada melhorou significativamente a sobrevida de pacientes idosos com glioblastoma, reduzindo o risco de morte em 33%. Os dados são do estudo randomizado de fase III apresentado na ASCO no domingo, 5 de junho.
A imunoterapia anti-PD-L1 atezolizumab (TECENTRIQ) é eficaz em pacientes com câncer de bexiga avançado sem tratamento prévio e não elegíveis para o tratamento padrão com cisplatina. Os dados do estudo de fase II IMvigor210, apresentados no domingo, dia 5 de junho, na ASCO, mostraram que o atezolizumab diminuiu os tumores em cerca de um quarto dos pacientes e proporcionou uma mediana de sobrevida global de 14,8 meses, em um cenário onde geralmente os pacientes têm uma sobrevida de nove a 10 meses com regimes à base de carboplatina.
Resultados iniciais do CASTOR, um estudo pivotal de fase III, mostram que a adição do anticorpo daratumumab (Darzalex®) a um regime de duas drogas padrão (bortezomib e dexametasona) melhora significativamente a resposta terapêutica de pacientes com mieloma múltiplo recorrente ou refratário. A combinação com daratumumab reduziu o risco de progressão da doença em 70% e dobrou tanto a taxa de resposta parcial, de 29% para 59%, quanto as taxas de resposta completa, de 9% para 19%. Os dados foram apresentados na ASCO 2016, em sessão plenária no domingo, 5 de junho.
Resultados iniciais do estudo de fase II MyPathway, que será apresentado segunda-feira, 6 de junho, na ASCO 2016, reforçam o potencial da medicina de precisão para ajudar a identificar novas indicações de terapias-alvo para quatro mutações já conhecidas: HER2, BRAF, Hedgehog (Hh) e EGFR. Os resultados mostram que 29 dos 129 pacientes com 12 tipos diferentes de câncer avançado responderam a medicamentos fora das indicações aprovadas pelo FDA. As respostas promissoras observadas em quatro tipos de tumores com alterações moleculares específicas (colorretal, bexiga, vias biliares e pulmão) já levaram à expansão dessas coortes.
Dados do estudo de fase 1b CHECKMATE-012 apresentados na ASCO no dia 4 de junho sugerem que a combinação de dois modernos inibidores de checkpoint imunológico tem atividade clínica e perfil de segurança aceitável no tratamento de primeira linha de câncer de pulmão não pequenas células
Um projeto inovador lançado nos Estados Unidos em outubro de 2015 pode ajudar a acelerar a pesquisa genômica e fornecer pistas para o desenvolvimento de novos tratamentos no câncer de mama metastático. Nos sete meses desde o lançamento, mais de 2 mil pacientes nos EUA foram inscritos no estudo, destinado a recolher e analisar informações clínicas, amostras tumorais e de saliva. O estudo será apresentado segunda-feira, dia 6 de junho, na ASCO 2016.
De acordo com os primeiros resultados do ensaio de fase III CATNON (Concurrent and Adjuvant Temozolomide Chemotherapy in Non-‐1p/19q Deleted Anaplastic Glioma), apresentado domingo, 5 de junho, na ASCO, pacientes com glioma anaplásico sem deleção 1p/19q se beneficiam da quimioterapia adjuvante com temozolomida. As taxas de sobrevida em 5 anos mostram vantagens da adição da quimioterapia adjuvante frente ao tratamento padrão com radioterapia, com 56% versus 44% em favor do grupo tratado com temozolomida.
A quimioterapia intraperitoneal (IP) é uma abordagem ainda subutilizada no tratamento de mulheres com câncer de ovário e pode ter papel no cenário pós-operatório combinada à quimioterapia IV em pacientes que receberam terapia neoadjuvante. É o que sustentam os resultados do estudo de fase II que serão apresentados domingo, 5 de junho, na ASCO.
Um anticorpo monoclonal biossimilar ao trastuzumabe apresentou na ASCO 2016 dados de eficácia e segurança que atestam a comparabilidade do anti-HER2 com o agente Herceptin®. O anticorpo identificado como MYL-14010 foi avaliado pelo estudo randomizado de fase III HERITAGE. Os dados finais mostram que as taxas de resposta foram comparáveis entre as mulheres tratadas com trastuzumabe e àquelas tratadas com MYL-14010, assim como não houve diferença significativa nos perfis de segurança.
No ano passado, cerca de 50% dos 34 mil participantes do congresso da ASCO foram visitantes internacionais, com presença de especialistas dos cinco continentes. A edição de 2016 dedicou espaço a uma sessão também global, a Global Oncology Session, que destacou o papel do rastreamento e da prevenção no controle dos cânceres associados à infecção pelo papilomavírus humano (HPV), em painel que contou com a apresentação da brasileira Luisa Lina Villa (foto).
Uma análise retrospectiva do estudo CALGB/SWOG 80405 (Alliance) mostrou uma associação significativa entre a localização do tumor primário e os resultados clínicos de pacientes com câncer colorretal. O estudo (