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AtualizadoTer, 30 Abr 2024 10pm

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Daichii Sankyo

 

ASCO GU 2024

Ciclofosfamida oral no câncer de próstata metastático resistente à castração

yumi shinkado ascogu24Yumi Ricucci Shinkado (foto), residente de oncologia do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), é primeira autora de estudo selecionado para apresentação em pôster no ASCO GU 2024 que traz resultados de um coorte retrospectiva de pacientes com câncer de próstata resistente à castração metastático tratados com ciclofosfamida oral na instituição. José Mauricio Mota, chefe do grupo de tumores geniturinários do ICESP/FMUSP e Oncologia D’Or, é o autor sênior do trabalho.

“Ciclofosfamida oral é um tratamento ativo para câncer de próstata resistente à castração metastático (mCRPC), embora amplamente não utilizado na prática clínica atual devido ao surgimento de opções mais eficazes e nenhuma evidência de benefício de sobrevida. Dados reais sobre a sua utilização nos países em desenvolvimento ainda são escassos”, contextualizaram os autores.

Nesse estudo, os pesquisadores revisaram o banco de dados institucional para identificar pacientes com mCRPC que receberam ciclofosfamida oral. Os prontuários foram analisados para extração de dados clínicos. A resposta do PSA50 foi determinada quando a proporção de pacientes que atingiram um antígeno específico da próstata (PSA) diminuiu ≥50%. As estimativas de sobrevida utilizaram o método de Kaplan-Meier, e o método de Cox foi utilizado para analisar possíveis fatores prognósticos.

Resultados

Na análise final 311 pacientes foram identificados. A idade mediana foi de 64,6 anos (intervalo interquartil [IQR] 35,9-85,3). 62,1% tinham doença metastática de novo, 57,6% tinham Gleason ≥8 e 13,8% tinham metástases viscerais. 62,4% receberam mais de duas linhas de tratamento anteriores e a maioria dos pacientes (76,8%) já havia recebido docetaxel.

Qualquer declínio do PSA foi observado em 41,8% e 13,2% tiveram resposta do PSA50. O tempo médio para uma resposta do PSA50 foi de 2,7 meses (IQR 1,3-3,8). A taxa de resposta radiográfica global foi de 24,2%. A mediana de tempo de tratamento foi de 2,53 meses (IQR 0,40-51,9). O tempo médio para progressão do PSA, clínica ou radiológica entre os respondedores foi de 6,9 meses (IQR 0,7-51,9), e 2,3% (n=7) tiveram respostas com duração igual ou superior a 12 meses.

A interrupção permanente do tratamento por toxicidade ocorreu em 15,1% e 7,4% foram hospitalizados devido a eventos adversos.

Bom ECOG-PS, ausência de exposição prévia a docetaxel e ausência de metástases viscerais estavam associadas a maior sobrevida global na análise univariada e multivariada. O número de linhas prévias e apresentação da doença (metastática de novo ou recorrente) não tiveram associação com prognóstico. 

“As relações neutrófilo-linfócito e eosinófilo-linfócito são biomarcadores de inflamação sistêmica. Alguns estudos sugerem seu uso como fatores prognósticos em câncer de próstata. Neste estudo, a relação neutrófilo-linfócito esteve associada a sobrevida global apenas na análise univariada. Não houve correlação entre relação eosinófilo-linfócito e desfecho”, observou Yumi .

“Ciclofosfamida oral metronômica pode beneficiar uma pequena proporção de pacientes com mCRPC em um cenário de recursos de saúde limitados”, concluíram os autores.

Referência: Oral cyclophosphamide (Cyc) in patients (pts) with metastatic castration-resistant prostate cancer (mCRPC): A retrospective cohort from a tertiary public cancer center in Brazil. J Clin Oncol 42, 2024 (suppl 4; abstr 150)

 

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