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AtualizadoQui, 02 Maio 2024 7pm

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Radioterapia pós-operatória hipofracionada moderada na América Latina e caribe no tratamento do câncer de mama

gustavo nader martaEmbora seja considerada um novo padrão para a grande maioria dos pacientes, a radioterapia pós-operatória hipofracionada moderada para câncer de mama ainda enfrenta relutância na prática clínica em toda a América Latina e Caribe (LAC), como revela estudo com revisão de pares publicado no Reports of Practical Oncology and Radiotherapy. O artigo tem como primeiro autor o radio-oncologista Gustavo Nader Marta (foto), do Hospital Sírio-Libanês, e participação brasileira dos médicos Rejane Oliveira Franco, Heloísa de Andrade Carvalho, André Guimaraes Gouveia, Gustavo Gössling, Rafaela de Jesus, Fabio Moraes, Gustavo Ferraris e Gustavo Werutsky.

Um survey com 38 questões contou com a participação de 173 radio-oncologistas, de 13 países. A análise permitiu conhecer o perfil de tratamento que tem sido realizado na LAC, avaliando tanto os padrões atuais quanto os aspectos que afetam o processo de tomada de decisão.

Os resultados de Marta e colegas revelam que a maioria dos entrevistados (84,9%) preferiu a radioterapia pós-operatória hipofracionada moderada como primeira escolha em casos de irradiação de toda a mama exclusiva. Para os casos de irradiação linfonodal regional, pós-mastectomia (parede torácica e irradiação linfonodal regional) sem reconstrução e pós-mastectomia (irradiação da parede torácica e linfonodo regional) com reconstrução, a radioterapia pós-operatória hipofracionada foi preferida por 72,2% 71,1%, e 53,7% dos entrevistados, respectivamente. O estádio do câncer de mama e a reconstrução mamária com retalho foram os fatores associados às contraindicações absolutas para o uso de esquemas hipofracionados.

“Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a avaliar as preferências dos radio-oncologistas da LAC em relação ao uso de radioterapia pós-operatória hipofracionada mderada em pacientes com câncer de mama”, destacam os autores. ”Os resultados do nosso estudo mostraram que a radioterapia pós-operatória moderadamente hipofracionada tem sido usada não apenas para pacientes selecionadas com câncer de mama em estádio inicial, mas também em casos após mastectomia e quando a irradiação nodal regional é necessária. Ou seja, apesar da maior tendência de uso de radioterapia hipofracionada moderada no pós-operatório para pacientes que não necessitam de irradiação nodal regional, observa-se que o hipofracionamento vem ganhando espaço na prática clínica, mesmo quando a irradiação nodal regional é necessária ou após mastectomia com ou sem reconstrução”, analisam.

O estudo de Marta e colegas mostra que os fatores que mais afetaram a decisão de utilizar radioterapia hipofracionada moderada no pós-operatório na prática clínica foram porcentagem de tempo dedicado ao câncer de mama, irradiação nodal regional, reconstrução mamária baseada em implante e idade do paciente.  Para as contraindicações absolutas ao uso de esquemas hipofracionados, os fatores mais associados foram o estádio do câncer de mama e a reconstrução mamária com retalho.

Estes achados são semelhantes ao estudo europeu e demonstram que muitos fatores podem afetar a decisão de usar o hipofracionamento na prática clínica.

“O entendimento mais contemporâneo atual é que a radioterapia hipofracionada moderada deve ser usada na prática clínica sem restrições, independentemente do estadiamento da doença, da inclusão ou não das cadeias linfonodais regionais e do tipo de cirurgia realizada (com ou sem reconstrução). Portanto, precisamos ainda caminhar na LAC em situações em que ainda o hipofracionamento não é realizado de rotina”, conclui Nader Marta. 

Referência: Moderately hypofractionated post-operative radiation therapy for breast cancer: preferences amongst radiation oncologists from countries in Latin America and the Caribbean - Reports of Practical Oncology and Radiotherapy - 2023, vol. 28, Number3, pages 340-351 - DOI: 10.5603/RPOR.a2023.0046

 


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