Marcadores genômicos na Síndrome de Lynch
A síndrome de Lynch pode estar ligada a um espectro mais amplo de cânceres do que se pensava anteriormente e marcadores genômicos, como a instabilidade de microssatélites e defeitos nos genes de reparo do DNA, são preditivos da síndrome de Lynch, independentemente do tipo de câncer. É o que mostra estudo de pesquisadores do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, tema de apresentação oral na segunda-feira, 04 de junho, na ASCO 2018 (LBA 1509). O oncologista Rodrigo Guindalini (foto), coordenador do Centro de Genética e Prevenção do Câncer da Clínica de Oncologia CLION e membro da Rede Brasileira de Câncer Hereditário (REBRACH).
Relatório inicial do estudo Circulating Cell-free Genome Atlas (CCGA) fornece evidências preliminares de que um exame de sangue pode ser capaz de detectar câncer de pulmão em estágio inicial. O estudo é um dos destaques do programa científico da ASCO 2018, apresentado na sessão oral da oncologia torácica (LBA 8501), e abre espaço para utilizar o cell-free DNA como ferramenta para o diagnóstico precoce do câncer.
Selecionado como um dos Late Breaking Abstracts da ASCO 2018, o estudo SANDPIPER mostrou resultados de uma nova terapia-alvo, o taselisib, em pacientes com câncer de mama receptor hormonal, HER 2 negativo, em combinação com a terapia hormonal padrão (LBA 1006). O estudo é tema da apresentação oral de Jose Baselga, do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, e sugere benefícios de taselisib no controle da doença avançada ou metastática, às custas de maior toxicidade.
Susan Halabi, do Duke University Medical Center, é a primeira autora de estudo1 que discute sobrevida global entre afro-americanos e caucasianos com câncer de próstata metastático resistente a castração. O estudo foi selecionado para apresentação oral na segunda-feira, 4 de junho, e os resultados mostram que afro-americanos com câncer de próstata avançado têm a mesma chance de sobrevida, se não melhor, do que os homens caucasianos (LBA 5005).
Análise prospectiva que comparou resultados de pacientes negros e brancos com câncer de próstata metastático resistente à castração tratados com abiraterona e prednisona é tema de pôster discussion na ASCO 2018, com os resultados do estudo Abi-Race (LBA 5009). Quem comenta os resultados do estudo é o urologista Gustavo Guimarães (foto), Diretor do Departamento de Cirurgia Oncológica da BP - A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
Análise dos dados do registro de câncer de um hospital da Califórnia revelou que mulheres com câncer de cabeça e pescoço receberam menos quimioterapia intensiva (35% vs. 46%) e menos radioterapia (60% vs. 70%) na comparação com pacientes homens. Os dados serão apresentados na ASCO 2018 e devem ter impacto no modelo de cuidados. “Nós não estávamos procurando por diferenças de gênero, então os resultados foram realmente surpreendentes”, explicou Jed A. Katzel, autor senior do estudo (LBA 6002)1.
A avaliação geriátrica, instrumento que inclui medidas validadas para aferir diferentes domínios da saúde do idoso, pode ajudar a melhorar a comunicação com pacientes idosos com câncer, com reflexos positivos na linha de cuidados. É o que conclui estudo que será apresentado em sessão oral na ASCO 2018, em análise que envolveu mais de 500 pacientes oncológicos acima de 70 anos (LBA 10003).
Uma análise dos dados de saúde de duas regiões demograficamente semelhantes na fronteira dos Estados Unidos e Canadá mostrou que o tratamento para câncer colorretal avançado custa o dobro em Western Washington, nos Estados Unidos, em relação à Colúmbia Britânica - US$ 12.345 vs. US$ 6.195 mensais por paciente (p = < 0.01). Apesar do custo significativamente mais elevado nos EUA, os pacientes do lado norte-americano não estão vivendo mais que os do lado canadense (LBA3579). Os dados serão apresentados na ASCO 2018.
Selecionado na ASCO 2018 para publicação eletrônica, o estudo EVITA é uma avaliação prospectiva da casuística de câncer de colo de útero em instituições brasileiras. O trabalho está sendo realizado pelo Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA/GBTG) com apoio do LACOG, com o objetivo de delinear os perfis sócio-demográfico das pacientes, do rastreamento e do tratamento do câncer de colo de útero no país, além de levantar desfechos clínicos de sobrevida e qualidade de vida. A oncologista Angélica Nogueira-Rodrigues, presidente do EVA/GBTG, comenta o trabalho.
Os números impressionam e fazem do encontro anual da ASCO o ponto alto do calendário da oncologia mundial. Nesta 54ª edição são mais de 5 mil abstracts selecionados, em ano que confirma tendências e aponta novos caminhos para a pesquisa em câncer.
Maior estudo sobre o impacto da duração mais curta do tratamento com trastuzumabe em pacientes com câncer de mama estádio inicial HER2 positivo, o estudo PERSEPHONE demonstrou que o tratamento com duração de 6 meses pode beneficiar as pacientes tanto quanto o padrão atual de 12 meses, com menor risco de efeitos colaterais cardíacos. Os resultados serão apresentados segunda-feira, 04 de junho, durante o Congresso da ASCO, em Chicago. O oncologista Carlos Barrios (foto), diretor executivo do LACOG e do Hospital do Câncer Mãe de Deus, comenta o trabalho.