02052024Qui
AtualizadoQui, 02 Maio 2024 2pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

Receptor de prolactina e valor prognóstico no câncer de mama triplo negativo

BALANCO_MAMA_bx.jpgEstudo realizado na Universidade McGill sugere que a triagem para o receptor de prolactina em mulheres com câncer de mama triplo negativo indica pacientes com melhor prognóstico. Os pesquisadores analisaram dados de 580 mulheres com câncer de mama triplo negativo e identificaram que aquelas que expressaram receptor de prolactina tiveram maior sobrevida. Os resultados foram publicados em agosto na Scientific Reports (Nature).

O câncer de mama triplo negativo é uma doença heterogênea associada com mau resultado clínico. O estudo canadense mostrou que a prolactina e sua via de sinalização podem identificar um subtipo de tumores TNBC e predizer resposta à terapia pró-diferenciação em mulheres com tumores de mama triplo negativo.
 
Métodos
 
A partir de análises de imunohistoquímica e de várias análises de expressão gênica, os pesquisadores observaram que a proteína do receptor de prolactina (PRLR) e os níveis de mRNA são regulados negativamente no câncer de mama triplo negativo (TNBC, da sigla em inglês). Além disso, o exame de correlação da expressão do gene PRLR em 580 casos da doença permitiu identificar um subgrupo de pacientes caracterizado pela diferenciação epitelial-luminal (TNBC-PRLR).
 
O estudo mostrou que além da prolactina, os componentes individualmente envolvidos em sua via de sinalização (PRL, PRLR, JAK2 e Stat5a) são como uma assinatura genética capaz de prever pacientes que devem apresentar melhores resultados de sobrevida.
 
Os autores dizem que a restauração / ativação da via PRL no TNBC levou à indução de fenótipo epitelial e à supressão do desenvolvimento da neoplasia. “Em conjunto, esses resultados oferecem novas modalidades de estratificação dos tumores TNBC e a oportunidade de desenvolvimento de terapia personalizada a partir da ativação da via PRL”, explicam.
 
A principal contribuição do estudo é mostrar que a melhor compreensão das vias moleculares envolvidas na diferenciação celular pode proporcionar novas oportunidades para a estratificação do paciente, definição de prognóstico e terapia personalizada neste subgrupo de mulheres com câncer de mama.
 
Com base em análises de expressão gênica, TNBC foi categorizado em seis subgrupos, incluindo basal-like (BL1 e BL2), mesenquimal (M),tronco mesenquimal (MSL), imunomodulador (IM) e receptor de androgênio luminal (LAR).
Os subtipos basal-like (BL1 e BL2) têm padrões de expressão gênica associados com a proliferação e com a resposta dos genes de reparo do DNA. Os subtipos mesenquimais (M e MSL) são associados a padrões de expressão presentes na transição epitelial-mesenquimal. O subtipo imunomodulador é caracterizado por envolver genes associados a processos celulares imunes, envolvendo células imunológicas e sinalização de citocina, além do processamento de antígenos.

O subgrupo LAR é enriquecido por genes relacionados com o receptor de androgênio e sua sinalização e tem sido associado com bom prognóstico em câncer de mama triplo negativo.
 
Em adição a esta classificação dos TNBC, outros estudos ampliaram as assinaturas de genes capazes de estratificar distintos subconjuntos moleculares, mas alvos moleculares bem definidos ainda são um desafio no câncer de mama triplo negativo.

O papel da prolactina no desenvolvimento e progressão do câncer de mama não está ainda completamente elucidado, embora muitos estudos destaquem o papel da PRL na promoção da tumorigênese. Agora, o estudo canadense sugere um papel diferente para a prolactina, como supressor potencial da carcinogênese mamária, uma vez que a expressão/ativação da molécula de PRL esteve positivamente associada com o aumento dos níveis de diferenciação histológica do câncer de mama, permitindo distinguir pacientes com prognóstico favorável e resposta à terapia endócrina.
 
“O interessante deste estudo é a identificação de um novo subtipo de TNBC baseado na expressão de receptores de prolactina e suas vias de sinalização”, diz Gustavo Werutsky, Head of Medicine and Reasearch do German Breast Group, Neu-Isenburg, Alemanha. "Os tumores triplo negativos são em geral agressivos por serem indiferenciados. No entanto, este estudo sugere um novo conceito no tratamento, baseado no estímulo à pró-diferenciação, isto é, induzir a diferenciação celular com o objetivo de reverter ou suprimir a tumorigênese. Certamente é um desafio para a comunidade científica, pois é um novo modelo terapêutico de desenvolvimento”, conclui Werutsky.
 
Referência: Prolactin Pro-Differentiation Pathway in Triple Negative Breast Cancer: Impact on Prognosis and Potential Therapy - Sci Rep. 2016; 6: 30934.
Published online 2016 Aug 2. doi: 10.1038/srep30934
 


Publicidade
ABBVIE
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
banner_assine_300x75.jpg
Publicidade
300x250 ad onconews200519