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O tratamento com o conjugado de anticorpo-medicamento (Daiichi Sankyo/Astrazeneca) mostrou eficácia consistente independente da carga da doença, tratamento anterior com CDK4/6i ou rápido estado de progressão da doença. Os resultados são de análise de subgrupos apresentada no San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS 2022) pela oncologista Nadia Harbeck, da Universidade de Munique.

O estudo de Fase 3 DESTINY-Breast04 demonstrou que trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) prolongou significativamente a sobrevida livre de progressão (SLP) e a sobrevida global (SG) em comparação com o tratamento de escolha do médico (TPC) em pacientes com câncer de mama metastático HER2-low (imuno-histoquímica [IHC] 1+ ou IHC 2+ /hibridação in situ negativa) na coorte receptor hormonal positivo (HR+) e em todos os pacientes (HR+ e HR-; mediana de SLP, 9,9 vs. 5,1 meses, hazard ratio: 0,50; p<0,001; mediana de sobrevida global 23,4 vs. 16,8 meses, hazard ratio: 0,64; p=0,001; Modi et al. N Engl J Med 2022). A taxa de resposta objetiva (ORR) com trastuzumabe deruxtecana foi ≥50% em todas as coortes.

O tratamento de segunda linha com o conjugado de anticorpo-medicamento (ADC) trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) levou a uma sobrevida global significativamente mais longa em comparação com trastuzumabe entansina (T-DM1) em pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo. Os resultados atualizados do estudo de Fase 3 DESTINY-Breast03 foram apresentados no San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS 2022) e publicados simultaneamente no The Lancet, em artigo com participação dos médicos brasileiros Vanessa Petry e Roberto Hegg.

“Quase todos os pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo apresentam progressão da doença no tratamento de primeira linha, exigindo a transição para um tratamento de segunda linha”, disse Sara Hurvitz, professora de medicina na Escola de Medicina David Geffen da Universidade da Califórnia Los Angeles e Jonsson Comprehensive Cancer Center e primeira autora do trabalho.

Comparado com regimes baseados em capecitabina, trastuzumabe deruxtecana (T-DXd) apresentou taxas de resposta mais altas e maior sobrevida no cenário de terceira linha de tratamento para pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo previamente tratados com trastuzumabe entansina (T-DM1). Os resultados do estudo de fase 3 DESTINY-Breast02 foram apresentados pelo oncologista Ian Krop, médico do Yale Cancer Center, no San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS 2022).

No ensaio clínico fase II, braço único, DESTINY-Breast01, T-DXd mostrou atividade clínica após segunda linha de tratamento para pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo previamente tratados com T-DM1, outro conjugado de anticorpo-medicamento direcionado a HER2. Esses resultados levaram à aprovação acelerada do T-DXd nos EUA em 2019 para pacientes com câncer de mama metastático ou irressecável que haviam recebido dois ou mais regimes prévios baseados em anti-HER2.

Marcelo Capra, do Centro Integrado de Hematologia e Oncologia do Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre, é primeiro autor de análise de subgrupos do estudo randomizado de Fase 3 (IKEMA) apresentada no congresso da Sociedade Americana de Hematologia (ASH 2022) que avaliou isatuximabe (Sarclisa®, Sanofi) mais carfilzomibe e dexametasona no tratamento do mieloma múltiplo recidivado, de acordo com as linhas prévias de tratamento. Os resultados desta análise de subgrupo são consistentes com o benefício observado na população geral do estudo IKEMA e apoiam ainda mais Isa-Kd como um tratamento padrão para pacientes com MM recidivado e/ou refratário.

Destacado no programa científico do 2022 ESMO Immuno-Oncology Congress (ESMO-IO), ensaio clínico randomizado de Fase 3 (EMPOWER-Lung 3)1 apresentou resultados da parte I do estudo com o anti-PD-1 cemiplimabe  (Libtayo®, Sanofi/Regeneron) em pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) avançado, mostrando que a adição de cemiplimabe e do anti-CTLA-4 ipilimumabe a um curso reduzido de quimioterapia conferiu benefício significativo de sobrevida global em pacientes com CPNCP com expressão de PD-L1 <50%.

