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AtualizadoSex, 26 Abr 2024 5pm

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ASCO 2018

Baixa prevalência da expressão de PD-L1 no câncer de pulmão no Brasil

Zukin 2 NET OKA oncologista Ana Gelatti, médica do Hospital do Câncer Mãe de Deus, em Porto Alegre, é a primeira autora de estudo do Grupo Brasileiro de Oncologia Torácica (GBOT) que descreveu a prevalência da expressão de PD-L1 no câncer de pulmão no Brasil. O estudo, coordenado por Mauro Zukin (foto), Diretor Técnico do Americas Centro de Oncologia Integrado e vice-presidente do GBOT, foi selecionado na ASCO 2018 para publicação eletrônica e mostra menor prevalência da expressão de PD-L1 em relação aos dados da literatura.

Para mapear a prevalência da expressão de PD-L1 no câncer de pulmão, o estudo revisou retrospectivamente 1018 pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) avançado, em análises de imuno-histoquímica com anticorpo 22C3 PharmDx Dako, realizadas em quatro laboratórios de referência, entre agosto e dezembro de 2017.  Amostras válidas tiveram > 100 células tumorais por lâmina. A coloração de PD-L1 foi classificada como < 1%, 1- 49% ou ≥ 50% de coloração positiva das células tumorais.

Resultados

Entre os 1018 casos de CPNPC avaliados, a idade mediana foi de 67 anos, 53,84% dos pacientes com mais de 65 anos, 55,01% do sexo masculino. O estudo brasileiro mostrou que 16,6% apresentaram expressão de PD-L1 ≥ 50%, 22% expressão de PD-L1 entre 1-49% e a grande maioria dos pacientes, 61,39%, tiveram expressão de PD-L1 < 1%. “Os resultados da nossa avaliação sobre a expressão de PD-L1 no Brasil podem retratar sim um perfil epidemiológico distinto no mundo real dos dados de pesquisa clínica”, explica Mauro Zukin, oncologista do Americas Centro de Oncologia Integrado, que coordenou o estudo do GBOT. “O fato é que o estudo mostra dados que nós oncologistas temos observado na clínica, que é a baixa incidência da expressão de PD-L1 em nossos pacientes, por isso esses dados são tão importantes”, esclarece Zukin.

Quanto à histologia, os autores descrevem que 53,93% tinham adenocarcinoma, 13,36% CPNPC do tipo escamoso, 26,72%, CPNPC não especificado, 3,83% de outras histologias e 2,16%, perdas. O subtipo histológico mostrou associação com a expressão de PD-L1 (p = 0,0455). Entre os adenocarcinomas, 66,48% não expressaram PD-L1, 18,03% tiveram entre 1-49% e 15,48% mostraram expressão de PD-L1 ≥50%. Entre os carcinomas de células escamosas, 55,15% não expressaram PD-L1, 25% tiveram entre 1-49% e 19,85% mostraram expressão de PD-L1 ≥ 50%.

Em conclusão, os resultados mostram menor prevalência da expressão de PD-L1 em ​CPNPC no Brasil na comparação com os dados já reportados na literatura. A oncologista Ana Gelatti, primeira autora do estudo, lembra que esta foi uma revisão inicial. “Agora, precisa ser ampliada para entendermos melhor os motivos dessa diferença. Existem poucos dados de mundo real sobre a expressão de PD-L1 na literatura”, observa. “A nossa expectativa é de que a atualização e ampliação desses dados, incluindo EGFR e ALK e uma amostra maior de casos, possa ser apresentada no WCLC 2018”, projeta.

No artigo original, os autores observam que “as possíveis razões para essa discrepância são o manejo inadequado da amostra, problemas pré-analíticos ou epidemiologia do biomarcador, que podem afetar os resultados da expressão de PD-L1 fora dos estudos clínicos” e acrescentam que dados do mundo real são necessários para entender melhor a prevalência desse teste em todo o mundo.

Referência: J Clin Oncol 36, 2018 (suppl; abstr e21140) - Lower prevalence of PD-L1 expression in advanced non-small lung cancer in Brazil

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