Em estudo observacional, retrospectivo, a radioterapia corporal estereotáxica ablativa (SABR) para todas as oligometástases teve impacto na sobrevida global e livre de progressão, como descrevem Salim et al. em artigo no JCO Global Oncology.

“Os médicos podem considerar SABR como um método terapêutico não invasivo, preciso e eficaz para o manejo de doenças oligometastáticas, melhorando potencialmente os resultados e a qualidade de vida dos pacientes”, analisam os autores.

Neste estudo de braço único, realizado entre julho de 2015 e fevereiro de 2022, 60 pacientes com tumores primários controlados e uma a cinco metástases foram tratados com SABR, com doses de radiação que variaram de 12 a 60 Gy, administradas em uma a sete frações. O objetivo foi determinar se a terapia com  SABR para todas as oligometástases tem impacto na SG e na SLP, assim como determinar se o tumor primário ou o local metastático influencia a SG/SLP.

Os tipos mais comuns de câncer primário foram de próstata (n = 14), colorretal (n = 10), pulmão (n = 7) e mama (n = 6). O acompanhamento médio foi de 30 meses, variando de 9 a 79. Os autores descrevem que as taxas de SLP e SG em 1, 3 e 5 anos foram de 54,9%, 37,0% e 37,0% e 98,3%, 84,4% e 73,8%, respectivamente, enquanto o tempo mediano até a primeira progressão foi de 15 meses (variação de 2 a 32). Vinte e quatro (40%) pacientes não tiveram recorrência. Nesta análise, o local do tumor primário não foi um fator prognóstico independente. Os resultados revelam que o local metastático pode influenciar o resultado do paciente em casos de metástases ósseas e hepáticas localizadas.

“Enquanto aguardamos os resultados dos ensaios clínicos randomizados, nossa análise retrospectiva demonstra que SABR oferece uma abordagem inovadora, produzindo melhorias nas taxas de sobrevida global e livre de progressão entre pacientes com doença oligometastática, independentemente do local do tumor primário”, concluem os autores.

Salim et al. destacam que em 2020 a doença oligometastática foi definida pela Sociedade Americana de Radiação Oncológica (ASTRO) e pela Sociedade Europeia de Radioterapia e Oncologia como uma a cinco lesões metastáticas tratáveis com segurança, sendo opcional um tumor primário controlado.

Referência:

Nidal Salim et al., Second Chance for Cure: Stereotactic Ablative Radiotherapy in Oligometastatic Disease. JCO Glob Oncol 10, e2300275(2024).

DOI:10.1200/GO.23.00275