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AtualizadoDom, 28 Abr 2024 12pm

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Daichii Sankyo

 

ASCO 2022

Desescalonamento de dose da radioterapia em pacientes selecionados com carcinoma de nasofaringe estádio III de baixo risco

gustavo nader marta bxO desescalonamento da dose total da radioterapia (60Gy ao invés de 70Gy) está associada a resultados de sobrevida favoráveis ​​e menos toxicidades relacionadas ao tratamento para pacientes com carcinoma de nasofaringe estádio III de baixo risco sensíveis à quimioterapia de indução. Os resultados são do estudo selecionado para apresentação em Sessão Oral de Câncer de Cabeça e Pescoço no ASCO 2022. Gustavo Nader Marta (foto), radio-oncologista do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, comenta os resultados.

“As toxicidades relacionadas à radioterapia do carcinoma de nasofaringe causadas pela dose padrão de 70 Gy ainda permanecem um problema crítico, e é necessário selecionar candidatos ideais para a radioterapia de dose reduzida. O nível de DNA do vírus Epstein-Barr (EBV) pré-tratamento foi universalmente aplicado para selecionar pacientes com carcinoma de nasofaringe de baixo risco e a resposta à quimioterapia de indução pode ser usada para rastrear pacientes sensíveis à radioterapia”, esclarecem os autores.

Neste ensaio clínico de fase II unicêntrico de braço único (Centro de Câncer da Universidade Sun Yat-sen, China), os pesquisadores avaliaram se a dose de 60Gy foi não inferior à dose padrão de 70Gy em pacientes com carcinoma de nasofaringe estádio III de baixo risco com resposta favorável à quimioterapia de indução. Foram incluídos pacientes de 18 a 70 anos com carcinoma de nasofaringe estádio III de baixo risco (nível de DNA do EBV < 4.000 cópias/ml) que receberam dois ciclos de quimioterapia de indução com o regime TPF (paclitaxel lipossomal 135 mg/m² nos dias 1, cisplatina 25 mg/m² nos dias 1 -3, fluorouracil 750 mg/m² em infusão contínua de 120 horas nos dias 1-5) administrado por via intravenosa a cada 3 semanas.

Pacientes com resposta completa/parcial (CR/PR) e nível indetectável de DNA de EBV receberam radioterapia com modulação da intensidade do feixe (IMRT) com dose total de 60Gy, concomitante com 100 mg/m² de cisplatina intravenosa nos dias 1, 22 e 43. O desfecho primário foi sobrevida livre de progressão (SLP) em 2 anos. Os desfechos secundários incluíram sobrevida global (SG), sobrevida livre de recidiva locorregional (LRRFS) e sobrevida livre de metástase à distância (DMFS).

Resultados

Entre 19 de novembro de 2018 e 13 de março de 2020, um total de 216 pacientes foram incluídos neste estudo. 215 pacientes completaram dois ciclos de quimioterapia de indução, após os quais 116 (54,0%) e 99 (46,0%) pacientes receberam radioterapia de 60Gy e 70Gy, respectivamente. Para pacientes tratados com radioterapia de 60 Gy, a SLP de 2 anos, a SG, LRRFS e DMFS foram 94% (95% CI, 89 a 99), 100%, 95% (95% CI, 91 a 99) e 97% (95% CI, 93 a 100), respectivamente, com seguimento mediano de 25,8 meses (intervalo interquartil 22-28).

Durante a radioterapia, a toxicidade mais comum foi náusea, com proporção de 61% (71/116), 5% (6/116) para grau 1-2 e 3. As principais toxicidades de grau 3-4 foram leucopenia, neutropenia, mucosite e dor, que foram relatadas em 16 (14%), 16 (14%), 13 (11%) e 15 (13%) pacientes, respectivamente. A toxicidade tardia mais comum foi xerostomia de grau 1-2 com incidência de 54% (63/116). Nenhum evento adverso de longo prazo grau 3 ou superior foi observado e nenhum paciente morreu de causas relacionadas ao tratamento. Todos os itens de qualidade de vida, domínios e escores de sintomas retornaram ao baseline em 6 meses, com exceção de boca seca e saliva espessa.

Os autores concluem que a radioterapia com desescalonamemto de dose está associada a resultados de sobrevida favoráveis ​​com baixas taxas de toxicidades relacionadas ao tratamento para pacientes com carcinoma de nasofaringe estádio III de baixo risco sensíveis à quimioterapia de indução.

“É importante ressaltar que apesar de resultados promissores em relação à estratégia de desescalonamento do tratamento em pacientes selecionados com carcinoma de nasofaringe, esse estudo não tem o poder de alterar a prática clínica. Os resultados encontrados devem ser formalmente testados em estudos prospectivos randomizados fase III para, de fato, o protocolo de tratamento experimental ser avaliado adequadamente”, observa Nader Marta.

Referência: Reduced-dose radiotherapy for pretreatment EBV DNA selected low-risk stage III nasopharyngeal carcinoma: A single-arm, phase II trial.
First Author: Hai-Qiang Mai
Meeting: 2022 ASCO Annual Meeting
Session Type: Oral Abstract Session
Session Title: Head and Neck Cancer
Track: Head and Neck Cancer
Subtrack: Local-Regional
Abstract #: 6002
Clinical Trial Registry Number: 03668730
Citation: J Clin Oncol 40, 2022 (suppl 16; abstr 6002)
DOI: 10.1200/JCO.2022.40.16_suppl.6002

 
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