27042024Sáb
AtualizadoSex, 26 Abr 2024 5pm

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Daichii Sankyo

 

Exercício físico e pós-operatório do câncer de mama

mama exercicioPacientes que realizaram exercícios físicos com amplitude de movimentos dos membros superiores no pós-operatório do câncer de mama apresentaram incidência semelhante de complicações (seroma, infecção, hematoma, deiscência, necrose e contusão) em comparação com aquelas que realizaram exercícios com restrição de movimentos. Os dados são de pesquisadores do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), reportados na Breast Cancer Research and Treatment.

O objetivo de Teodozio et al. foi avaliar a influência de exercícios na incidência de complicações da ferida operatória no câncer de mama, considerando a amplitude de movimento restrita (RAM) ou amplitude de movimento livre (FAM) dos membros superiores, a partir do primeiro dia do pós-operatório (1º DPO).

Neste ensaio clínico randomizado, com análise por intenção de tratar, foram incluídas 465 mulheres de 18 a 79 anos que receberam cirurgia curativa para câncer de mama. As participantes foram submetidas a exercícios dos membros superiores com movimento de amplitude livre (FAM) ou amplitude de movimento restrita (RAM), até o 30º dia de pós-operatório. Os principais desfechos avaliados foram seroma, deiscência, necrose, infecção, hematoma e hematoma.

A população avaliada foi composta por mulheres com mediana de idade de 54,5 anos (DP±11,5), majoritariamente não brancas (66,9%). Do total de participantes, os autores descrevem que 69,5% foram diagnosticadas com câncer de mama em estágio <IIB e 56,3% receberam tratamento, principalmente quimioterapia (55,3%). Em relação à abordagem cirúrgica, 56,8% foram submetidas a tratamento radical simples ou modificado (mastectomia) e 46,5% receberam linfadenectomia axilar. A maioria das mulheres (62,8%) utilizou dreno cirúrgico por no máximo 16 dias, com mediana de 10,82 (DP±3,43) dias. As pacientes foram acompanhadas para avaliação do seroma, por de 33,87 dias (DP±20,52).

Os resultados mostram que 461 participantes completaram o acompanhamento. Trinta dias após a cirurgia, 63,8% das mulheres apresentaram alguma complicação da ferida operatória, sendo necrose (39,3%) e seroma (30,8%) as mais frequentes. Os autores descrevem que não foram observadas diferenças estatisticamente significativas no pós-operatório de acordo com a amplitude dos exercícios dos membros superiores (FAM vs RAM), mesmo após uma análise estratificada por tipo de cirurgia (segmentectomia vs mastectomia) ou abordagem axilar (linfadenectomia axilar vs biópsia do linfonodo sentinela).

A conclusão dos autores demonstra que os exercícios FAM não aumentam a incidência de complicações da ferida pós-operatória, corroborando evidências de que os exercícios físicos são seguros e não aumentam o risco de complicações após a cirurgia do câncer de mama. 

Referência: Teodózio, C.G.C., Marchito, L.d.O., Fabro, E.A.N. et al. Shoulder amplitude movement does not influence postoperative wound complications after breast cancer surgery: a randomized clinical trial. Breast Cancer Res Treat 184, 97–105 (2020). https://doi.org/10.1007/s10549-020-05826-9

 

 

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