19032024Ter
AtualizadoSeg, 18 Mar 2024 5pm

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Daichii Sankyo

 

Como garantir a fertilidade durante e após o tratamento do câncer?

Bottom line

Especificamente tratando-se das neoplasias ginecológicas, diferentes procedimentos podem ser adotados com o objetivo de preservar a fertilidade.

Entre homens e mulheres, as realidades são completamente distintas em relação à preservação da fertilidade durante e após o tratamento do câncer. O uso do banco de esperma, ainda que difícil nos pacientes homens pré-púberes, é uma opção fácil para meninos já na puberdade e homens em tratamento oncológico adequadamente aconselhados. De forma oposta, a obtenção e manutenção de ovos maduros de mulheres jovens é algo muito mais complexo, invasivo e que demanda maior tempo (Schover et al., 1999; Woodruff, 2010)

No tratamento do câncer do colo útero, a traquelectomia radical é uma opção adequada a casos selecionados. Nas pacientes em que o tratamento envolve essencialmente a radioterapia da pelve, pode-se considerar a transposição ovariana como alternativa à falência ovariana precoce e, posteriormente, como possibilidade de coleta de oócitos visando fertilização in vitro em barriga solidária (Koliopoulos et al., 2004).

Para as pacientes com tumores ovarianos tipo germinativo e as com borderline com desejo de preservar a fertilidade, deve-se oferecer estadiamento cirúrgico com manutenção do útero e, sempre que possível, do ovário contralateral. Para os tumores epiteliais invasivos, é necessário aconselhamento genético e estadiamento cirúrgico, cuja extensão depende de fatores como o tipo histológico do tumor

audrey azevedo 2021Autores: Bruno Roberto Braga Azevedo e Audrey Tieko Tsunoda


Disbiose microbiana oral e câncer – quais as evidências?

Introdução: O estabelecimento da associação do microbioma oral com o risco de câncer pode levar a avanços significativos na compreensão da etiologia do câncer. Objetivo: Realizar uma revisão narrativa de literatura em busca de quais as evidências atuais no que se refere à disbiose microbiana oral e o câncer. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura narrativa, em que foi realizada uma busca aleatória, sem recorte temporal, por artigos científicos em português e inglês a respeito do tema, nas bases de dados PubMed, SciELO, Cochrane e Google Scholar. Resultados: A busca resultou em 45 artigos que elencaram a associação do microbioma com o câncer na cavidade oral e em outros órgãos e consistiram em cinco revisões da literatura, nove revisões sistemáticas sem e com meta-análise, 21 ensaios clínicos randomizados, oito coortes prospectivas e retrospectivas e dois casos-controle, que foram publicados entre 2002 e 2020. Conclusão: Alguns estudos apoiam a hipótese de que altos níveis de doença periodontal aumentam o risco de câncer oral. Embora a ligação entre inflamação e câncer esteja bem estabelecida, as evidências na literatura científica sobre a associação de doença periodontal com neoplasias malignas não necessariamente da cavidade oral permanecem limitadas e inconsistentes, com alguns estudos relatando associações positivas. Fatores de virulência bem caracterizados de Fusobacterium nucleatum e Porphyromonas gingivalis podem funcionar como moléculas efetoras na transição de células epiteliais normais para células neoplásicas. No contexto da abordagem de biologia computacional no desenvolvimento de novos fármacos, as referidas moléculas podem representar novos alvos para intervenção terapêutica.

daniel cohen 2021Daniel Cohen Goldemberg é estomatologista e patologista bucal, Honorary Oral Medicine Senior Lecturer – University College London (UCL), e pesquisador  do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (COPQ-INCA).


Qual o papel da prostatectomia no tratamento do câncer de próstata oligometastático?

