Estudo revela associação entre poluição do ar e câncer de pulmão em não fumantes
Estudo selecionado como Late Breaking Abstract 1 no ESMO 2022 demonstrou que a exposição a partículas de 2,5 micrômetros (μm) de diâmetro (PM2,5) aumenta o risco de câncer de pulmão de células não pequenas em indivíduos não fumantes com mutações EGFR. “As mesmas partículas no ar que derivam da combustão de combustíveis fósseis, exacerbando as mudanças climáticas, estão impactando diretamente a saúde humana por meio de um importante e anteriormente negligenciado mecanismo causador de câncer nas células pulmonares”, afirmou Charles Swanton (foto), diretor clínico do Francis Crick Institute and Cancer Research UK, em Londres, Reino Unido, em apresentação dos resultados da pesquisa no Simpósio Presidencial do encontro europeu.
O inibidor oral da gama-secretase (GSI) nirogacestat levou a uma redução significativa de 71% no risco de progressão em comparação com placebo (hazard ratio para SLP 0,29; 95% CI 0,15-0,55; p <0,001) em pacientes com tumores desmoides progressivos. Os resultados são do estudo de Fase 3 DeFi, selecionados como Late Breaking Abstract 2 no ESMO 2022. “Vimos um benefício estatisticamente significativo na redução da dor e da carga de sintomas, e uma melhora impressionante no funcionamento físico, funcional e na qualidade de vida relacionada à saúde”, observou Bernd Kasper (foto), oncologista no Mannheim Cancer Center, Alemanha, e principal autor do trabalho.
No estudo de Fase 3 SOLO1/GOG 3004, a terapia de manutenção com o inibidor da PARP olaparibe proporcionou um benefício de sobrevida livre de progressão sustentado em pacientes com câncer de ovário avançado recém-diagnosticado e mutação BRCA1/2. Agora, resultados de sobrevida global após um acompanhamento de 7 anos, o mais longo para qualquer inibidor de PARP no cenário de primeira linha, apoiam o uso de olaparibe de manutenção para alcançar remissão em longo prazo neste cenário. O estudo foi apresentado por Paul A. DiSilvestro, diretor do Program in Women’s Oncology no Hospital of Rhode Island and Care New England Health System, e publicado simultaneamento no Journal of Clinical Oncology (JCO).
Na análise primária do estudo Fase 3 PAOLA-1/ENGOT-ov25 (NCT02477644), a adição de olaparibe ao bevacizumabe de manutenção após quimioterapia à base de platina (PBC) de primeira linha (1L) + bevacizumabe levou a um benefício significativo de sobrevida livre de progressão (SLP) no câncer de ovário avançado (HR 0,59, 95% CI 0,49 e 0,72; P<0,001), particularmente em pacientes com deficiência de recombinação homóloga (HRD+; mutação BRCA1/2 [BRCAm] e/ou instabilidade genômica; Ray-Coquard et al NEJM 2019). Agora, a análise de sobrevida global final pré-especificada foi apresentada no ESMO 2022. A oncologista Maria Del Pilar Estevez Diz (foto), Coordenadora da Oncologia Clínica do ICESP, comenta os resultados.
Tislelizumab (TIS), um anticorpo monoclonal anti-PD-1, demonstrou respostas duráveis e foi bem tolerado como monoterapia no tratamento de segunda linha de pacientes com carcinoma hepatocelular irressecável. Na ESMO 2022, dados finais de estudo randomizado de Fase III demonstram que TIS como agente único apresenta benefício de sobrevida global clinicamente significativo como opção de primeira linha, com resultado não-inferior a sorafenibe nessa população de pacientes. O oncologista Duilio Rocha Filho (foto), chefe do Serviço de Oncologia Clínica do Hospital Universitário Walter Cantídio (UFC-CE), discute os resultados.
O conjugado anticorpo-droga sacituzumabe govitecana demonstrou uma melhora estatisticamente significativa na sobrevida global em comparação com o tratamento de escolha do médico em pacientes com câncer de mama metastático HR+/HER2-negativo fortemente pré-tratados, bem como melhorias significativas na taxa de resposta objetiva e qualidade de vida, com segurança manejável. Os resultados do estudo de Fase 3 TROPiCS-02 foram apresentados pela oncologista Hope Rugo (foto) no ESMO 2022 (LBA76).
No acompanhamento de longo prazo do estudo EMPOWER-Cervical 1, o anticorpo anti-PD-1 cemiplimabe (Libtayo®, Sanofi) continua a mostrar uma melhora estatisticamente e clinicamente significativa na sobrevida global em comparação com a quimioterapia em pacientes com câncer de colo do útero recorrente/metastático após quimioterapia de primeira linha à base de platina. Os resultados da análise final de sobrevida após mais 1 ano de acompanhamento foram selecionados para apresentação em sessão mini-oral no ESMO 2022, em trabalho que tem a oncologista Andreia Melo (foto), chefe da Divisão de Pesquisa Clínica e Desenvolvimento Tecnológico do Instituto Nacional de Câncer (INCA), como coautora.
A sustentabilidade está no centro de muitas discussões no Congresso anual da Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO 2022), que acontece entre os dias 9 e 13 de setembro, em Paris, França. “Por definição, sustentabilidade é ser capaz de manter processos importantes e de alta qualidade ao longo do tempo. Na oncologia, vendo o aumento dos casos de câncer, precisamos nos perguntar como podemos garantir que o processo essencial de cuidar dos pacientes possa ser mantido”, disse a presidente da ESMO, Solange Peters, em conferência de imprensa na abertura do encontro.
A etiologia viral está associada ao comprometimento hepático no desenvolvimento do carcinoma hepatocelular e pode influenciar a atividade da imunoterapia. Análise exploratória selecionada para apresentação em pôster no ESMO 2022 analisou o impacto da etiologia viral nos desfechos clínicos de pacientes do estudo de Fase 3 HIMALAYA, que avaliou a combinação de tremelimumabe e durvalumabe (STRIDE) em comparação com sorafenibe no tratamento do carcinoma hepatocelular irressecável. O oncologista Sergio Jobim Azevedo (foto), do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, é coautor do trabalho.
Aditya Bardia (foto) é primeiro autor de estudo aceito para apresentação em pôster na ESMO 2022, descrevendo o conjugado anticorpo-droga Datopotamab deruxtecan (Dato-DXd), um promissor agente experimental avaliado em pacientes com câncer de mama metastático HR+/HER2– no ensaio clínico TROPION-Breast01 (NCT05104866).
Álvaro Caldas (foto), médico e fellow do programa de doutorado em Oncologia do A.C Camargo Cancer Canter, é primeiro autor de estudo aceito como pôster no ESMO 2022 que buscou avaliar a expressão do supressor tumoral CDX2 e da ciclooxigenase 2 (COX2) em amostras de tumor de câncer colorretal metastático em uma coorte caracterizada clinicamente.