RT em dose única na compressão medular
A compressão da medula espinhal afeta muitos pacientes com câncer avançado e a radioterapia é frequentemente empregada para o controle da dor e de outros sintomas associados. O estudo SCORAD (LBA 10004), randomizado, de fase III, apresentou na 53ª ASCO os resultados da avaliação de não-inferioridade, que comparou a radioterapia em dose única com radioterapia multifracionada e mostrou que uma só dose é tão eficaz quanto uma semana inteira de radiação no manejo da compressão medular.
As intervenções psicológicas em pacientes e sobreviventes de câncer estão em foco no primeiro dia da ASCO 2017. Um ensaio clínico randomizado (
Até 70% dos sobreviventes de câncer relatam medo de recorrência de câncer (do inglês, FCR - fear of cancer recurrence) de moderado a alto, o que pode afetar negativamente o acompanhamento médico, humor, relacionamentos, trabalho, definição de metas e qualidade de vida. Em um estudo randomizado de fase II (LBA 10000), a intervenção psicológica chamada Conquer Fear mostrou reduzir substancialmente o medo de recorrência imediatamente após a intervenção, bem como após três e seis meses. Os resultados foram apresentados hoje, 2 de junho, na ASCO 2017.
O estudo clínico Anti-PD1 Brain Collaboration (ABC), aberto, fase II, demonstrou resultados promissores no tratamento de pacientes com melanoma avançado com metástases cerebrais tratados com a combinação dos agentes imunoterápicos nivolumabe (Opdivo®) e ipilimumabe (Yervoy®). Os resultados do trabalho (abstract 9508) serão apresentados na ASCO, dia 4 de junho, pela oncologista Georgina Long, primeira autora do estudo e diretora médica do Melanoma Institute Australia (MIA), que desenvolveu o estudo em colaboração com o Australia and New Zealand Melanoma Trials Group (ANZMTG).
O estudo de Fase III GENUINE1 é apontado entre os destaques da ASCO 2017 pelo potencial de mudar a prática clínica no tratamento da leucemia linfóide crônica (LLC), em pacientes de alto risco. Os resultados serão apresentados no sábado, 3 de junho. O estudo avaliou o uso de ublituximab e ibrutinibe em pacientes com LLC de alto risco previamente tratados e traz novos dados para um debate que também ganha espaço na edição deste ano: ibrutinib isoladamente ou em combinação? Afinal, como definir a melhor estratégia em LLC? O hematologista Nelson Hamerschlak (foto), do Hospital Israelita Albert Einstein, comentou para o Onconews.
No domingo, dia 4, na sessão que destaca as apresentações orais na oncohematologia, um dos highlights é o estudo alemão que avalia o uso do anticorpo daratumumab em mieloma múltiplo refratário, de acordo com o status de risco citogenético1. Novas análises dos estudos CASTOR2 e POLLUX3 também corroboram dados de eficácia e segurança de daratumumab em pacientes politratados, em diferentes regimes de combinação. Estudo liderado por Maria-Victoria Mateos, da Universidade de Salamanca, traz ainda análises de subgrupos, mostrando resultados na população idosa4. O hematologista Ângelo Maiolino (foto) comenta para o Onconews.
A incidência de câncer tem aumentado a um ritmo acelerado ao redor do mundo e parcela significativa dos casos de câncer e mortes pela doença ocorre em países de baixa e média renda, geralmente com recursos limitados para diagnóstico e tratamento.
A sessão educacional da 53ª ASCO dedica espaço à nova classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS) para tumores linfóides e sua aplicação na prática clínica, em conferência que tem como chair a hematologista Sonali M. Smith, da Universidade de Chicago, uma das grandes especialistas mundiais em linfoma1.
A agência Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos aceitou o pedido para analisar licença suplementar para o anti PD-1 pembrolizumab (KEYTRUDA®) no tratamento de pacientes com adenocarcinoma de junção gástrica ou gastroesofágica recorrente ou avançado, que progrediram a duas ou mais linhas de quimioterapia. A decisão final do FDA deve ser anunciada em setembro de 2017.
Dados já conhecidos do estudo de Fase III APHINITY mostram que a adição de pertuzumabe + trastuzumabe ao esquema de quimioterapia melhora a sobrevida livre de doença invasiva (iDFS) de mulheres com câncer de mama inicial HER2 positivo em comparação com trastuzumabe e quimioterapia isoladamente.
O foco na prevenção se mantém na agenda do encontro anual da ASCO. Estudo da Universidade de Ohio, liderado por Maura L. Gillison, mostra o impacto profilático da vacinação contra o HPV nos casos de câncer de cabeça e pescoço em adultos jovens nos Estados Unidos (Abstract 6003).