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AtualizadoQui, 25 Abr 2024 4pm

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Daichii Sankyo

 

ESMO 2017

Sequenciamento genético e indicações off label em tumores raros

DNA 2017 NET OKO sequenciamento do DNA pode permitir que pacientes com cânceres raros, para os quais não há tratamento padrão disponível, recebam terapias existentes destinadas a diferentes tipos de câncer que possuem as mesmas mutações genéticas. Os primeiros resultados de um ensaio clínico multidrogas e multitumoral mostram que esse tipo de teste de oncologia de precisão não apenas é viável, mas também tem o potencial de identificar subgrupos de pacientes que poderiam se beneficiar de medicamentos existentes fora da indicação registrada. Os resultados serão apresentados na sessão de Pesquisa Translacional da ESMO 2017.

O Centro de Tratamento de Câncer Personalizado (CPCT), uma rede de mais de 40 hospitais na Holanda, recolhe sistematicamente biopsias de pacientes com câncer metastático para análise pelo Whole Genome Sequencing (WGS). Atualmente, o banco de dados inclui cerca de 2 mil indivíduos tratados para todos os tipos de câncer.

"Ao sequenciar todo o genoma em tantos pacientes encontramos semelhanças entre tumores e falhas de DNA. Por exemplo, o gene ERBB2 é encontrado principalmente em pacientes com câncer de mama, mas sabemos que também está presente em pacientes com outros tipos de tumores", explicou o investigador principal, Emile Voest, do Netherlands Cancer Institute, em Amsterdã.

Uma vez identificados esses pacientes, a questão é: como eles podem se beneficiar de drogas existentes e potencialmente ativas? Essa é a base do Protocolo de Redescoberta de Drogas, que atualmente inclui 19 medicamentos de 10 empresas farmacêuticas.

"Temos evidências pré-clínicas e relatos de casos que sugerem que certas drogas ativas em pacientes com uma determinada alteração genética e tipo de câncer também podem oferecer resultados em pacientes com a mesma mutação, porém em outros grupos tumorais”, afirma Voest.

Nesse processo, a análise do tecido é extremamente importante, e por isso são criadas coortes de estudo não apenas de acordo com a mutação genética, mas também com o tipo específico de tumor. A eficácia do tratamento para cada coorte é analisada em um processo de dois estágios. Se na primeira fase, um grupo de oito pacientes com o mesmo tipo de tumor e mutação genética respondeu ao tratamento, a coorte é expandida para o estágio 2, com 24 pacientes, para obter uma indicação mais forte do benefício clínico.

O benefício clínico é definido tanto como remissão completa como resposta parcial, onde o tumor diminui mais de 50% ou a doença permanece estável por pelo menos 16 semanas.

Resultados

Desde o início do estudo, no final de 2016, mais de 250 casos foram submetidos para revisão. Destes, cerca de 70 pacientes até agora foram considerados elegíveis e iniciaram o tratamento. Pacientes adultos com tumores sólidos, glioblastoma, linfoma ou mieloma múltiplo sem opções de tratamento padrão foram inscritos no estudo em múltiplas coortes paralelas, cada uma definida por um tipo de tumor, um perfil de tumor e um tratamento.

O benefício clínico foi observado em 37% (6% resposta completa, 14% resposta parcial, 17% doença estável ≥16 semanas; todos os CR e 2/3 dos PRs estavam em andamento no momento da análise e aguardavam ≥ 30 dias de confirmação). Das 20 coortes do estudo, seis passaram para o estágio dois. "Observamos atividade com vários medicamentos, incluindo imunoterapia, um inibidor de PARP e uma combinação de anticorpos", informou Voest.

Segundo o especialista, a equipe está entusiasmada com os resultados, porque o desenvolvimento de novos medicamentos é muito caro. Com este estudo, a expectativa é fornecer uma plataforma para expandir as indicações de drogas existentes e utilizá-las em todo o seu potencial. "Utilizar drogas já disponíveis com base no sequenciamento de DNA é uma abordagem verdadeiramente inovadora para a personalização de medicamentos. Estamos conversando com autoridades regulatórias para ver como novas descobertas nesta área podem ser traduzidas para a clínica o mais rápido possível para esses subconjuntos raros de pacientes", afirmou.

"Este ensaio poderia mudar a forma como estratificamos os pacientes para tratamento, ou seja, combinando seu perfil genético com uma opção de tratamento. A equipe busca mutações, algumas das quais terão drogas direcionadas. Se as encontrarem, os pacientes são tratados com base em sua genética, em vez de sua indicação: isso é incrivelmente poderoso. Além de identificar novas indicações para medicamentos existentes, este estudo busca encontrar tratamentos para pacientes para os quais atualmente não há padrão de cuidados", disse Richard Marais, do Cancer Research UK Manchester Institute.

Marais observa que o teste precisa mostrar que pode ser custo-efetivo. Estratificar até 10% dos participantes do estudo poderia tornar o processo neutro em termos de custo. “Para os sistemas de saúde em todo o mundo, isso significaria que apesar de um alto investimento inicial, os benefícios adicionais para os pacientes e a potencial redução de custos de tratamento seria enorme. Neste contexto, os números apresentados aqui são muito impressionantes e definitivamente mostram uma prova de princípio", conclui.

O estudo será apresentado por Emile Voest no sábado, 9 de setembro, durante a sessão de Pesquisa Translacional na ESMO 2017.

Referência: Abstract LBA-59 'Expanding the use of approved drugs: The CPCT's Drug Rediscovery Protocol (DRUP)' - D. van der Velden et al.

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