Enfortumabe vedotina é novo padrão no câncer urotelial metastático
Pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático têm sobrevida limitada após a progressão com quimioterapia contendo platina e regimes anti PD-1 / L1. Enfortumabe vedotina (EV) é um conjugado anticorpo-droga que mostrou eficácia neste cenário de tratamento em estudo de braço único. Agora, ensaio randomizado de Fase III apresentado no ASCO GU 2021 confirma enfortumabe vedotina como novo padrão de tratamento nessa população de pacientes. O estudo foi publicado simultaneamente no New England Journal of Medicine.
Resultados iniciais de estudo randomizado de Fase III abrem nova perspectiva no tratamento do carcinoma urotelial músculo-invasivo (MIUC), indicando que o anti PD-1 nivolumabe mostrou benefício clínico e estatisticamente significativo de sobrevida livre de doença em pacientes submetidos à cirurgia radical, independentemente do status de PD-L1 tumoral. Selecionado para a General Session, o trabalho é um dos destaques do ASCO GU 2021.
A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos EUA (USPSTF) não recomendou o rastreamento de câncer de próstata por PSA nas decisões de 2008 e 2012. Agora, estudo que integra o programa científico do Simpósio ASCO GU 2021 traz dados que reforçam a evidência epidemiológica de que as reduções no rastreamento podem explicar parte do recente aumento do câncer de próstata metastático nos Estados Unidos.
O 2021 Genitourinary Cancer Symposium (ASCO GU 2021), realizado virtualmente de 11 a 13 de fevereiro, promete três dias de educação baseada em evidências, apresentando expoentes da oncologia GU e avanços com potencial de impactar a prática clínica. Com sessões específicas para câncer de próstata, bexiga, adrenais, testículos e rim, a edição deste ano reforça o foco em aplicações de genômica, dedicando espaço crescente a abordagens personalizadas.
Ensaio de Fase III (POLO) que avaliou a eficácia e segurança de olaparibe de manutenção nos pacientes com câncer de pâncreas metastático que apresentam mutações germinativas de BRCA1/2 e que não haviam falhado ao regime FOLFIRINOX em 1ª linha apresentou resultados de sobrevida global. Confira a análise do oncologista Alexandre Jacome.
Destacado em sessão oral no ASCO GI 2021, o estudo FIGHT demonstrou que a adição de bemarituzumab ao FOLFOX modificado (mFOLFOX) melhorou significativamente a sobrevida e as taxas de resposta para pacientes com câncer gástrico avançado. Tiago Biachi de Castria (foto), oncologista do ICESP e do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, comenta os resultados.
A terapia neoadjuvante seguida por cirurgia mesorretal é o padrão de tratamento para o carcinoma retal localmente avançado, mas controvérsias ainda cercam o tratamento do paciente idoso. O estudo NACRE investigou o papel da radioterapia de curta duração com cirurgia retardada nesta população e foi um dos destaques da General Session do ASCO GI 2021. O médico especialista em radioterapia Robson Ferrigno (foto), coordenador dos serviços de radioterapia do Hospital BP Paulista, analisa os resultados.
Uma análise pré-planejada do estudo JACCRO GC-07 avaliou a sobrevida livre de recidiva em 3 anos de pacientes com câncer gástrico estágio III tratados com S-1 e docetaxel submetidos à gastrectomia D2 sem quimioterapia neoadjuvante. Os resultados selecionados para apresentação oral no ASCO GI 2021 confirmam a eficácia da combinação.
O oncologista Frederico Costa (foto), do Hospital Sírio Libanês em São Paulo, é autor sênior de dois estudos selecionados para o programa científico do ASCO GI 2021, com dados da experiência institucional com terapias eletromagnéticas (EMF, da sigla em inglês) em monoterapia ou combinadas ao padrão de tratamento de pacientes com carcinoma hepatocelular avançado. As oncologistas Micelange Carvalho Sousa e Yone de Camargo Setogute são as primeiras autoras dos trabalhos.
Matthew H. G. Katz, do MD Anderson Cancer Center, é primeiro autor de estudo que integra a sessão oral do ASCO GI 2021 com novos dados do tratamento neoadjuvante com mFOLFIRINOX com ou sem RT hipofracionada em pacientes com adenocarcinoma ductal pancreático borderline-ressecável (Alliance A021501).