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AtualizadoDom, 28 Abr 2024 12pm

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PROpel: análise final de sobrevida global

joao daniel guedes 23Artigo de Saad et al., com coautoria do brasileiro João Daniel Guedes (foto), apresenta os resultados da análise final de sobrevida global do estudo que avaliou a adição de olaparibe a abiraterona no câncer de próstata metastático resistente à castração (mCRPC), em pacientes não selecionados pelo status de mutação do reparo de recombinação homóloga (HRRm).

Este estudo (PROpel) atingiu seu objetivo primário, mostrando melhora estatisticamente significativa na sobrevida livre de progressão radiográfica com olaparibe mais abiraterona versus placebo mais abiraterona em pacientes mCRPC não selecionados com biomarcador, com benefício observado em todos os subgrupos pré-especificados. Agora, na análise final de sobrevida global pré-especificada apresentada por Saad et al., a combinação de olaparibe mais abiraterona resultou em sobrevida global mediana de 42,1 meses (IC 95% 38,4–NR) em comparação com 34,7 meses (31,0–39,3) com o tratamento padrão com abiraterona em pacientes com mCRPC de primeira linha, sem novos sinais de segurança.

Neste estudo randomizado, duplo-cego, de fase 3 (PROpel), realizado em 126 centros em 17 países, foram inscritos pacientes com mCRPC com pelo menos 18 anos, bom status de desempenho (ECOG 0 -1), com expectativa de vida de pelo menos 6 meses, sem tratamento sistêmico prévio para mCRPC e não selecionados pelo status de HRRm.

Os pacientes elegíveis foram randomizados (1:1) para receber acetato de abiraterona (por via oral, 1.000 mg uma vez ao dia) mais prednisona ou prednisona com olaparibe (por via oral, 300 mg duas vezes ao dia) ou placebo. Os fatores de estratificação foram o local das metástases e o uso de docetaxel prévio no estágio metastático hormônio sensível. O endpoint primário foi a sobrevida livre de progressão radiográfica e o endpoint secundário foi a sobrevida global na população com intenção de tratar. A segurança foi avaliada em todos os pacientes que receberam pelo menos uma dose do medicamento do estudo.

Entre 31 de outubro de 2018 e 11 de março de 2020, foram randomizados 399 pacientes para receber olaparibe mais abiraterona e 397 para placebo mais abiraterona. Saad e colegas descrevem que o acompanhamento médio para sobrevida global foi de 36,6 meses (IQR 34,1–40,3) para olaparibe mais abiraterona e de 36,5 meses (33,8–40,3) para placebo mais abiraterona. A sobrevida global mediana foi de 42,1 meses (IC 95% 38,4 – não alcançado) com olaparibe mais abiraterona e de 34,7 meses (31,0–39,3) com placebo mais abiraterona (razão de risco 0,81, 95% IC 0,67–1,00; p=0,054).

O evento adverso de grau 3-4 mais comum foi anemia relatada em 64 (16%) dos 398 pacientes no grupo olaparibe mais abiraterona e 13 (3%) dos 396 pacientes no grupo placebo mais abiraterona. Eventos adversos graves foram relatados em 161 (40%) no grupo de olaparibe mais abiraterona e em 126 (32%) pacientes no grupo placebo mais abiraterona. Uma morte no grupo placebo mais abiraterona, por doença pulmonar intersticial, foi considerada relacionada ao tratamento.

Saad e colegas destacam que os resultados desta análise final de sobrevida global (SG) foram consistentes com a SG na análise primária, embora não sejam estatisticamente significativos, e relatam que os endpoints secundários adicionais de tempo até a primeira terapêutica subsequente ou morte e tempo até a segunda progressão ou morte na população geral também foram consistentes com a análise primária, apoiando o benefício clínico de olaparibe mais abiraterona em pacientes com mCRPC.

“É um estudo que foi positivo para o seu desfecho primário, demonstrando a importância dessa estratégia, com a combinação de olaparibe e abiraterona, ainda que o benefício tenha sido heterogêneo dentro da população total do estudo”, diz João Daniel Guedes, Oncologista Clínico no Hospital de Base de São José do Rio Preto.

Os resultados do ensaio PROpel também são consistentes com os dados do estudoTALAPRO-2, que mostram o benefício dos inibidores de PARP em combinação com um agente hormonal (NHAs) para pacientes com mCRPC com ou sem HRRm. “São evidências que indicam que essa estratégia será válida e adicionada ao nosso arsenal”, analisa Guedes.

Ele destaca a importância de novas pesquisas. “Novos estudos são necessários para compreender em que momento da trajetória do paciente essa estratégia deve ser implementada, além de elucidar se essa abordagem pode diferir de acordo com características biológicas, como presença ou ausência de mutações na reparação homóloga, ou mesmo de acordo com os tratamentos previamente utilizados pelo paciente”.

A integra do artigo de Saad et al. está disponível no Lancet Oncology.

Referência:Olaparib plus abiraterone versus placebo plus abiraterone in metastatic castration-resistant prostate cancer (PROpel): final prespecified overall survival results of a randomised, double-blind, phase 3 trial - Prof Fred Saad, MD; Prof Noel W Clarke, ChM; Prof Mototsugu Oya, MD; Neal Shore, MD; Giuseppe Procopio, MD; João Daniel Guedes, MD et al. - Published: September 12, 2023. DOI:https://doi.org/10.1016/S1470-2045(23)00382-0


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