Estimativas indicam que cerca de 20% dos casos de câncer de próstata (CaP) já são metastáticos ao diagnóstico3, No CaP, o tratamento local tem sido cada vez mais discutido e os resultados têm demonstrado benefícios, principalmente em pacientes com doença oligometastática 5,10 Experimentos animais corroboram a teoria que defende o papel oncológico do tratamento primário também no CaP. Naqueles em que o tumor primário foi removido, as metástases ocorreram em menor número e volume e o tempo de sobrevida foi maior do que naqueles em que a próstata foi mantida14-17. Mas o que dizer do papel da cirurgia frente ao CaP oligometastático de novo? Até o presente momento todos os dados disponíveis para responder a esta questão se baseiam em estudos de revisão ou retrospectivos. Metanálise identificou e avaliou os principais estudos que incorporaram a PR no tratamento de pacientes com CaP metastático e observou que a sobrevida global em 3 anos foi maior no grupo operado, quando comparado àqueles não operados (78% vs. 45%)31(fig. 4). Metanálise que avaliou linfadenectomia de resgate por recorrência linfonodal após tratamento definitivo demonstrou resposta bioquímica completa em 44% dos casos operados34. Conclui-se que a cirurgia tem inúmeras aplicações no CaP oligometastático, tanto no cenário de novo quanto no oligorrecorrente.

marcelo luis arieAutores: Marcelo Langer Wroclawski, Luís César Zaccaro e Arie Carneiro


Relação existente entre microbioma e CCR: Revisão e meta-análise

Introdução: O câncer colorretal é um dos mais frequentes no mundo ocidental, com 1,2 milhão de pessoas diagnosticadas em todo o mundo, a cada ano. A maioria dos casos de câncer colorretal é esporádica, decorrente de instabilidade de cromossomos e displasia de adenomas para carcinomas, enquanto as síndromes da polipose adenomatosa familiar e de câncer colorretal não polipose hereditário surgem por mutações no gene APC da linha germinativa e na via da instabilidade do microssatélite. A disbiose e a inflamação crônica associada já foram previamente estabelecidas na doença inflamatória intestinal, na síndrome do intestino irritável e no Diabetes mellitus tipo 2, e agora são conhecidas por facilitar a carcinogênese no câncer colorretal através de mecanismos genéticos e epigenéticos. A bactéria disbiótica que aparece principalmente implicada no câncer colorretal é o Fusobacterium nucleatum, associada à instabilidade dos microssatélites e às metástases linfonodais. Estudos clínicos recentes também sugeriram que eles podem afetar o prognóstico e potencialmente sinalizar uma nova fronteira no diagnóstico, avaliação e tratamento do câncer colorretal. Objetivos: Revisar sistematicamente a literatura para reunir as evidências que investigam as associações entre a microbiota intestinal e câncer colorretal, adenomas colorretais, local do câncer colorretal, estágio da doença, prognóstico, sobrevida e efeito da terapia atual realizada para o tratamento do câncer colorretal. Metodologia: Uma revisão sistemática e meta-análise da literatura publicada. Resultados: 53 estudos foram considerados relevantes para inclusão, abrangendo um total de 5167 pacientes com câncer colorretal, dos quais 3754 foram testados através de amostras de tecido da mucosa, 1072 através de amostras de fezes e 341 através de uma combinação. Conclusão: Existe uma associação significativa entre a microbioma intestinal e o câncer colorretal, com destaque para Fusobacterium (gênero) e F. nucleatum (espécies). Essa associação parece existir mais nos estágios avançados do tumor e / ou adenoma e é frequentemente associada a pior prognóstico e menor sobrevida.

mari yueda 2021






Mari Uyeda é coordenadora de pós graduação e docente na UNYLEYA e na Pólis Cursos, e doutoranda no AC Camargo Cancer Center.


Rastreamento do câncer do colo do útero, como avançar?

