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AtualizadoSex, 10 Maio 2024 9pm

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Daichii Sankyo

 

Terapia de manutenção com selinexor amplia sobrevida livre de progressão no câncer de endométrio

angelica 21 1 bxEm pacientes com câncer de endométrio avançado ou recorrente com TP53 do tipo selvagem, a adição da terapia de manutenção com selinexor após terapia sistêmica pode prolongar a sobrevida livre de progressão (SLP), como apontam os resultados da análise de subgrupo do estudo de fase 3 SIENDO, destaque da ASCO Plenary Series. A oncologista Angélica Nogueira-Rodrigues (foto) comenta os resultados.

“Selinexor é um inibidor seletivo de exportinas nucleares (SINE), cuja segurança e eficácia promissora foram previamente apresentadas em estudo de fase II. Na primeira análise deste estudo de fase III apresentada na ESMO 2022, não direcionada por biomarcador, não houve impacto significativo na sobrevida livre de progressão”, esclarece Angélica.

Em análise de subgrupo pré-planejada, foram avaliados 113 pacientes com câncer de endométrio avançado ou recorrente com TP53 tipo selvagem (TP53wt), randomizados para receber selinexor (n =77) ou placebo (n = 36) como terapia de manutenção após resposta à terapia sistêmica anterior.

Em um seguimento mediano de 25,3 meses, o subgrupo exploratório pré-especificado de pacientes com câncer de endométrio avançado/recorrente TP53wt teve mediana de sobrevida livre de progressão de 27,4 meses versus 5,2 meses nos braços de selinexor e placebo, respectivamente; HR [estratificado pela resposta à quimioterapia CR vs PR] 0,46; 95% CI (0,27, 0,79), p nominal unilateral = 0,002). A eficácia foi observada independentemente do status de microssatélite (MSS/MSI). "No entanto, um sinal de benefício mais forte foi observado no grupo TP53 selvagem/MSS, grupo no qual a SLP mediana não foi atingida comparada a 4,9 meses com placebo (HR 0,32, 95% IC [0,16, 0,66]; P = 0,0006).  Em pacientes com MSI, a SLP medianda foi 13,1 meses comparada a 3,7 no braço placebo (HR 0,45, 95% CI [0,16, 127]; P = 0,0643)”, observa a oncologista.

Segundo os autores, aproximadamente metade de todos os pacientes com câncer de endométrio avançado ou recorrente tem tumores TP53wt e quase todos os pacientes com câncer de endométrio avançado ou recorrente apresentará recidiva dentro de um curto período de tempo. Como atualmente não há terapias de manutenção aprovadas para esses pacientes, há uma crítica necessidade de terapias de manutenção eficazes para retardar a recorrência do câncer, o que também retardaria o início da terapia de segunda linha.

Os resultados desta análise de subgrupo também indicam que o tipo selvagem TP53 apresenta evidência de ser um forte biomarcador preditivo para a eficácia de selinexor, reforçando que a caracterização molecular é importante para informar as decisões de tratamento para pacientes com câncer de endométrio. “Pacientes com TP53 mutados não apresentaram benefício com selinexor (SLP mediana 4,2 vs 5,4 meses; HR 1,34, 95% CI [0,89, 2,02])”, acrescenta Nogueira-Rodrigues.

Em relação ao perfil de segurança, os eventos adversos (EAs) mais comuns de qualquer grau (selinexor/placebo) foram náuseas (90%/34%), vômitos (61%/11%) e diarreia (38%/34%), enquanto EAs de grau 3+ mais comuns incluíram neutropenia (18%/0%), náusea (12%/0%) e trombocitopenia (9%/0%). Eventos adversos que levaram à descontinuação foram relatados em 15%/0% dos pacientes, respectivamente. A maioria dos eventos adversos foi de baixo grau e os EAs foram reversíveis com terapia de suporte apropriada.  No entanto, os dados de PRO (patient reported outcome) são ainda aguardados.

“Este é um passo empolgante como possível opção de tratamento”, disse Brian M. Slomovitz, diretor de oncologia ginecológica no Mount Sinai Medical Center em Miami, Flórida, e principal autor do estudo. “Com uma dose oral semanal de selinexor, existe a possibilidade de permanecer livre de progressão por um período muito mais longo do que o padrão atual de atendimento, atrasando substancialmente o início da terapia de segunda linha”, destacou.

Em conclusão, o acompanhamento a longo prazo de uma análise de subgrupo pré-especificada mostrou benefício durável de SLP com a manutenção de selinexor  em pacientes com câncer de endométrio com TP53 tipo selvagem (TP53wt), com potencial para prolongar a resposta à terapia sistêmica prévia. Esses dados sugerem que o status TP53 é um biomarcador prognóstico robusto para câncer endometrial, indicando que selinexor pode fornecer benefício significativo em pacientes com tumores TP53wt.

Um estudo de fase 3 está em andamento para aprofundar a investigação sobre a segurança e a eficácia de selinexor como terapia de manutenção em pacientes com câncer de endométrio TP53wt avançado ou recorrente (NCT05611931).

O estudo SIENDO está inscrito na plataforma ClinicalTrials: NCT03555422.


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