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AtualizadoQui, 02 Maio 2024 2pm

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Daichii Sankyo

 

Representatividade global, fontes de financiamento e investigação de custo-efetividade no câncer de mama avançado

A literatura sobre custo-efetividade de terapias sistêmicas no câncer de mama avançado dificilmente representa as perspectivas dos países de renda média e baixa e é influenciada pelo financiamento da indústria farmacêutica. A conclusão é de revisão sistemática publicada no The Breast, em artigo que tem o oncologista Felippe Lazar Neto (foto), do ICESP, como primeiro autor.

“O câncer de mama é o tumor mais incidente e, consequentemente, qualquer nova incorporação tem o potencial de promover um impacto orçamentário considerável. Os estudos de custo-efetividade auxiliam no processo de tomada de decisão, mas podem ser influenciados pela perspectiva de análise do país e pelo financiamento da indústria farmacêutica”, observaram os autores.

Os pesquisadores conduziram uma revisão sistemática do Medline, Scopus e Web of Science de 1º de janeiro de 2012 a 8 de julho de 2022 para identificar estudos de custo-efetividade de terapias sistêmicas direcionadas ao câncer de mama avançado. Foram excluídos artigos sem cálculo incremental da relação custo-efetividade, e extraídas informações sobre o país e a classe do medicamento estudados, tipo de comparador (mesma classe, diferentes classes ou placebo), conflitos de interesse dos autores, financiamento da indústria farmacêutica e conclusões dos autores.

Resultados

Foram incluídos 71 estudos compreendendo 204 avaliações de custo-efetividade. A maioria dos estudos avaliou perspectivas dos Estados Unidos e Canadá (44%), Ásia (32%) e Europa (20%). Apenas 8% eram da América Latina e nenhum da África. Aproximadamente um terço (31%) tiveram financiamento da indústria farmacêutica. As classes de medicamentos mais estudadas foram inibidores de CDK4/6 (29%), terapia anti-HER2 (23%), anti-PD(L)1 (11%) e terapia hormonal (11%).

No geral, 34% das avaliações de custo-efetividade tiveram conclusões favoráveis. Artigos financiados pela indústria farmacêutica tiveram maior proporção de pelo menos uma conclusão favorável (82% vs. 24%, valor p<0,001), países europeus analisados (45% vs. 9%, valor p=0,003) e avaliações de custo-efetividade com comparadores de medicamentos da mesma classe (56% vs. 33%, p value = 0,004).

“A literatura sobre custo-efetividade no câncer de mama avançado dificilmente representa as perspectivas dos países de renda média e baixa e é influenciada pelo financiamento da indústria farmacêutica que prioriza os países europeus, utiliza frequentemente comparações dentro da mesma classe de medicamentos e apresenta maior proporção de conclusões favoráveis”, concluíram os autores.

Além de Felippe Lazar Neto, o trabalho contou com a participação dos pesquisadores Marina Acevedo Zarzar de Melo, Cassio Murilo Trovo Hidalgo Filho, Maria Cecília Mathias-Machado, Laura Testa e Alessandro Gonçalves Campolina, todos do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP).

Referência: Felippe Lazar Neto, Marina Acevedo Zarzar de Melo, Cassio Murilo Trovo Hidalgo Filho, Maria Cecília Mathias-Machado, Laura Testa, Alessandro Gonçalves Campolina, Global representativeness and impact of funding sources in cost-effectiveness research on systemic therapies for advanced breast cancer: A systematic review, The Breast, Volume 75, 2024, 103727, ISSN 0960-9776, https://doi.org/10.1016/j.breast.2024.103727.


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