Bottom Line

Nas Diretrizes Brasileiras para o Rastreamento do Câncer do Colo do Útero o método recomendado é o exame citopatológico. Os dois primeiros exames devem ser realizados com intervalo anual e, se ambos os resultados forem negativos, os próximos devem ser realizados a cada três anos. O início da coleta deve ser aos 25 anos para evitar resultados falso-positivos, procedimentos adicionais e riscos desnecessários. Os exames periódicos devem seguir até os 64 anos e, naquelas mulheres sem história prévia de doença neoplásica pré-invasiva, interrompidos quando tiverem pelo menos dois exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos. Embora as recomendações de periodicidade trienal e de faixa etária para início do rastreamento sejam antigas no país, ainda há dificuldades de adesão tanto na saúde suplementar quanto no SUS. A mudança do atual rastreamento oportunístico para o modelo de base populacional pode viabilizar a migração da citologia para novas tecnologias de rastreamento com testes de HPV, permitindo aumentar o intervalo de triagem de trienal para quinquenal e aumentar a faixa etária de início de 25 para 30 anos. Aspectos como aceitabilidade, adesão, organização da rede, avaliação das opções de triagem pós-rastreio e da custo-efetividade das mudanças são questões que precisam ser avaliadas para incorporação de novas tecnologias no sistema de saúde.

arn migowski 2 bxArn Migowski é Chefe da Divisão de Detecção Precoce de Câncer e Apoio à Organização de Rede, Instituto Nacional de Câncer (INCA)

Neutropenia no paciente oncológico: como prevenir? Como tratar?

Bottom line:

É consenso entre as diretrizes mundiais que os esquemas quimioterápicos podem tem potencial de causar neutropenia. A duração e a severidade da neutropenia correlacionam-se diretamente com a incidência geral de infecções e, principalmente, de infecções severas com risco de morte, chegando até 50%. A administração de antibioticoterapia profilática, especialmente com quinolonas, é capaz de reduzir a incidência de infecções e até mesmo a mortalidade, mas seu uso rotineiro frequentemente resulta em aumento da resistência bacteriana. O uso de G-CSF como profilaxia primária (desde o primeiro ciclo de quimioterapia) reduz em cerca de 50% o risco de NF em pacientes com tumores sólidos, sem interferir na taxa de resposta tumoral ou na sobrevida global. A redução de dose dos agentes antineoplásicos nos ciclos subsequentes à ocorrência de neutropenia febril é uma estratégia útil para prevenção de novos episódios, mas os riscos de ajuste posológico devem ser considerados.

coradazzi index bxAna Lucia Coradazzi é oncologista clínica da Faculdade de Medicina de Botucatu – UNESP

Cirurgia oncoplástica - novas abordagens. O que sabemos?

Bottom line:

A cirurgia oncoplástica pode evitar sequelas de difícil correção e aumentar as indicações do tratamento conservador, em casos que normalmente iriam para mastectomia. A quimioterapia neoadjuvante e as técnicas oncoplásticas são as duas grandes ferramentas disponíveis para aumentar as indicações do tratamento conservador e melhorar os resultados estéticos reconstrutivos. Tabagismo, obesidade, comorbidades e radioterapia prévia são fatores de risco para complicações na cirurgia oncoplástica.

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Régis Resende Paulinelli é médico do Hospital Araújo Jorge/Associação de Combate ao Câncer em Goiás e do Hospital das Clínicas. Universidade Federal de Goiás

Terapia primária no câncer de mama inicial, existe consenso sobre a melhor abordagem?

Bottom Line:

O conceito de que a disseminação do câncer de mama à distância se dá por via linfática e hematogênica14 está entre os principais motivos que impulsionaram a cirurgia conservadora, levando o tratamento cirúrgico a diminuir  sua radicalidade ao longo dos anos. A cirurgia está indicada como terapia primária nas pacientes com doença inicial, mas novas evidências tornam o tratamento cada vez mais personalizado e com avaliação multidisciplinar. Além dos tipos tumorais e estádios clínicos, a decisão clínica deve considerar a idade das pacientes, comorbidades, suas expectativas e desejos.

bagnoli index bxFábio Bagnoli é Professor Instrutor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo; Assistente do Setor de Mastologia da Santa Casa de São Paulo; Corresponsável pelo Ambulatório de Quimioterapia Mama da Santa Casa de São Paulo; Responsável pela Reconstrução Mamária da Equipe de Mastologia do Hospital Paulistano (Américas Serviços Médicos); e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM)

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