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AtualizadoDom, 28 Abr 2024 12pm

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De-escalonamento no seminoma estágio IIA ou IIB

flavio carcano 21 bxAs atuais opções de tratamento padrão para pacientes com seminoma em estágio IIA ou estágio IIB resultam em taxas de sobrevida livre de progressão em 3 anos de pelo menos 90%, mas apresentam riscos de efeitos tóxicos agudos e tardios, incluindo malignidades secundárias. Estudo reportado no Lancet Oncology avaliou uma nova abordagem combinando o de-escalonamento tanto da quimioterapia quanto da radioterapia e sugere que essa pode ser uma estratégia viável para reduzir a toxicidade, preservando a eficácia do tratamento nessa população de pacientes. O oncologista Flavio Mavignier Carcano (foto) analisa os resultados.

As opções de tratamento padrão para pacientes com seminoma em estágio IIA ou estágio IIB incluem radioterapia para-aórtica e pélvica ou três a quatro ciclos de quimioterapia combinada à base de cisplatina. Neste estudo multicêntrico de fase 2 (SAKK 01/10) de braço único, os pesquisadores consideraram pacientes com seminoma clássico estágio IIA ou IIB (no diagnóstico primário ou na recidiva durante a vigilância ativa para o estágio I), inscritos em 10 centros do Swiss Group for Clinical Cancer Research e em 10 centros do German Testicular Cancer Study Group. Foram elegíveis pacientes adultos (> 18 anos) com bom status de desempenho (OMS 0 -2), com medula óssea e função renal adequadas. O tratamento compreendeu um ciclo de carboplatina (área sob a curva 7) seguido de radioterapia do nódulo envolvido (30 Gy em 15 frações para doença em estágio IIA e 36 Gy em 18 frações para doença em estágio IIB). O endpoint primário foi a sobrevida livre de progressão em 3 anos.

Entre 18 de outubro de 2012 e 22 de junho de 2018, foram elegíveis 116 pacientes inscritos, que iniciaram o tratamento de acordo com o protocolo do estudo (46 pacientes com doença em estágio IIA e 70 com doença em estágio IIB). Após seguimento mediano de 4,5 anos (IQR 3,9–6,0), os autores descrevem que a sobrevida livre de progressão de 3 anos foi de 93,7% (IC 90% 88,5–96,6), não alcançando o endpoint primário de pelo menos 95% de SLP. Eventos adversos agudos relacionados ao tratamento de qualquer grau foram observados em 58 (48%) de 116 pacientes, enquanto eventos adversos de grau 3-4 relacionados ao tratamento ocorreram na forma de neutropenia em cinco (4%) pacientes, trombocitopenia em três (3 %) pacientes e vômitos em um (1%) paciente. Nenhuma morte relacionada ao tratamento e nenhum evento adverso tardio relacionado ao tratamento foram relatados. Eventos adversos graves ocorreram em cinco (4%) de 116 pacientes (um aumento transitório de creatinina e quatro segundos tumores primários).

“Apesar do endpoint primário não ter sido atingido, observamos sobrevida livre de progressão de 3 anos favorável com área sob a curva de 7 com Carboplatina em dose única e radioterapia de linfonodo envolvido, com efeitos tóxicos mínimos. Nossos achados podem justificar a discussão com os pacientes sobre o regime SAKK 01/10 como uma alternativa ao tratamento padrão, mas são necessárias mais pesquisas sobre essa estratégia”, afirmam os autores.

Carcano observa que os tumores de células germinativas de testículo são tumores muito quimiossensíveis, e especialmente os seminomas, são consideravelmente radiossensíveis. “Devido a isso, uma hipótese que merece ser cada vez mais explorada, é a possibilidade de alcançar as mesmas taxas de cura, poupando os pacientes de efeitos tóxicos agudos e de longo prazo com o uso de quimioterapia por 3 (PEB) a 4 ciclos (EP)”, afirma.

“O estudo de Papachristofilou e colaboradores propõe uma nova opção de tratamento combinado para seminomas em estágio IIA e IIB. A sobrevida livre de progressão alcançada em 3 anos de 93,7% é bastante interessante, abrindo a possibilidade para novas investigações sobre a efetividade desta nova opção terapêutica, como um estudo randomizado com um braço controle de tratamento ativo. É importante destacar que atualmente a radioterapia isolada é uma opção terapêutica, principalmente para estádios IIA. É necessário saber em estudos randomizados se os efeitos tóxicos desta nova intervenção são realmente menores que o tratamento padrão atual”, conclui.

O estudo está em andamento, mas não está mais recrutando, e está registrado no Clinicaltrials.gov: NCT01593241.

Referência: Alexandros Papachristofilou, MD; Prof Jens Bedke, MD; Stefanie Hayoz, PhD; Ulrich Schratzenstaller, MD; Prof Miklos Pless, MD; Prof Marcus Hentrich, MD et al. Single-dose carboplatin followed by involved-node radiotherapy for stage IIA and stage IIB seminoma (SAKK 01/10): a single-arm, multicentre, phase 2 trial. Published: October 10, 2022 DOI:https://doi.org/10.1016/S1470-2045(22)00564-2


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