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AtualizadoSex, 26 Abr 2024 12pm

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Daichii Sankyo

 

ESMO 2018

Segurança da imunoterapia em pacientes com câncer HIV-positivo

hiv simbolo NET OKEstudo apresentado no ESMO 2018 forneceu novos dados indicando que o tratamento com inibidores de checkpoint imune é viável em pacientes com câncer HIV positivos. Atualmente, o câncer é uma das principais causas de mortalidade nesta população.

O autor do estudo, o francês Aurélien Gobert, médico do Groupe Hospitalier Pitié Salpêtrière, em Paris, explicou que o objetivo foi analisar uma coorte de pacientes HIV positivos tratados com imunoterapia, através do monitoramento rigoroso de sua carga viral e da contagem de linfócitos CD4. “Pacientes tratados adequadamente com terapia anti-retroviral tipicamente têm uma contagem de linfócitos de 350-500 / mm3 e uma carga viral indetectável”, acrescentou.

Pacientes HIV positivo têm risco duas a três vezes maior de desenvolver vários tipos de câncer comparados à população em geral, incluindo câncer anal, de pele, cabeça e pescoço, e câncer de pulmão. No entanto, pacientes soropositivos com câncer não são representados em estudos clínicos.

Nesta análise foram avaliados os efeitos do anti PD-1 nivolumabe nessa população, a partir da base de dados da rede ONCOVIH, uma organização francesa dedicada a apoiar pacientes HIV positivos com câncer. Além da contagem de linfócitos CD4 e da carga viral, também foram consideradas informações de tolerância, eficácia e dados demográficos.

Dos 20 pacientes avaliados, um (5%) apresentou melanoma metastático. Os 95% restantes foram tratados para câncer de pulmão não pequenas células metastático. A contagem média de linfócitos ao diagnóstico foi de 338,5 / mm3 ((241,3 - 490,5). A carga viral foi indetectável em 17 pacientes, dois apresentaram baixa contagem (menos de 40 cópias / mL) e em um paciente a contagem foi desconhecida.

Na análise de corte, com mediana de seguimento de 10,8 meses (1,0 - 27,7), com mediana de seis infusões de nivolumabe (3- 53), não foi reportada nenhuma morte por toxicidade ou eventos adversos imuno-relacionados. “Um paciente experimentou aumento da carga viral do HIV e diminuição da contagem de linfócitos CD4, indicando uma reativação do vírus, mas isto ocorreu após a interrupção da terapia anti-retroviral”, explicou Gobert.

Dos 17 pacientes avaliados para resposta, 4 (24%) tiveram resposta parcial, 2 (12%) pacientes apresentaram doença estável e a maioria (11 pacientes, 64%) apresentou progressão da doença na primeira avaliação.

“Embora os dados de resposta sejam razoavelmente consistentes com os resultados obtidos em outros pacientes com câncer, o tamanho de nossa amostra e a duração do acompanhamento não permitem tirar nenhuma conclusão sobre a eficácia”, disse o pesquisador. “Nosso principal insight é de que o tratamento parece ser bem tolerado por pacientes HIV-positivo com câncer, desde que a terapia anti-retroviral continue em paralelo”, concluiu.

Entender a viabilidade da imunoterapia nesta população de pacientes é fundamental, considerando que representam uma proporção significativa de diagnósticos de câncer, responsável ​​por mais de um terço das mortes em 2010.

Esta é uma análise retrospectiva de uma coorte relativamente pequena, que no entanto é uma das maiores já avaliadas até hoje. Os dados convergem com achados de coortes menores e sugerem que pacientes com câncer que vivem com HIV podem receber com segurança tratamento anti-PD1.   Os dados de eficácia também sugerem que a taxa de resposta global de pacientes HIV-positivos parece ser semelhante à de outros pacientes com câncer. Esses resultados promissores precisam ser confirmados em estudos maiores - idealmente, em um estudo clínico prospectivo.

Referências: Abstract 1213P_PR ‘Tolerance and efficacy of immune-checkpoint inhibitors for cancer in people living with HIV (PWHIV)’ will be presented by Aurélien Gobert during the Poster Display Session on Saturday, 20 October 2018 12:30 to 13:30 (CEST) in the poster Area – Hall A3.

Annals of Oncology, Volume 29 Supplement 8 October 2018 2 Cancer VIH is a French national network that organises bi-monthly multidisciplinary meetings to discuss care and drug therapies for cancer patients living with HIV. Over 500 cases have been presented since its creation in 2015. https://www.cancervih.org/ (in French)

  1. Gobert et al. HIV and cancer: What's new in 2017? Bulletin du Cancer 2018; https://doi.org/10.1016/j.bulcan.2018.02.002

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