04052024Sáb
AtualizadoSex, 03 Maio 2024 6pm

PUBLICIDADE
Daichii Sankyo

 

ASCO 2022

Estudo prospectivo avalia o desempenho da equação 2021 CKD-EPI sem coeficiente racial em adultos com tumores sólidos

veronica torresA nefrologista Verônica Torres Costa e Silva (foto), do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP), é primeira autora de estudo brasileiro selecionado em pôster no ASCO 2022, em análise que tem a participação de Maria Del Pilar Estevez Diz, Gilberto Castro e outros pesquisadores do ICESP. Os resultados mostram que o coeficiente associado à raça deve ser removido das equações para avaliar a taxa de filtração glomerular estimada, o que representa um avanço e deve ser incorporada no tratamento do câncer, concluem os autores.

Neste estudo, o objetivo foi avaliar o desempenho da equação CKD-EPI 2021 no estudo Onco-GFR. “Anteriormente, mostramos que a taxa de filtração glomerular estimada (eGFR) com base na creatinina sérica (Scr) (eGFRcr) usando a equação CKD-EPI de 2009 teve desempenho melhor do que a equação de Cockroft-Gault (CG) em pacientes com tumor sólido no Brasil (Estudo Onco-GFR)”, descrevem os autores.

Torres e colegas esclarecem que nesse estudo, eGFR com base em Scr e cistatina C (Scys)(eGFRcr-cys) usando o CKD-EPI de 2012 foi a equação mais precisa e adequada para uso como teste confirmatório. As equações CKD-EPI 2009 eGFRcr e 2012 eGFRcr-cys incluem um termo para raça (negro vs. não negro). As equações 2021 CKD-EPI eGFRcr e eGFRcr-cys não incluem raça e agora são recomendadas nos EUA, mas não foram avaliadas em uma população multirracial ou em pacientes com câncer.

No estudo de Torres et al. a GFR media (mGFR) foi determinada usando a depuração plasmática de 51Cr-EDTA. Os ensaios Scr e Scys foram realizados dentro de padrões internacionais. 

Resultados

Foram incluídos na análise 1.200 pacientes recrutados entre abril de 2015 e setembro de 2017. Os pacientes tinham 58,8±13,2 anos, 50,8% do sexo masculino. A distribuição racial envolveu participantes negros (12,8%) e não negros (81,2%). A mGFR foi de 78,5±21,7 ml/min/1,73 m2. Para eGFRcr, a superestimação de mGFR foi maior para a equação de 2021 vs. 2009 -10,0 vs. 8,1 ml/min/1,73m2, resultando em menor precisão 1-P30 de 22,3 vs. 19,1, mas ainda mais precisa do que a equação CG (1 -P30 de 24,9, P = 0,05). Para eGFRcr-cys, a superestimação de mGFR foi maior para a equação de 2021 vs. 2012 (-4,1 vs. -2,0 ml/min/1,73m2). eGFRcr-cys usando a equação de 2021 foi mais preciso do que eGFRcr usando a equação de 2021 e eGFRcys usando a equação de 2012 (1-P30 9,8 vs. 22,3 e 12,3, valores de p < 0,001 e 0,01, respectivamente) (Tabela).

“CKD-EPI eGFRcr 2021 teve melhor desempenho que o GC. 2021 CKD-EPI eGFRcr-cys teve um desempenho melhor do que as equações 2021 eGFRcr e 2012 eGFRcys. A remoção da raça das equações da eGFR representa um avanço e deve ser incorporada no tratamento do câncer”, concluem os autores.

A nefrologista do ICESP destaca que a população brasileira é diversa e amplamente miscigenada, acrescentando que a autodeterminação de raça é frequentemente influenciada por fatores socioculturais e imprecisos. “Assim, remover a variável raça elimina uma fonte importante de bias e tem sido recebida com entusiasmo pela Nefrologia brasileira, uma vez que nunca fez muito sentido”, analisa Verônica. 

Referência: Performance of the 2021 CKD-EPI equations without a race coefficient in a multi-racial population of adults with solid tumors: A prospective cross-sectional study.
First Author: Veronica Torres Costa E Silva, MD, PhD
Meeting: 2022 ASCO Annual Meeting
Session Type: Poster Session
Session Title: Symptoms and Survivorship
Track: Symptoms and Survivorship
Subtrack: Health Promotion
Abstract #: 12064
DOI: 10.1200/JCO.2022.40.16_suppl.12064

 
Publicidade
ABBVIE
Publicidade
ASTRAZENECA
Publicidade
SANOFI
Publicidade
ASTELLAS
Publicidade
NOVARTIS
banner_assine_300x75.jpg
Publicidade
300x250 ad onconews200519