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AtualizadoQui, 25 Abr 2024 4pm

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Nódulos pulmonares e vigilância ativa

Maurício Guidi Saueressig Moinhos NET OKNódulos subsólidos (NSS) podem ser considerados fatores de risco de câncer de pulmão e devem ser manejados com vigilância ativa a longo prazo. O manejo conservador de NSS reduz cirurgias desnecessárias e tratamento excessivo. É o que conclui estudo do IALSC publicado no Journal of Thoracic Oncology, que mostrou benefícios da vigilância ativa. O cirurgião torácico Maurício Guidi Saueressig (foto), chefe do Serviço de Oncologia Torácica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, professor da UFRGS e médico do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Hospital Moinhos de Vento, analisa os resultados.

Neste estudo, os resultados foram baseados no rastreamento de 2.303 pacientes por tomografia de baixas doses (idade 58,1 ± 5,9 anos, exposição cumulativa ao tabaco de 43,6 ± 21,5 maços-anos), de acordo com o preconizado pelo estudo MILD (Multicenter Italian Lung Detection), no qual um NSS <5 mm deve ser abordado de forma conservadora por vigilância ativa, até sinais de crescimento do componente sólido.

Todos os nódulos foram classificados em nódulos não sólidos (NNS) ou nódulos sólidos parciais (NSP). O risco de mortalidade geral e mortalidade por câncer de pulmão foi avaliado pelo modelo de risco proporcional de Cox.

Resultados

Em um acompanhamento de 9,3±1,2 anos, NSS foram encontrados em 16,9% dos pacientes (389/2.303), refletindo HR de 6.77 de um diagnóstico de câncer de pulmão. No entanto, 73% dos casos (22/30) de câncer de pulmão não foram originados de NSS.

Embora a mortalidade por câncer de pulmão entre indivíduos com NSS tenha sido significativamente superior (HR 3.80; 95%CI:1.24-11.65), os autores observam que tumores de pulmão que surgiram de NSS nunca representaram a causa da morte em cerca de 10 anos de acompanhamento.

“O trabalho mostrou que além do seguimento para avaliar se esse nódulo subsólido aumenta ou modifica sua característica radiológica, ele pode ser considerado um fator de risco. Mais de 70% dos casos de câncer de pulmão não foram originados do NSS, e sim em outro local do pulmão”, afirma o cirurgião torácico Maurício Guidi Saueressig.

O especialista observa que os pacientes que apresentavam nódulos subsólidos tiveram quase 7 vezes mais risco de desenvolver um câncer de pulmão em comparação com os pacientes que não apresentavam nenhum tipo de nódulo. “Além disso, a maioria desenvolveu câncer de pulmão depois de dois, quatro anos de seguimento, o que reforça a importância do seguimento por longo prazo, o que já se sabia. Nos Centros Universitários com grande volume de pacientes a gente vê diariamente esse paciente e mantém um seguimento ativo, com pelo menos uma tomografia anual”, diz.

Os autores sustentam que a abordagem reduzirá cirurgias desnecessárias com danos cardiopulmonares em indivíduos com múltiplas comorbidades, incluindo cânceres de pulmão mais agressivos. “Sugerimos que os indivíduos com NSS representam uma população adequada para estudos farmacológicos de cessação do tabagismo e quimioprevenção”, concluem.

Referência: Silva M, Prokop M, Jacobs C, Capretti G, Sverzellati N, Ciompi F, van Ginneken B, Schaefer-Prokop CM, Galeone C, Marchianò A, Pastorino U, Long-term Active Surveillance of Screening Detected Subsolid Nodules is a Safe Strategy to Reduce Overtreatment, Journal of Thoracic Oncology (2018), doi: 10.1016/j.jtho.2018.06.013


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