Supressão ovariana com agonista de GnRH trimestral versus mensal em pacientes pré-menopausadas com câncer de mama
Estudo retrospectivo realizado por pesquisadores da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo – buscou avaliar a eficácia de supressão da função ovariana com gosserrelina trimestral em comparação com gosserrelina mensal, associada com um inibidor de aromatase, em pacientes na pré-menopausa com câncer de mama receptor de estrogênio (ER) positivo. Os resultados foram selecionados para apresentação em pôster no ASCO 2023. Daniella Audi Blotta é a primeira autora do trabalho, que tem como autor sênior o oncologista Antonio Carlos Buzaid.
Estudo global destacado no ASCO 2023 apresentou resultados da terapia celular com obe-cel em adultos com leucemia linfoide aguda recidivada ou refratária (LLA R/R), demonstrando que esta terapia CAR T cell é segura e eficaz, com taxas de resposta elevadas e duradoras nessa população de pacientes. "
O recrutamento de populações sub-representadas - minorias raciais e étnicas, mulheres, populações rurais e populações mais jovens e mais velhas - tem sido historicamente baixo na pesquisa clínica. Em 2018, a Alliance for Clinical Trials in Oncology (Alliance), iniciou uma estratégia em parceria com o National Cancer Institute (NCI) para aumentar a participação de minorias sub-representadas por raça e etnia (URMs) nos ensaios conduzidos pela Alliance. Os resultados foram tema de Poster Discussion no ASCO 2023 e demonstram o êxito da iniciativa.
Apresentado em sessão oral no ASCO 2023, o estudo SWOG S1011 demonstrou que a linfadenectomia estendida em pacientes com câncer urotelial músculo-invasivo clinicamente localizado submetidos a cistectomia radical não oferece benefício em comparação com a linfadenectomia padrão. "Este estudo se soma a outros estudos importantes em uro-oncologia ressaltando o papel limitado de grandes linfadenectomias", observa o urologista Gustavo Carvalhal (foto), chefe do serviço de Urologia da PUCRS e cirurgião do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
A adição de olaparibe (Lynparza®) e durvalumabe (Imfinzi®) ao tratamento padrão prolongou a sobrevida livre de progressão de mulheres com câncer de ovário avançado recém-diagnosticado sem mutações BRCA, representando avanço promissor para essas pacientes. Os resultados são da análise interina de estudo randomizado de fase 3 (DUO-O) apresentado no ASCO 2023. "Sem dúvida, é um estudo importante que traz benefícios para uma população que ainda tem necessidades não atendidas", avalia a oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz (foto).
Estudo piloto selecionado em Poster Discussion no ASCO`2023 sugere que a combinação de cemiplimabe neoadjuvante + quimioterapia com doublet de platina + cetuximabe é segura e eficaz no downstaging patológico de pacientes com carcinoma escamoso de cabeça e pescoço (HNSCC) locorregionalmente avançado (LA). A combinação levou a um notável downstaging patológico, o que permitiu reduzir a extensão da cirurgia e omitir a radioterapia adjuvante, destacam os autores. A oncologista Aline Lauda Chaves (foto), presidente do Grupo Brasileiro de Câncer de Cabeça e Pescoço (GBCP) e médica da DOM Oncologia, comenta os resultados.
Ian E. Krop, do Yale Cancer Center, apresenta no ASCO 2023 novos dados de trastuzumabe deruxtecana (T‑DXd), desta vez com uma análise agrupada (pooled analysis) dos ensaios DESTINY-Breast01, 02 e 03 (T‑DXd) em pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo (HER2+). Os resultados demonstram que T-DXd tem um perfil de risco-benefício favorável em pacientes ≥65 anos. O oncologista Gustavo Werutsky (foto) comenta os resultados.
Anas Gazzah (foto), do Departamento de Desenvolvimento de Drogas do Gustave Roussy, em Villejuif, França, é primeiro autor de estudo selecionado para publicação eletrônica no ASCO 2023 que avalia os resultados agrupados de segurança da córnea em pacientes que receberam o novo conjugado anticorpo-droga (ADC) tusamitamab ravtansina (tusa rav).
Estudo chinês apresentado em Poster Discussion mostrou resultados de toripalimab em combinação com Gemcitabina-Cisplatina (GP) como primeira linha de tratamento no câncer de nasofaringe recorrente ou metastático, (NPC r/m), com resultados finais da análise de sobrevida global (SG). Em um seguimento mediano de 30,1 meses, toripalimab mostrou benefício significativo de SG, consistente em todos os subgrupos.
Apesar dos avanços na imunoterapia de primeira linha ± quimioterapia, a maioria dos pacientes câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) avançado apresenta progressão da doença, necessitando de novas estratégias. Agora, no ASCO 2023, foram apresentados resultados iniciais do estudo de fase 1b TROPION-Lung02, que avalia a combinação do conjugado de anticorpo-medicamento Dato-DXd + pembrolizumabe ± quimioterapia de platina no CPCNP avançado.
No estudo de Fase 2 RIGHT Choice, o endpoint primário de sobrevida livre de progressão (SLP) favoreceu o inibidor de CKK4/6 ribociclibe + terapia endócrina (RIB + ET) em comparação com a combinação de quimioterapia (mPFS, 24,0 vs 12,3 meses; hazard ratio [HR], 0,54; 95% CI, 0,36-0,79; P = 0,0007) em pacientes com câncer de mama HR+/HER2-negativo agressivo. Pacientes mais jovens com câncer de mama agressivo têm um prognóstico pior, o que afeta as decisões de tratamento. Agora, os pesquisadores apresnetaram no ASCO 2023 uma análise de subgrupo dos principais parâmetros de eficácia do RIGHT Choice avaliados por idade (< 40 versus ≥ 40 anos).