06122023Qua
AtualizadoTer, 05 Dez 2023 9pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

USPSTF revê recomendações para o rastreamento do câncer colorretal

denise guimaraes 2020A U.S. Preventive Services Task Force publicou um projeto de revisão das suas recomendações para o rastreamento do câncer colorretal, e pela primeira vez sugere o início da triagem aos 45 anos (recomendação B). O screening de pessoas entre 50 e 75 anos de idade permanece (recomendação A), assim como a decisão individual para adultos entre 76 a 85 anos (recomendação C). Quem analisa é a endoscopista e pesquisadora Denise Guimarães (foto), coordenadora do programa de rastreamento do câncer colorretal do Hospital de Câncer de Barretos (Hospital de Amor).

Esta não é a primeira vez que o rastreamento de câncer de cólon e reto aos 45 anos é considerado. Em 2018, a American Cancer Society atualizou suas diretrizes para o início do rastreamento de câncer colorretal aos 45 anos. No entanto, a USPSTF não alterou suas diretrizes.

A revisão da recomendação é baseada em dados epidemiológicos que indicam um risco crescente de câncer colorretal entre adultos jovens, com idades entre 45 e 49 anos, e se aplica a pessoas sem sintomas e que não apresentam história pessoal de pólipos colorretais, ou história familiar de doenças genéticas que aumentem o risco de câncer colorretal.

Apesar das fortes evidências de que o rastreamento do câncer colorretal é eficaz, cerca de um quarto das pessoas com idades entre 50 e 75 anos nunca foram rastreadas. O documento observa ainda que adultos negros apresentam a doença com mais frequência se comparados com outras populações, com maior risco de morte. A Força-Tarefa reconhece esse risco desproporcional e incentiva os médicos a oferecer o rastreamento recomendado do câncer colorretal para seus pacientes negros a partir dos 45 anos.

“Novas evidências sobre o câncer colorretal em pessoas mais jovens nos permitiu expandir nossa recomendação para rastrear todos os adultos a partir dos 45 anos, especialmente os adultos negros, que têm maior probabilidade de morrer da doença”, ressalta o documento.

A USPSTF recomenda dois tipos de testes para a triagem do câncer colorretal: testes de visualização direta, tais como a colonoscopia e a retossigmoidoscopia, e testes nas fezes. . “Existem muitos testes disponíveis que podem rastrear com eficácia o câncer colorretal. O ideal é que os médicos de atenção primária discutam os prós e contras das várias opções com seus pacientes para decidir qual teste é melhor para cada pessoa”, afirma o documento.

O draft da declaração de recomendação, a revisão das evidências e o relatório de modelagem estão disponíveis em www.uspreventiveservicestaskforce.org. As contribuições podem ser enviadas até o dia 23 de novembro em www.uspreventiveservicestaskforce.org/tfcomment.htm.

Implementação de um programa nacional de rastreamento do câncer colorretal ainda é um desafio  

Por Denise Guimarães, coordenadora do programa de rastreamento do câncer colorretal do Hospital de Câncer de Barretos

Desde a recomendação pela American Cancer Society, em 2018, várias discussões sobre o benefício de se iniciar o rastreamento do câncer colorretal aos 45 anos foram iniciadas em diferentes fóruns, incluindo diversos países e Sociedades Médicas. As discussões levantadas são principalmente relacionadas ao fato de risco ser ainda maior na população mais idosa, e que os esforços deveriam ser direcionados à população entre 50 e 75 anos.  

Esse draft da USPSTF, de onde são saem as principais recomendações seguidas por diferentes países, incluindo o Brasil, nos faz refletir se deveríamos seguir também o mesmo caminho.

No Brasil, as recomendações atuais do Ministério da Saúde preconizam que o rastreamento seja feito a partir dos 50 anos (grau de recomendação A) com o teste de sangue oculto nas fezes. Entretanto, não existe atualmente um programa populacional nacional organizado ou oportunístico para o câncer colorretal, apesar do aumento de incidência nos últimos anos e estimativas de aumento de incidência para os próximos 20 anos.

Iniciativas regionais, como a realizada pelo Hospital de Câncer de Barretos (Hospital de Amor), em 2015, com teste de sangue oculto nas fezes a partir dos 50 anos, mostra que a implementação de um programa organizado é viável e reduz o estadiamento do câncer colorretal diagnosticado durante o rastreamento. Entretanto, a implementação de um programa Nacional ainda é um desafio, diante da grandeza do nosso país, diversidade de incidência e de recursos necessários.

Essa implementação deve ser planejada e iniciada baseado nos exemplos regionais existentes e, idealmente, em estudos de custo-efetividade. E, a custo-efetividade e o benefício de se iniciar aos 45 anos ao invés dos 50 anos devem também ser investigados na nossa população antes de seguirmos a recomendação feita pela USPSTF.


Publicidade
A.C. CAMARGO 70 ANOS
Publicidade
ABBVIE
Publicidade
LIBBS
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
Publicidade
SANOFI
Publicidade
INTEGRAL HOME CARE
Publicidade
300x250 ad onconews200519