Com acompanhamento de 3 anos, a monoterapia com o anticorpo anti-PD-1 cemiplimabe (Libtayo®, Sanofi) continua a demonstrar benefício sustentado de sobrevida global e sobrevida livre de progressão em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas avançado e/ou metastático. A atualização de longo prazo1 do estudo de Fase 3 EMPOWER-Lung 1 apresentada em Sessão Oral no ESMO 2022 também trouxe os dados de sobrevida global e taxa de resposta dos pacientes que progrediram à imunoterapia e continuaram o tratamento com cemiplimabe associado à quimioterapia. “Pela primeira vez, um estudo de Fase 3 demonstra vantagens terapêuticas da manutenção da imunoterapia para pacientes que progridem após a monoterapia em primeira linha com anti-PD-1”, destacam os autores.

O EMPOWER-Lung 1 é um estudo aberto, Fase 3, que incluiu 712 pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) sem tratamento prévio recrutados em 138 centros, de 24 países. Foram elegíveis pacientes adultos (≥18 anos) com doença avançada ou metastática, confirmada histologicamente ou citologicamente, e com bom performance status (ECOG de 0-1). Os pacientes foram randomizados para receber cemiplimabe (350 mg a cada 3 semanas por 108 semanas ou até a progressão da doença; n=357) ou quimioterapia à escolha do investigador (4 a 6 ciclos; n=355). As características do baseline foram bem equilibradas entre os braços de tratamento.

O anticorpo monoclonal isatuximabe (Sarclisa®, Sanofi), combinado ao regime carfilzomibe-dexametasona, representa nova opção de tratamento para pacientes com mieloma múltiplo recidivado e/ou refratário.  As evidências de eficácia e segurança embasaram a decisão das principais autoridades reguladoras de aprovar o uso de isatuximabe nessa população de pacientes, com benefícios significativos de sobrevida e taxa de resposta.

A aprovação de isatuximabe pela Anvisa (DOU nº129)1 e outras autoridades regulatórias foi apoiada nos resultados do estudo de Fase III IKEMA2, demonstrando que a adição de isatuximabe ao esquema carfilzomibe-dexametasona aumentou de 1,6 para 3 anos a mediana de sobrevida livre de progressão em pacientes com mieloma múltiplo (MM) recidivado após ≥1 terapia anterior.

Com seguimento dos pacientes por mais 2 anos desde a primeira apresentação do estudo em 2020, resultados atualizados do ensaio ADAURA apresentados no ESMO 2022 reforçam osimertinibe (Tagrisso®, Astrazeneca) como padrão de tratamento adjuvante para pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP) estágio IB-IIIA com mutação EGFR (EGFRm) após ressecção tumoral completa e quimioterapia adjuvante, quando indicada. O seguimento prolongado permitiu a todos os pacientes a oportunidade de completar três anos de tratamento adjuvante e confirmou que osimertinibe manteve benefício sustentado, reduzindo o risco de recorrência da doença ou morte em 77% (razão de risco [HR] de 0,23; intervalo de confiança de 95% [IC] 0,18-0,30) na população da análise primária (Estágios II-IIIA) e em 73% (HR 0,27; IC 95% 0,21-0,34) na população geral (Estágios IB-IIIA).

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) definiu o preço de venda de enfortumabe vedotina (Padcev®, Zodiac), o primeiro anticorpo droga conjugado aprovado pela Anvisa como opção de tratamento para pacientes com carcinoma urotelial metastático ou localmente avançado1.A precificação da CMED foi anunciada em 15 de setembro de 2022 e marca o início da comercialização da enfortumabe vedotina no Brasil.

Estudo randomizado de Fase 3 (CASPIAN) mostrou que durvalumabe mais platina-etoposídeo (EP) versus EP isoladamente melhorou significativamente a sobrevida global (SG) como tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de pulmão de pequenas células com doença extensa (CPPC-ES), (HR) 0,71; [95% CI 0,60-0,86; P = 0,0003), com mediana de sobrevida global de 12,9 meses no braço tratado com durvalumabe versus 10,5 meses no grupo EP. Em três anos, a taxa de sobrevida foi três vezes maior no grupo tratado com durvalumabe mais EP (17,6%) versus EP (5,8%), estabelecendo essa combinação como padrão de primeira linha para CPPC-ES. Análise de subgrupo reportada por Chen,Y et al. no Journal of Thoracic Oncology confirmou o benefício, demonstrando que o ganho de SG e sobrevida livre de progressão (SLP) foi mantido independentemente da presença de metástases cerebrais, apoiando ainda mais a utilização de durvalumabe mais platina-etoposídeo como padrão de cuidados nessa população de pacientes. A adição de durvalumabe reduziu em 31% o risco de progressão em SNC ou necessidade de radioterapia craniana.